Capítulo 12

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Laís ❤️‍🔥

Depois que eu vi que não adiantava implorar pros homens, que o Terror tinha colocado na minha cola, me deixarem sozinha eu resolvi abusar da boa vontade deles.

Fui até a minha casinha nova, a que o meu pai tinha me arrumado. Como ele disse, não era nada comparado ao nosso antigo apartamento, mas era o suficiente pra eu poder viver com as crianças bem.

Pedi ajuda aos meninos, para fazer a mudança. O tal do Nando topou na hora, mas o Junin ficou insuportável dizendo que tava cansado, e no fim das contas só ficava dando pitaco onde não era chamado, enquanto eu e o Nando fazíamos o trabalho.

Já era meia noite quando a gente terminou. Tínhamos contado com a ajuda do pai do Nando, e do caminhãozinho de frete que ele tinha, pra trazer as coisas pra cá, e depois fomos ajeitando da forma como eu pedi. Eu insisti em pagar o Senhor que se chamava Francisco, mas ele recusou até o fim quando soube de quem eu era filha, dizendo que o meu pai já tinha feito muito por ele e pela família dele, e que daria o frente como um presente de boas vindas.

Eu pedi pizza, sem os meninos saberem, queria retribuir a ajuda de alguma forma, e pedi pra eles esperarem por mais um tempo, enquanto eu tomava um banho. Coloquei uma roupa descente, porque eu não estava sozinha em casa. Blusa preta, de alcinha e um short jeans, nada demais.

Junin: Tô ligado que tu só trocou de roupa, feia. O cheiro ruim ainda da de sentir daqui!

Moleque folgado, sério!

Laís: Tira a bunda do meu sofá e vaza daqui moleque - resmunguei, voltando pra sala.

O Nando só olhava pra gente, rindo. Mas estava sentado no chão, encostado no sofá.

Junin: Não posso, gata. Tô trabalhando - arqueei a sobrancelha, encarando ele - Ih, me olha assim não.

Laís: Você só reclamou o dia inteiro, nem fez nada pra ajudar.

Nando: É verdade, cara. Maior folgadão!

A buzina da moto na frente da casa chamou a minha atenção e eu corri pra pegar o dinheiro encima da mesa da cozinha, e ir até o motoboy, que me entregou a caixa, o refrigerante e agradeceu.

Entrei na casa de volta, e os dois estavam me encarando. Junin abriu um sorrisão quando viu a comida na minha mão.

Laís: Só quem trabalhou come! - debochei.

Nando levantou e correu até a cozinha, logo atrás de mim. E o Junin continuou com cara de tacho, no sofá.

Junin: Tu já foi melhorzinha hein Laís. Mancada fazer isso com o cara. Eu tava trabalhando, pô. Terror mandou eu ficar de olho em ti, se eu arrumasse as parada que tu pediu, não ia poder ficar te olhando!

Neguei com a cabeça.

Laís: Primeiro, esse nome aí está proibido dentro da minha casa, tá bom? - ele riu e concordou - Segundo, você é idiota mas eu gosto de você. Vem comer, anda!

Ele me abraçou pelo ombro, me esmagando, enquanto puxava a gente de volta pra cozinha. Eu já tinha deixado as coisas lá, e quando voltamos o Nando já estava devorando o primeiro pedaço.

Junin me largou e sentou do lado do amigo.

Nando: Mandou bem demais, patroa.

Laís: Não me chama assim que da gatilho - brinquei.

Ele ficou sem entender e o Junin bufou.

Junin: Ela era a mina do Neguinho! - falou de boca cheia.

Fiz careta.

Laís: Esse nome também é proibido aqui em casa - apontei pra ele.

Junin riu.

Junin: Me passa a lista depois, eu decoro eles.

Quando eu sentei a bunda na cadeira pronta pra comer, se não aqueles dois iam me deixar sem comida, eu ouvi a maçaneta girando e os dois também, porque levantaram em um pulo, Nando pegou a arma na mão, mas o Junin continuou segurando a pizza, enquanto íamos até a sala.

Terror empurrou a porta como pode, porque de um lado do corpo dele, meu irmão estava apoiado, e tive dúvidas por um breve tempo se estava acordado ou dormindo.

Laís: O que que aconteceu? - perguntei, me aproximando e passando a mão pelo corpo do Vitor, pra procurar por algum ferimento.

Terror nem me olhava, só ficou encarando o Junin e o Nando.

Terror: Qual foi, Nando. Ma ajuda aqui!

Não deixei nem que o Nando se aproximasse. Eu mesma puxei o braço do meu irmão, ajudando o Terror a jogar ele no sofá. Vitor resmungou, mas se ajeitou ali, todo encolhido. Eu me sentei do lado dele, abraçando o seu corpo como eu podia, porque ele era obviamente maior do que eu, e dei um beijo em seu rosto.

Laís: Ele tá machucado? - perguntei, sem tirar os olhos do rosto do Vitor.

Não tive resposta, e encarei o Terror, que piscou umas duas vezes, antes de negar com a cabeça.

Terror: Podem meter o pé, eu assumo daqui - falou para os meninos - Tô ligado que amanhã vocês iam estar de folga e pá, mas vou precisar dos dois num esquema aí. O VH não vai poder ajudar.

Nando: Jaé.

Junin: Ae, patroa - chamou sabendo que ia me deixar irritada - Qualquer b.o chama, valeu?

Laís: Obrigada pela ajuda... Nando - sorri falsa.

Vitor se encolheu ainda mais, dentro do meu abraço.

Junin: O cara faz os bagulho tudo e ninguém da valor, é foda essa vida.

O Nando deu um tapão na cabeça dele, falando que era pra vazarem, e entendi ser pelas olhadas que estavam recebendo do Terror.

Laís: Levem a pizza pra vocês, perdi a fome.

Junin nem esperou eu pensar em mudar de ideia. Correu pra cozinha e pegou a pizza, os dois saíram depois de se despedirem do Terror com um aperto de mãos e deram um breve aceno na minha direção.

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