Reencontros e desencontros - Livro 16 (Família Cavallero) [Em andamento]

19. Eu não tinha percebido nada até esse dia

O resto do natal foi constrangedor, eu não saí mais do quarto, o Giovanni até tentou uma reconciliação, mas eu acho que o lance dos filhos foi só a ponta do iceberg.

Fiz uma sessão extra com a minha terapeuta, Maria era o tipo de pessoa que traz aquela sensação de aconchego.

O consultório dela é cheio de plantinhas, o sofá onde o paciente fica é extremamente confortável e ela sempre tem café quentinho e biscoito para ajudar na sessão.

Isso lembra muito a casa da minha avó, sempre que eu chegava lá ela me recebia com café acabado de passar e mantecal:

– Eu acho que nós inventamos de ir morar juntos numa tentativa desesperada de salvar o nosso relacionamento.
– Então você sempre reparou nos problemas?
– Recentemente sim, eu fingia que vivia um relacionamento de conto de fadas, mas na realidade eu sabia que tinha alguma coisa errada.

Ela anotou algo na prancheta, olhou para mim por cima dos óculos e perguntou:

– Quando você reparou que vocês estavam em crise?
– Um dia quando eu estava correndo contra o tempo para tentar terminar a minha tese a tempo ele entrou no meu quarto e me disse que estava louco de tesão. Eu tentei argumentar que o prazo encerrava no dia seguinte e ele começou a dar investidas mesmo vendo que eu estava resistente.

Eu comecei a chorar de soluçar e ela me estendeu a caixa com lencinhos. Quando me acalmei minimamente ela perguntou:

– Ele já tinha feito isso outras vezes?
– Sim, mas eu nunca tinha percebido nada de errado até esse dia.
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Pessoal, estou com um problema de saúde chamado periodontite e não estou conseguindo atendimento no hospital público, então peço encarecidamente que orem por mim e vou deixar a minha chave PIX caso alguém queira me ajudar a comprar medicação para tentar cessar a minha dor:

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