77. Pedido para Deus

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Nem sei como eu me vesti, só sei que eu enfiei qualquer roupa que tinha na frente e dirigi até a Beneficência Portuguesa em tempo recorde.

Quando eu penso na tia Nanda eu imagino força, essa mulher é uma verdadeira fortaleza, então é até estranho pensar nela toda fraca em uma cama de hospital. Antes de entrar eu liguei para o meu pai e disse:

– Pai, a tia Nanda sofreu outro infarto.
– Meu Deus, filha.
– Eu estou chegando no hospital, mas as notícias não são boas.
– Me mantenha informado, eu vou para aí assim que a sua mãe chegar.

Desliguei o telefone pensando se eu deveria ter "preparado o terreno" antes de falar para o meu pai sobre a tia Nanda.

O nervoso me impediu de raciocinar, eu sinto que cada minuto que eu demoro é um minuto a menos que eu tenho com ela.

Entrei no hospital correndo e logo me dirigi a recepção:

– Boa tarde, a minha tia Fernanda Cavallero está internada aqui.
– Boa tarde, qual o seu nome?
– Clara Garcia Cavallero.
– Só um minuto.

A mulher pegou o telefone e ligou, provavelmente para a Zoe, para informar sobre a minha chegada.

Poucos minutos depois a recepcionista me entregou um crachá e me disse para esperar na sala de espera.

Fui até a sala de espera, mas obviamente eu não consegui nem cogitar ficar sentada. Fiquei andando de um lado para o outro lendo a conversa do grupo da família Cavallero.

Todos estavam se organizando para vir pra Bauru o mais breve possível, o Matheus, marido da Zoe e chefe da cardiologia da Beneficência Portuguesa explicou que o coração da tia Nanda já não está mais dando conta de bombear o sangue.

Ela tem uma insuficiência cardíaca e o ideal seria fazer um transplante de coração, mas ela está tão fraca que as chances de ficar na mesa de cirurgia são imensas.

Ficar na mesa de cirurgia é uma forma mais leve de dizer: Se operamos ela tem 90% de chance de morrer só com a aplicação da anestesia.

Eu nunca fui religiosa, acho que Deus existe e até fui na igreja algumas vezes enquanto era criança, mas orar nunca foi a minha praia.

Mesmo assim eu fui até o canto da sala de espera e comecei a fazer uma oração silenciosa. Eu sei que a morte é inevitável, mas todos nós já sofremos com o baque da perda dos meus avós.

Não parece certo uma filha morrer poucos anos depois da mãe. Pedi, da minha maneira, para Deus preservar a vida da minha tia e, então o meu celular começou a tocar.
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Pessoal, estou com um problema de saúde chamado periodontite e não estou conseguindo atendimento no hospital público, então peço encarecidamente que orem por mim e vou deixar a minha chave PIX caso alguém queira me ajudar a comprar medicação para tentar cessar a minha dor:

43394861836
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O de 10h tá pago! Até daqui a pouco com um capítulo novinho ❤️

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Reencontros e desencontros - Livro 16 (Família Cavallero) [Em andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora