Jade
Cheguei em casa exausta, ainda não estava recuperada da última semana no RJ. Pedi a Ninna que deixasse um japonês agendado pra mais tarde, quando o PA tivesse liberado da gravação. Tomei banho e deitei pra dormir até ele chegar.
Acordei com alguém deitando na minha cama e me aninhando no peito dele. Abri os olhos e dei de cara com o PA sorrindo:
- Oi, Marrentinha. Sono pesadão hein? Nem me viu chegar.
Dei um beijinho nele:
- Chegou tem muito tempo?
- Um pouco. Tempo suficiente pra tomar banho.
- Hum... tá com fome? Quer comer agora ou ficar aqui mais um pouco?
- Tô com fome, mas prefiro ficar aqui com você.
- Como foi seu dia? Tudo bem na gravação?
- Irado. E o seu? Brabo demais o ensaio, hein? Tu tá sempre nas cabeça, hein, Deja?
- Eu amo meu trabalho. Muito. Sei que tem gente que acha que é fútil, mas eu sou muito feliz fazendo o que faço.
- Não acho nem um pouco fútil. É incrível como você entende do seu trabalho, sabe? Você sabe de tudo. Ainda não pude te acompanhar pessoalmente aqui fora, mas lá na casa você sempre sabia o ângulo e a luz perfeita pra foto, sabia como fazer a publicidade, sabia o cronograma, nunca errava o nome das marcas ou falava de uma marca proibida. Não canso de dizer o quanto você é braba!
Beijei ele depois desse elogio tão atencioso.
- Por falar em acompanhar pessoalmente. Quero muito te ver correndo. Sério, PA. Fiquei impressionada com os vídeos que vi. Nossa você parece outra pessoa na pista.
Ele me perguntou com um tom de surpresa na voz:
- Você assistiu aos meus vídeos? Digo, aos meus vídeos competindo?
- Claro que assisti! Eu fiz maratona de tudo sobre você aqui fora. Eu sentia que a gente não tinha conversado o suficiente sobre as coisas. Então busquei conhecer mais do seu trabalho. Você é incrível nas pistas!
Ele me virou de barriga pra cima e se encaixou em mim, me enchendo de beijos:
- Só na pista que eu sou incrível, Deja?
E mais beijos:
- Só?
- Você sabe que não.
Mais beijos.
- Sei?
- Sabe
Mais beijos.
- Onde eu sou incrível, Deja?
- Fora das pistas, você também é incrível.
Mais beijos.
- E você não lembra nenhum lugar específico que eu seja incrível?
Ele fez um movimento apontando a cama. Eu gargalhei!
- Ah, PA. Você se acha demais, mano. Dá licença. Não vou te falar isso de jeito nenhum.
Ele riu e rolou pro lado me levando com ele. Ficamos por mais um tempo assim, entre beijinhos, carícias, carinhos e provocações até nossa comida chegar.
- Tu pediu comida?
- Deixei agendada a entrega pra um horário que eu imaginei que você já teria chegado. Não sabia se queria sair hoje, pensei em comermos em casa.
- Mil a zero, eu só queria ter a chance de pagar alguma coisa. Tô de graça em sua casa, comendo da sua comida, não gosto de ser escorado não.
- Falou o cara que pagou hospedagem e jantar no Copa, tipo, ontem.
- Tá, tá. Mas amanhã é minha última noite aqui. Deixa eu te pagar um jantar. Você escolhe o lugar. Pra gente ter o nosso primeiro date oficial.
- Ontem não valeu?
- Não. Fomos na última sessão, de moletom e capuz. Amanhã eu quero te levar pra jantar num lugar que você goste, trajados. Andar de mãos dadas com você pra todo mundo ver que a gente tá junto mesmo. Na real.
Tinha como não amar as coisas que o PA falava? Não tinha.
- Certo. Agora vamos comer. Pedi ceviche pra gente!
O jantar foi ótimo. Dividimos os acontecimentos dos nossos dias, o PA falou sobre o Peazinho e como está lidando com a saudade, conversamos sobre as propostas de trabalho. Ele me ajudou a limpar tudo e fomos pra cama depois de escovar os dentes e obriga-lo a fazer minha rotina de skin care comigo.
Eu estava com uma t-shirt larga e quando eu já ia deitar na cama, ele falou:
- Você me enganou com esse papo de dormir nua.
- Não seja por isso. - Tirei a camiseta e fiquei só de calcinha. Ele me olhou com aquela cara de "tá de sacanagem?". Tirei a calcinha e ele sorriu com 50 dentes.
Deitei na cama, ele me trouxe pros braços dele e fez amor comigo lentamente até dormimos exaustos de prazer.
Além das nossas respirações eu conseguia ouvir os nossos batimentos seguindo o ritmo da música que tocava ao fundo.