Capítulo 57

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Laís ❤️‍🔥

Eu respirei fundo, fechando os olhos e tentando controlar a minha respiração. Me recusava a acreditar que eu teria a terceira crise de asma na mesma semana.

Parei de andar, me encostando no primeiro poste que eu vi ali, e o Junin me encarou enquanto se aproximava.

Eu estava voltando do trabalho e indo direto pra casa, na presença do meu segurança particular vulgo Junin, o Guilherme tinha ficado responsável por buscar as crianças na escola hoje, porque como tinha sido combinado, nós sairíamos para jantar para comemorar o meu aniversário.

Junin: Eita, porra! - ele tirou a bombinha do bolso, e tentou colocar na minha boca, mas eu dei um tapa na mão dele, jogando pra longe - Ou, patroa, tá doida?

Eu sorri sem graça, mas ainda tentava controlar a respiração, parecendo que eu tinha corrido uma maratona.

Guilherme tinha simplesmente obrigado todo e qualquer vapor dele ou do VH a andarem com a arma em uma mão, e com a bombinha de asma em outra, quando a gente descobriu que a Vitória estava começando a ter os mesmos problemas que eu.

Junin: Deixa eu te ajudar, Laís. Caralho. Terror vai meter uma bala bem no meio da minha cabeça, filhona.

Laís: Relaxa... eu tô bem - puxei o ar mais uma vez, e soltei ele pela boca, com calma - Eu não preciso disso.

Junin: Já e a terceira vez que eu te vejo tendo tuas crises nos últimos dias. Foi no médico?

Laís: É a idade chegando - brinquei, dando dois tapinhas no ombro dele, e voltando a subir o morro.

Junin nem comprou a minha história, mas ficou quieto, só andando ao meu lado.

Eu realmente estava muito fodida.

23 anos e 3 filhos.

Caralho!

Eu ainda não tinha nem conseguido digerir a informação, mas tinha decidido que contaria pro Guilherme hoje.

Primeiro a minha menstruação atrasou, mas eu nem dei muita bola, porque ela não era muito regrada. Depois vieram os enjoos. Fiz o teste de farmácia a dois dias e tive a confirmação.

Mamãe mais uma vez!

Nem sabia o que sentir de cara, de verdade. Claro que eu teria esse bebê, que já era tão amado da mesma forma que eu amava o meu Pedrinho e minha Vitória... mas era mais um pra me deixar maluca.

Guilherme me ajudava demais com as crianças, mas ele tinha as responsabilidades dele com o morro e as vezes era foda de conciliar.

No fundo eu acreditava que ele fosse gostar, porque já tinha me pedido pra gente aumentar o time algumas vezes, mas eu desconversei todas elas, achando que não estava pronta pra isso.

Mas se Deus acredita que estou novamente pronta é porque ha um propósito maior por trás de tudo isso.

Por isso as crises se tornaram tão frequentes. Eu não pude usar a bombinha em nenhuma das minhas gravidez anteriores, e tinha parado nessa também, pra não prejudicar meu bebê.

Quando eu estava virando a rua da esquina de casa, senti as mãos do Junin no meu rosto, em frente aos olhos, tampando a minha visão.

Laís: Que isso, Junin? - perguntei enfiando minhas unhas no braço dele.

Junin: Aí, maluca! - reclamou, mas me fez andar mais alguns passos pra frente - Pô, me ajuda aqui, mano. Tu casou com o Wolverine?

Ouvi a risada do Terror e eu sorri quando ele tocou a minha cintura com as mãos. Junin tirou a mão do meu rosto, e eu pude ter a visão mais linda do mundo do meu maridinho.

Terror: Oi, amor.

Abracei o pescoço dele, ficando na ponta dos pés pra beijar a sua boca.

Laís: O que você aprontou? - perguntei sorrindo, e olhando os carros em volta.

Terror: Tua festa. Sobe lá e te arruma, depois vem ficar com a tua família, que já tá todo mundo esperando pra ver a aniversariante.

Laís: Não tô acreditando que você fez isso - beijei o rosto dele - Te amo, seu gostoso.

Terror: Para de me assediar, mulher. Eu hein, sou casado! - eu ri e ele me apertou mais ainda contra o corpo dele - A tua vida tem que ser comemorado todos os dias, minha deusa.

Porra, eu sempre soube que não tinha que aceitar menos que isso!

Laís: Sobe comigo? - mordi o queixo dele.

Terror: Não... se não a gente nem sai lá de cima hoje - afastou um pouco o corpo do meu, me fazendo reclamar. Eu estava toda dengosa por causa da gravidez e só queria ficar grudada naquele homem vinte e quatro horas por dia - Nossos filhos tão esperando.

Eu abri um sorrindo maior ainda, vendo ele entrar na direção da parte de trás da casa, onde vinha o barulho e onde eu tinha certeza que as pessoas estavam.

Fazia um ano e alguns meses que eu e o Guilherme estávamos juntos. E o meu maior medo sempre foi os meus filhos. Ou melhor dizendo... nossos filhos.

A relação e a proximidade que eles criaram foi tão natural e linda que nunca precisou nem mesmo que eu desse um empurrãozinho.

Arriscava dizer que ele gostava mais das crianças do que de mim.

Eles tinham o Flávio como pai. Amavam ele, e sempre mandavam mensagens, ou desenhos.

Mas eles também adotaram o Guilherme como pai. E ele ficou felizão quando ouviu a Totoya o chamando assim pela primeira vez.

O Pedrinho tinha mais ciúme, era mais ligado no Flávio antes de ser preso, mas depois o afastamento foi natural, e ele que já considerava o Guilherme como um melhor amigo antes, passou a também chamá-lo de pai.

Eles sempre falavam que tinham dois pais. Um que Deus lhes deu, e outro que o coração escolheu.

Guilherme me dizia no nosso começo que o que fosse meu era dele também, e foi assim que os meus filhos se tornaram nossos.

Tínhamos brigas e discussões de volta e meia, mas até esses nossos momentos eram importantes pra que conversássemos e fortalecêssemos a nossa união.

Meus pés formigaram no chão, querendo ir correndo contar pra minha família da novidade. Mas eu me contive em subir direto pro nosso quarto, indo tomar um banho e me arrumar pra ir aproveitar a minha festinha com os amores da minha vida.

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