Capítulo 40

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Luana 💅🏻

Terror: Eu juro por tudo o que é mais sagrado, se eu te ver atormentando a Laís ou os filhos dela mais uma vez, tu vai ficar sem a cabeça - ameaçou.

Eu me encolhi no chão sujo. Tava morrendo de fome, de cansaço e de medo. Só queria ir pra minha casa tomar um banho.

Luana: Não vai acontecer - prometi - Obrigada por acreditar em mim.

Terror: Eu não acredito. A Laís que não quis te matar, só isso - deu de ombros.

Fiquei de pé, me apoiando nas paredes da sala, e ele segurou a porta, para que eu saísse.

Corri pra minha casa, encontrando a minha avó na sala. Mas ela logo me olhou com aquela cara de dúvida que eu tanto conhecia, e resolvi que era melhor voltar outra hora, pois ela estava no meio de uma crise e não me reconheceria.

Comprei algo pra comer na dona Nice, e sai dali faminta, com a minha coxinha na mão.

Um carro parou do meu lado, e o vidro foi abaixado. Vi que era o Neguinho, ex marido da Laís. O bosta que tinha me feito quase morrer.

Neguinho: E aí, garota. Tá indo pra onde?

Eu joguei o meu cabelo por cima do ombro e sai, sem nem olhar na cara dele mais uma vez.

*********

Duas semanas depois.

Duda

As coisas estavam voltando ao eixo no morro. Terror estava assumindo o comando de tudo, e deixando o VH livre pra melhorar e quando se sentisse pronto voltasse pro comando do morro. A Laís tinha conseguido o emprego que ela tanto queria no postinho, o que era muito legal, porque fez com que eu também conseguisse um emprego. O Pedro e a Vitória estavam estudando de manhã, e eu também, então a minha amiga tinha me contratado pra cuidar dos pequeninhos enquanto ela estivesse no trabalho.

Eu estava voltando da escola, indo direto pra casa da Laís porque logo as crianças chegariam, quando encontrei o Vitor caído no chão, no meio da rua.

Atravessei correndo pra ajudar ele a levantar, mas me arrependi no momento em que me aproximei. O olho dele estava vermelho demais, e o nariz branco.

Duda: Vitor - chamei - Você está bem?

Ele me encarou transtornado.

Desde que o pai morreu as fofocas que rolavam no morro era que ele estava se acabando nas drogas, e ele tinha até brigado com a Laís por conta disso. Terror proibiu todo mundo de vender qualquer coisa pro Vitor, mas parecia que ele tinha conseguido um jeito de se entupir de novo.

VH: Caralho, garota, eu não vou te comer! - gritou atraindo atenção de geral e empurrou o meu ombro, me fazendo cair de bunda no chão - Sai do meu pé, porra!

O Vitor levantou do chão e saiu transtornado, gritando e xingando qualquer um que parasse na frente dele.

Eu pisquei algumas vezes tentando voltar pra realidade, mas a real era que eu só queria cavar um buraco ali mesmo e me esconder pro resto da minha vida.

Luana: Ei.

Me virei pra encarar ela.

Duda: Agora não.

Luana: Agora não o que, maluca? - segurou no meu braço com força, me fazendo ficar de pé - Vai abaixar a cabeça pra esse macho de merda até quando?

Duda: Luana, quem é você pra me dar conselho?

Ela rolou os olhos.

Luana: Pelo menos eu nunca me apaixonei por nenhum deles. É tudo farinha do mesmo saco!

Duda: Não quero falar do Vitor com você.

Luana: Você não vai falar do Vitor comigo, nem com mais ninguém. Ele morreu pra você depois dessa ceninha que fez aqui, tá? Você é gata demais pra se rebaixar a esse homem de beleza mediana e caráter duvidoso.

Eu ri. Aquela garota era maluca. Tava me falando aquilo e já tinha ficado com o VH mais de sete vezes.

Duda: Eu gosto dele - respondi, sentindo a pontada no peito.

Luana: Não gosta mais - falou firmemente.

Duda: Eu não gosto mais! - repeti pra mim mesma.

Luana: Isso aí, bonita. Eu tenho certeza absoluta que ele vai vir chorar no seu pé e você vai esmagar a cabeça dele igual a de um inseto... porque eu vou te ajudar!

Duda: Eu não quero esmagar a cabeça dele.

Luana: A partir de agora você só escuta a voz da razão. Que é a minha. Entendeu?

Eu concordei com firmeza.

Já estava mesmo passando da hora de eu aceitar que o Vitor e eu nunca teríamos nada.

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