Capítulo 27 - São Paulo Day 01 - Parte 01

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Jade

Fomos acordados com o telefone do hotel tocando sem parar. O PA levantou no susto para atender.

- Hum? Visão. Falou. Vou colocar agora. Tá, tá. Valeu. Te amo.

Ele desligou e veio me chamar.

- Deja? A gente precisa levantar. Nosso voo é daqui a duas horas. O Teteu já estava subindo pra chamar a gente porque nossos celulares estão na caixa.

Pulei da cama:

- Meu Deus! O David deve estar louco!

- Todo mundo tá louco. Nossos empresários estão lidando com a repercussão do ataque que você sofreu e do nosso beijo no meio da Sapucaí. O Teteu disse que está em todos os lugares.

Respirei fundo lembrando da noite passada e da realidade de hoje. Vesti uma camisa do PA e sentei na cama. Ele estava procurando nossos celulares e carregadores, quando eu o chamei.

- PA.

- Oi. Fala.

- A gente precisa conversar.

- Qual foi, Deja? Do nada ficou bolada.

- Fiquei preocupada com você. Eu estou acostumada com isso. A lidar com ataques e repercussão das coisas que envolvem meu nome, mas você não. Tudo é muito novo pra você e ver seu nome envolvido em tanta coisa, pode não ser legal nas primeiras vezes, uma hora você acostuma, mas eu não queria mesmo que você lesse coisas que te entristeçam. Ainda por cima por algo que não te diz respeito. Só diz respeito a mim. E o que me dói é você sofrer por isso.

PA deu a volta na cama e se sentou na minha frente.

- Jade, eu vou repetir o que eu te disse ontem. Eu acredito na gente. No que você sente e no que eu sinto e só isso importa. O que me deixa triste é ler coisas sobre você que não são reais, mas eles não te conhecem. Eu te conheço. Então. Fodam-se.

O PA me beijou fazendo carinho no meu rosto:

- Agora vamos, pra não perdermos o voo. Olha a bagunça desse quarto! Ainda precisamos comer algo antes de ir.

Eu fiquei olhando pro PA, pensando em como o coração dele era gigante ao ponto de não se importar com o que a repercussão do relacionamento da gente poderia causar pra carreira dele. Que sorte a minha, de ter alguém que está ao meu lado, mesmo quando deveria fugir.

PA

Dizer que estávamos em todos os veículos era pouco. O bagulho tava sinistro. Nossos celulares explodiram quando ligamos. Nossos empresários loucos pedindo pra eu ficássemos quietinhos hoje. Só que a gente precisava ir pra São Paulo. E eu já tinha visto que não dava pra passar despercebido no aeroporto.

Comemos enquanto arrumávamos nossas coisas, nos despedimos do Teteu e da Hyan Joo. Fizemos o check-out do hotel e seguimos pro Aeroporto. No carro fizemos nosso check-in pra evitar circular muito no aeroporto, já que não iríamos despachar bagagem.

Jade achava melhor irmos separados, mas eu não queria deixar ela sozinha, então insisti para irmos juntos e ela cedeu. Fomos direto pro embarque quase correndo. Tive que dizer que estava quase perdendo o voo para não parar muito, se não, eu realmente perderia o voo. No embarque, não teve jeito, fomos abordados até a chamada do nosso voo, mas graças a Deus só ouvimos coisas boas das pessoas que vieram nos cumprimentar.

Chegamos em São Paulo e fomos direto pro apartamento da Jade. Estávamos morrendo de sono, então apagamos até a noite.

Quando despertei a Jade já não estava mais na cama. A encontrei na sala, ajeitando a pequena mesa pra gente comer. Ela me viu e parou o que estava fazendo pra falar:

- Pedi comida do vegano que eu mais amo. Já que você gostou da carne vegana, eu pedi pra gente matar as saudades.

- Jurava que nosso jantar seria tapioca. Já que é sua especialidade.

- Bobo!

Eu me aproximei dela, dando um beijo a cabeça.

- Sabe o que eu pensei? Se você topar e achar que dá pra ir tranquilo.

- Quê?

- Queria muito ir ao cinema. Será que a gente consegue ir sem chamar muita atenção? Se não der, a gente pode ver algo aqui, mas eu queria muito ir ao cinema com você.

- Vamos sim. É algo que você quer fazer e super dá. A gente vai na última sessão. Sem chamar atenção é impossível. Você chama atenção até subindo elevador, mas vai ser incrível terminar o domingo com um cinemimha. Adorei a ideia. Eu não fui ao cinema desde que saí da casa.

Continua..

Depois do Fim - Jade e P.A.Onde histórias criam vida. Descubra agora