Jade
O PA não respondeu mais. Será que ele vem? Ou não? Mando outra mensagem? Ai meu Deus, e agora? Enquanto eu andava de um lado pro outro do quarto sem saber o que fazer, ouvi leves batidas na porta. Respirei fundo e fui abrir.
Ao abrir a porta me deparo com o PA dando aquele sorrisão que deixa os olhos bem pequenininhos. Tem como não se encantar pelo PA? O sorriso dele iluminava os meus dias dentro da casa. E esse olhar, ah, esse olhar... acabou com todos os meus planos de viver a minha vida de solteira. Ele entrou antes que eu pudesse falar algo.
Ele me abraçou rápido, deu um beijo na minha cabeça e seguiu pra cadeira que estava ao lado da cama:
- E aí, Deja? Muita coisa aconteceu contigo aqui fora hein? Me conta como você tá, como tá tudo. Já que tudo que aconteceu comigo, você já sabe.
- Então, nem sei por onde começar. Até agora não consigo acreditar em tudo que está acontecendo, mas eu quero saber de você. Conseguiu ter um pouco de noção do que te espera aqui fora? Viu seu Instagram? Sua família te contou que você agora é o galã do Brasil? Conversou com seu empresário? As marcas estão loucas por você. Ah! Mas o mais importante, viu o Peazinho?
- Caralho! Que loucura né? Ainda não tenho noção de como vai ser minha vida daqui pra frente, já falei com meu Pai que quero voltar as pistas, mas até ele acha que vai demorar um pouco... eu tô com quase 8 milhões de seguidores, meu empresário falou sobre alguns contratos por alto, mas na real, eu ainda não absorvi nada do que isso significa. Tudo que eu queria era ver minha família e meu moleque. Passei quase todo tempo que cheguei no Hotel com ele no colo, ele tá gigante. Ele cabia em uma mão quando me despedi dele, agora preciso das duas.
Ver o PA feliz era contagiante, sério. Nunca vi alguém com o coração tão puro quanto ele. Ele seguiu falando de coisas que soube e descobriu, até chegar no "nosso fandom".
- Que loucura, Deja! Nós temos fãs em comum, como casal, pessoas que shippam a gente, enviam presentes pros meus pais, pros meus amigos. Que loucura!
- Pois. Eles são incríveis. Nossas nuvenzinhas. Estavam contando os dias para a gente se reencontrar. E acho que mandamos algumas pro hospital depois do nosso encontro no programa ao vivo.
- Então. Chegamos no ponto crucial da nossa conversa? O que você quis dizer com "estava te esperando"? O que significou aquele beijo? Eu tô no escuro aqui, Jade. Fui bombardeado com mil informações diferentes sobre você, sobre a gente. Eu preciso que você me explique.
- Eu quis dizer exatamente isso. Eu estava te esperando para que pudéssemos conversar e ver no que a gente vai dar, claro, se você quiser né? Já que agora tem fila de mulher esperando você.
- Para né? Não tô nem pensando nisso agora. O que eu quero saber é o que te fez mudar de impossível para cogitar me esperar?
- Ah, PA...
Eu me calei e fiquei encarando ele, como fazíamos dentro da casa.
- Não, Jade. Aqui a gente não tem câmera, não tem microfone. Somos só nós dois. Você precisa verbalizar para que eu possa entender porque das poucas coisas que vi até agora, você disse que seria impossível ter algo comigo aqui fora. E eu posso até ter me saído bem na entrevista, mas aquilo ali me pegou. Então, o bastão tá na sua mão. É sua vez de falar, Marrentinha.
Socorro Deus! Como eu ia explicar sem me enrolar mais ainda?
Continua...