PA
Não queria dividir a noite com a Jade com mais ninguém, então aluguei um carro pra evitar andar de carro de aplicativo e podermos ter o quanto conseguíssemos de privacidade.
Meu compromisso no Flamengo durou o dia todo, mas troquei mensagem com a Jade sempre que tinha um tempinho.
Cheguei no hotel a Coletiva tava rolando ainda, então tomei banho, me arrumei e desci para esperá-la. Não tinha credencial pra a Coletiva, então pedi ao David pra liberar minha entrada.
Ela estava linda, sentada no meio de tantos nomes da televisão. Braba demais, se portava com um ar de quem sabia o que tava fazendo, nem parecia que tinha 20 anos. É, eu me tornei o maior fã de Jade Picon. A minha entrada causou um pouco de comoção e alguns jornalistas viraram pra me ver. Um jornalista então resolveu fazer uma pergunta pra Jade.
- Jade, sabemos que a série vai ser gravada fora do país, vimos que o PA acabou de chegar aqui, você não vai ter problemas em gravar fora do Brasil, em meio a um relacionamento tão novo?
- Na verdade, a minha personagem terá poucas aparições, então a minha estadia fora do país não será extensa, será como uma pequena viagem e mesmo que assim não fosse, não haveria problema nenhum em relação ao PA e ao que estamos construindo juntos. Ambos entendemos perfeitamente o trabalho do outro e topamos estar juntos sabendo, inclusive, que moramos em estados diferentes.
A Jade não hesitava ao responder as perguntas, eu precisava ser mais como ela. A entrevista acabou, ela tirou fotos com o elenco e quando liberou veio até mim.
- Amei você ter vindo! Obrigada por isso.
Nem pude responder porque os fotógrafos começaram a pedir fotos nossas. Depois de alguns minutos conseguimos sair. Nos despedimos do David e seguimos em direção a garagem do hotel.
Abri a porta do carro pra ela e ela foi surpreendida com um buquê de flores no banco do carona.
- PAAAA! Sério? É pra mim?
- Claro. Eu falhei contigo ontem, mas não irá se repetir nunca mais. Eu te prometo. Gostou?
- Amei, PA!
Ela me deu um beijo e entrou no carro. Fechei a porta e dei a volta pra assumir o volante.
Fomos conversando sobre os acontecimentos do dia e ouvindo música. E nós dois paramos de falar exatamente quando tocava "Pode Ficar" do L7.
- E aí, Marrenta? Quer ir embora ou quer ficar?
Ela me olhou com aqueles olhos que me fazem esquecer meu nome.
- Eu tô aqui, não tô? E não quero ir embora.
Abri meu maior sorriso, não podia ser diferente ao ouvi aquilo.
- Então, pode ficar.
Chegamos ao Fasano. Abri a porta do carro pra Jade e entreguei a chave ao manobrista. Assim que entramos no hotel e fomos levados ao Gero, a Jade falou:
- Isso tem dedo do Scooby, não tem?
Eu ri e não respondi.
O Scooby era realmente o dono do Rio de Janeiro e a filosofia de vida dele que ter amigos valia mais do que dinheiro estava completamente certa. O amigo dele que agilizou tudo pra mim, simplesmente tinha ido pás cabeça. Esquece. O moleque reservou a melhor mesa, com uma localização discreta para que o jantar saísse como eu planejei. Deixou check-in pronto, com a chave entregue discretamente no restaurante pra Jade não perceber.
Quando nos acomodamos na mesa, eu falei:
- Será que você sabe o quanto você é linda, Deja?
Visão. Eu não me canso de te olhar e parece que cada vez você tá mais linda e a sensação é que eu tenho é que eu não te digo isso o suficiente.As bochechas dela ficaram vermelhas.
- Ah PA, para com isso. Eu fico sem graça, mas obrigada. Se você não se achasse tanto eu te falaria mais vezes o quanto você é lindo também.
- Foram tantos momentos que quis te dizer que você tava linda lá dentro do programa, mas me segurava. Caralho, na sua primeira festa de líder, você tava sensacional.
- Você e sua bronca. Não queria mostrar pro Brasil o que sentia. Era só aquele papinho de "mina maneira" e "coração blindadão".
- Ah pronto. Tá de sacanagem, né? Falou a broncuda que disse "sem chance" pra gente aqui fora e desde então não sai da minha cama.
Ela gargalhou.
- Você se acha muito, mano! Dá licença! E na verdade, você que não saiu da minha cama.
Continua...