Segunda feira chegou em um piscar de olhos e eu recebi três ligações de escolas me chamando para entrevistas de emprego.
Obviamente eu aceitei porque já tinha pedido indicação para vários professores e ex colegas e sabia que faltar não só me faria perder oportunidades como também me ferraria no meio da pedagogia.
Tentei me preparar o máximo que deu apesar de todo o caos da mudança, mesmo assim fui super insegura para a entrevista em uma escola particular na zona nobre de São Paulo.
Assim que cheguei eu já fui recebida pela diretora e pela coordenadora que já se apresentaram super felizes:
– Meu nome é Mônica, eu sou coordenadora aqui.
– Prazer.
– E meu nome é Suzana, eu sou a diretora.
– Prazer.Entrei na sala de reunião suando horrores, torci para que não estivesse perceptível para outras pessoas.
Assim que me sentei na cadeira, respirei fundo e pedi para o mesmo milagreiro do dez na tese agir de novo:
– Clara Garcia Cavallero – Mônica leu e eu assenti – Formada em pedagogia pela PUC e já possui mestrado na área.
Suzana pegou o papel da mão da Mônica e olhou o meu currículo impressionada:
– Quais são as suas expectativas no nosso colégio?
Respirei fundo e lembrei do curso que eu fiz sobre entrevista de emprego, elas querem respostas prontas:
– A minha principal expectativa é acrescentar ao quadro de professores, ganhar experiência e tornar o aprendizado dos meus alunos algo leve e divertido.
– Por que é importante para nós ter alguém como você no time?
– Bom, eu adoro trabalhar em equipe, tenho muita experiência para trocar com os meus colegas e vou me dedicar 1000% ao colégio e aos alunos.
– O nosso colégio possui uma tradição de 120 anos no mercado, por que contratar alguém tão jovem seria uma boa escolha?Que porra de pergunta é essa? Meu Deus, eu não estava pronta para isso!
– Porque, apesar de toda a tradição, é sempre importante se manter atualizado, principalmente porque hoje em dia as tecnologias não precisam ser inimigas dos alunos, elas podem colaborar muito para o aprendizado e eu sei exatamente como integrar o tecnológico com o tradicional.
As duas olharam o meu currículo de novo e a diretora disse:
– O tema da sua tese foi "Como o YouTube afeta a educação das crianças"?
– Sim... – engoli em seco.
– Então, você acha que é possível usar o YouTube na sala de aula?
– Com certeza, os estímulos visuais e auditivos ajudam no desenvolvimento das crianças e, inclusive, os pais podem usar os mesmos vídeos em casa e fazer com que o aprendizado seja muito mais intenso.
– E por que intensidade seria bom?
– Porque as crianças são intensas, com elas nada é pela metade, tudo é por inteiro, então o aprendizado e o ensino também precisa ser assim.As duas se entreolharam, então a coordenadora perguntou:
– Onde você se vê em cinco anos?
– Eu me vejo como professora titular ajudando dezenas de crianças no desenvolvimento e cooperando para o novo sistema de ensino em que a tecnologia é benéfica para a educação.As duas se levantaram, me agradeceram e eu só consegui respirar direito quando saí da escola.
Eu sinto que não mandei bem na entrevista e que os cursos que eu fiz nunca serviram para nada, mas o importante é que eu tentei.
________________Pessoal, estou com um problema de saúde chamado periodontite e não estou conseguindo atendimento no hospital público, então peço encarecidamente que orem por mim e vou deixar a minha chave PIX caso alguém queira me ajudar a comprar medicação para tentar cessar a minha dor:
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Reencontros e desencontros - Livro 16 (Família Cavallero) [Em andamento]
Roman d'amourClara Cavallero é uma pedagoga recém formada e quando finalmente conclui o mestrado em pedagogia ela decide ir morar junto do seu namorado de longa data. Giovanni Salazar é um empresário por natureza, nasceu em berço de ouro e herdou o império Salaz...