Jade
A nossa noite tinha sido perfeita. E se não fosse pelo fato que em poucas horas a gente precisaria se despedir, nosso dia também seria.
Depois do café voltamos pra cama e ficamos juntinhos, aninhados um no outro, conversando sobre tudo, até que o PA entrou no assunto "nós":
- Deja, o que muda agora? Tipo, agora que a gente tá oficialmente namorando. O que muda de hoje em diante do que estava acontecendo até ontem?
- Nada, PA. Agora só demos nome ao que temos, mas pra ser bem sincera a gente já tem vivido experiências de um casal desde o primeiro beijo né?
- Mano, eu não tinha noção nenhuma que as pessoas nos enxergavam como casal, porque na verdade, eu mesmo não achava que éramos um casal.
Eu tive que perguntar:
- E você achava que a gente era o que, PA?
- Mano, não sei! Sabia que a gente não era só amigo, claro. Nossa conexão foi imediata e tal, mas não via a gente como um casal quando eu comparava com os outros da casa, saca? Na real, se fosse aqui fora a gente seria "contatinho" não é dona Jeidi? Como a gente "morava junto", eu não sabia muito como definir a gente. E você?
- Você era minha conchinha. E sim, eu entendia que a gente era um casal, porque o respeito que a gente tinha um pelo outro não era só de "contatinho". Eu jamais me envolveria com outra pessoa lá dentro, nem ficaria com "brincadeiras bobas e gostosas", então eu nos via como um casal que respeitava seu espaço no jogo e o tempo para as coisas fluírem de forma natural.
- Você tocou no lance das "brincadeiras bobas e gostosas"... você viu algo que te deixou bolada comigo?
- Claro que não, PA! Eu sabia que pra você não passava disso, de brincadeira. Ou estava enganada?
- Tá maluca? Tá de sacanagem né? Até de viúvo me chamaram quando você saiu do programa...
- Não entendi o porquê. - Continuei imitando a voz dele: Coração blindadão, pô!
Ele me atacou fazendo cócegas para encerrar o assunto.
- Mas sério, Deja. Não muda nada, agora? Eu nunca namorei, então não sei o que devo fazer, como devo me portar, sei lá. Não quero te decepcionar.
- Eu acho que a parte mais difícil vai ser lidar com a distância e as nossas agendas, o restante não muda nada do que a gente tem vivido nos últimos dias, mas eu preciso te pedir uma coisa. Preciso que você tenha paciência comigo. Que não mantenha a sua bronca quando você achar que eu tô mantendo a minha. Eu sou ciumenta, PA. Tá complicado ler tudo que eu tenho lido sobre você, o interesse declarado de todas as mulheres do Brasil em você. Às vezes eu fico imaginando como deve ser a sua direct... Então o que você vai enxergar como bronca, vai ser ciúme. E eu tô te dizendo isso logo para você entender como eu funciono.
- Mil a zero, Deja. Voce também vai precisar ter paciência comigo. E nunca deixar de me dizer o que tá te incomodando diretamente pra mim. Fechou? E já que você tocou nesse assunto, eu quero deixar claro que você não tem e nem vai ter motivo nenhum pra sentir ciúme. Eu entrei na casa solteiro, não tava nem ficando com ninguém antes do programa. E daí você surgiu e zerou pra mim. Papo reto? Não vou mentir pra você que nunca fui tão "paquerado" como agora, mas tô fechadão contigo e isso que importa.
- Promete?
- Prometo.
- Promete que um dia se interessar por alguém, vai ser sincero comigo antes? Eu não suportaria ser traída por você, PA. Não por você.
- Oh Marrenta. Eu nunca te trairia. Papo de visão.
- Tá. Eu acredito em você.
Ele segurou meu queixo e depois de um beijo longo ele disse:
- Eu acredito na gente.
Fizemos amor e dormimos por algumas horas até chegar a hora de nos despedir.