PA
Voltar pra casa me reenergizava, me dava a força que eu precisava pra seguir em frente. Estar com o Peazinho nos braços, cercado pelas pessoas que eu mais amava no mundo era incrível, mas não era mais perfeito porque faltava a Jade. E o Scooby também.
Desde a hora que desci do avião e encontrei o Peazinho meio doente, não desgrudei dele. Pedi a Thays que o deixasse comigo esses dias que eu ficaria em Vila Velha e ela não se opôs, só estava preocupada com a gripe, mas me passou todas as orientações que a pediatra tinha dado e deixou ele comigo.
Assim que coloquei ele na cadeirinha do carro, peguei o celular para responder a Jade. Ela tinha me enviado uma mensagem assim que viu meu story e a mensagem que deixei pra ela no WhatsApp.
Na mensagem ela falava de 3 coisas que eu sempre me questionava se era real ou estava vendo coisas. Ela falou sobre conexão, sintonia e reciprocidade. É muito louco, porque na real, nossa sintonia e nossa conexão foram instantâneas. No dia que ela entrou na casa, eu senti uma parada diferente. Nosso beijo encaixou no primeiro instante. Foi foda. O sexo, caralho, era coisa de outro mundo. Era aquela parada, tinha que ser mesmo.
Ela respondeu que me avisaria quando chegasse em casa. Foquei no cuidado com o Peazinho, quando ele dormiu, aproveitei pra comer e tomar um banho. A Jade ainda não tinha avisado que estava em casa, então imaginei que o jantar com o Léo tinha sido longo, ela disse que falaria sobre a campanha da Approve com ele.
Quando eu deitei na cama, meu celular apitou uma mensagem da Jade:
- "Meu quarto ainda tem seu cheiro, de vazio eu entendo..." 🥹🥹🥹 Difícil deitar nessa cama e não lembrar de você. E sim, seu cheiro ainda está aqui mesmo. ❤️🔥
Caralho. Como eu ia aguentar ficar sem ver a Jade por no mínimo 10 dias? Seria foda. Liguei pra ela e me deparei com ela na cama, cabelo preso, bagunçado, enrolada no edredom parecendo nua.
- Oi, Namoradinho.
- Oi, Marrentinha.
- Como tá o Peazinho? Melhor? Dormiu?
- Tá sim. Não teve mais febre e tá aqui, dormindo bem tranquilo. Ao contrário do pai dele que não vai conseguir dormir tranquilo sabendo que você tá aí desse jeito.
- Ai, PA. Sério. Você deixou seu cheiro aqui. Juro que pra mim tá bem pior conseguir dormir sem você aqui.
Ela fez um silêncio encarando a tela do celular e antes que eu pudesse responder, continuou:
- Preciso falar com você sobre a minha conversa com Léo. Ele aceitou e dentre as minhas sugestões, acha que Jericoacoara seria a melhor opção. Ele vai falar com a equipe dele para reajustarem tudo e mandar pra gente.
- Você é braba demais, Deja. Adoro te ver falando de trabalho. Broncuda. Ninguém te passa a perna.
Ela riu.
- Eu amo o que faço. É isso. E aí?! Pronto pra bateria de exames amanhã?
- Visão. Amanhã vai ser foda. O dia todo nessa. Precisamos descobrir tudo. Como meu corpo está. Mesmo sem ir pro Mundial, eu preciso manter uma rotina de treino e pra isso preciso saber como as coisas estão aqui dentro. Preciso voltar pra uma dieta balanceada. Acho que os dias que comi melhor foi em sua casa esses últimos dias.
- Eu sei que sou demais!
- Ah tá, agora foi que deu.
Continuamos conversando até que o Peazinho despertou chorando.
- Deja, eu vou precisar desligar. Tá ouvindo o choro né?
- Tô sim. Vai ficar com ele. A gente se fala amanhã. Boa noite. Te adoro.
- Eu também. Beijão.
Desligamos e eu fui cuidar do Peazinho. Fiquei com ele no colo até dormir novamente. E acabei dormindo pensando em como seria mais fácil se morássemos na mesma cidade.
Jade
Assim que desliguei com o PA, tive uma ideia, mas para isso precisava falar com meu pai antes de colocá-la em prática.
- Pai, te acordei?
- Oi, filha. Não. Tá tudo bem?
- Tá sim. Eu queria saber se você não tem como vir jantar aqui em São Paulo amanhã e me liberar do fim de semana em família em Cotia.
- Por que, filha? Aconteceu algo.
- Não, eu só queria viajar no fim de semana... pro Espírito Santo.
- Vai ver o bonitão? Como eu aprovo, eu libero você. Mas amanhã prefiro almoçar com você e com o Léo. Tenho uma jantar de negócios aqui.
- Marcado. Te amo, pai. Beijo. Até amanhã.
Agora eu precisava acionar a Nina e o Patrick, para me ajudarem a ir ao Espírito Santo sem que o PA soubesse. Ele tinha me dito pra não demorar, então eu resolvi não demorar...