Jade
Assim que desliguei a ligação com meu pai, liguei pra Nina e expliquei o que tinha pensado e que precisaria da ajuda dela pra fazer acontecer. Eu sabia que ela tinha se aproximado dos amigos do PA durante os mutirões, em especial do Patrick que era o melhor amigo do PA e que iria trabalhar com ele de agora em diante.
Eu sabia que a agenda do PA no fim de semana era exclusiva para um evento na Associação dele. A minha programação inicial era passar o fim de semana em Cotia, a pedido do meu pai, por isso não cogitei ir à Vila Velha. Também não cogitei a saudade que sentiria, então, não vi outra opção que não fosse pegar o primeiro voo para o ES no sábado.
A sexta-feira foi cheia tanto pra mim quanto para o PA, trocamos mensagens durante o dia e nos falamos por vídeo a noite. Ele estava mega cansado e quase dormindo na chamada.
- Dorme, PA. Você tá cansado. Amanhã a gente se fala.
- Não Deja, quero me despedir de você ainda não. Tá cedo. Tu não vai sair hoje não?
- Não. Tô cansada. O dia foi longo.
- Vai amanhã pro interior?
- Vou. Almocei com meu pai hoje e marquei de ir pra casa dele amanhã e no domingo vou passar o dia com a minha mãe. E você? Fim de semana de Evento na Associação?
- É. Amanhã com as crianças e no domingo com os paratletas.
- Lindo o seu trabalho e do seu pai, PA. Muito orgulho.
- Valeu, Deja.
Eu senti que ele quase cochilou, então resolvi finalizar a ligação e arrumar minha mala. Meu voo era bem cedo, eu chegaria antes das 8 horas em Vitória e o Patrick me pegaria para ir encontrar o PA na casa dele antes do Evento na Associação. Pedi ao Patrick para avisar ao menos aos pais dele, para não chegar na casa deles totalmente no escuro.
Cheguei no aeroporto de Vitória e o Patrick já estava me esperando.
- Fala Deja, fez boa viagem?! Seja bem vinda ao Espírito Santo.
- Simmmm! Obrigada pelo suporte nessa surpresa!
- Que isso! Você é minha cunhadinha já!
Abracei ele e seguimos pro carro.
A vista da ponte que separava Vitória de Vila Velha era incrível. Fiz um vídeo, mas só postaria depois que fizesse a surpresa pro PA.
O PA morava com os pais em uma casa que mais parecia uma chácara com tanto verde, um lugar lindo. O Pai deles nos recebeu.
Eu o cumprimentei logo para agradecer por abrir as portas da casa dele para me receber.
- Olá, Seu Camilo. Muito obrigada por me receber em sua casa e ajudar na surpresa pro PA, me desculpa o trabalho.
Ele me abraçou.
- Seja bem vinda, minha filha. Não precisa me chamar de "Seu" não, Camilo tá bom... ou tio, como você achar melhor. E nem agradecer ou pedir desculpa, o Pandé vai ficar muito feliz. Vamos entrar antes que ele acorde pra não estragar a surpresa.
Quando entramos a mãe dele estava preparando uma mesa de café da manhã. E abriu um sorriso vindo ao meu encontro.
- Ohhhh Jade. Que bom tê-la aqui conosco. Seja bem vinda, minha filha. Fica a vontade. O Patrick ajuda você a subir e indica o quarto do Pandé.
- Muito obrigada, Dona Mary. Por abrir sua casa para mim. Não tenho palavras. Trouxe um presentinho pra a senhora e pro seu Camilo também. Vou pegar na mala.
- Imagina. Não precisava ter trazido nada. Depois você vê isso, é melhor você subir pra o Pandé não acordar.
- Certo. Obrigada.
- Por aqui Deja. Vou colocar sua mala aqui e depois você leva. O quarto do PA é esse. Vou voltar pra casa, mas a gente se vê mais tarde.
- Obrigada, Patrick. Não tenho palavras. Juro. Você e a Nina, juntos, são imbatíveis!
- Valeu, Deja. Faço tudo pra ver esse cara aí feliz.
Ele desceu as escadas e eu me aproximei da porta do quarto.
Engraçado como as coisas são, eu vim tão confiante, tão decida e agora que estou aqui apenas com uma parede separando a gente e estou tremendo de medo. Respirei fundo e abri a porta...
Continua.
Devo confessar a vocês que tinha pensado em um plot twist pra essa surpresa, mas estamos precisando de mimos, né, Jadrezinhas?