Capítulo 33 - Não Demora - Parte 02

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PA

Voltar pra casa me reenergizava, me dava a força que eu precisava pra seguir em frente. Estar com o Peazinho nos braços, cercado pelas pessoas que eu mais amava no mundo era incrível, mas não era mais perfeito porque faltava a Jade. E o Scooby também.

Desde a hora que desci do avião e encontrei o Peazinho meio doente, não desgrudei dele. Pedi a Thays que o deixasse comigo esses dias que eu ficaria em Vila Velha e ela não se opôs, só estava preocupada com a gripe, mas me passou todas as orientações que a pediatra tinha dado e deixou ele comigo.

Assim que coloquei ele na cadeirinha do carro, peguei o celular para responder a Jade. Ela tinha me enviado uma mensagem assim que viu meu story e a mensagem que deixei pra ela no WhatsApp.

Na mensagem ela falava de 3 coisas que eu sempre me questionava se era real ou estava vendo coisas. Ela falou sobre conexão, sintonia e reciprocidade. É muito louco, porque na real, nossa sintonia e nossa conexão foram instantâneas. No dia que ela entrou na casa, eu senti uma parada diferente. Nosso beijo encaixou no primeiro instante. Foi foda. O sexo, caralho, era coisa de outro mundo. Era aquela parada, tinha que ser mesmo.

Ela respondeu que me avisaria quando chegasse em casa. Foquei no cuidado com o Peazinho, quando ele dormiu, aproveitei pra comer e tomar um banho. A Jade ainda não tinha avisado que estava em casa, então imaginei que o jantar com o Léo tinha sido longo, ela disse que falaria sobre a campanha da Approve com ele.

Quando eu deitei na cama, meu celular apitou uma mensagem da Jade:

- "Meu quarto ainda tem seu cheiro, de vazio eu entendo..." 🥹🥹🥹 Difícil deitar nessa cama e não lembrar de você. E sim, seu cheiro ainda está aqui mesmo. ❤️‍🔥

Caralho. Como eu ia aguentar ficar sem ver a Jade por no mínimo 10 dias? Seria foda. Liguei pra ela e me deparei com ela na cama, cabelo preso, bagunçado, enrolada no edredom parecendo nua.

- Oi, Namoradinho.

- Oi, Marrentinha.

- Como tá o Peazinho? Melhor? Dormiu?

- Tá sim. Não teve mais febre e tá aqui, dormindo bem tranquilo. Ao contrário do pai dele que não vai conseguir dormir tranquilo sabendo que você tá aí desse jeito.

- Ai, PA. Sério. Você deixou seu cheiro aqui. Juro que pra mim tá bem pior conseguir dormir sem você aqui.

Ela fez um silêncio encarando a tela do celular e antes que eu pudesse responder, continuou:

- Preciso falar com você sobre a minha conversa com Léo. Ele aceitou e dentre as minhas sugestões, acha que Jericoacoara seria a melhor opção. Ele vai falar com a equipe dele para reajustarem tudo e mandar pra gente.

- Você é braba demais, Deja. Adoro te ver falando de trabalho. Broncuda. Ninguém te passa a perna.

Ela riu.

- Eu amo o que faço. É isso. E aí?! Pronto pra bateria de exames amanhã?

- Visão. Amanhã vai ser foda. O dia todo nessa. Precisamos descobrir tudo. Como meu corpo está. Mesmo sem ir pro Mundial, eu preciso manter uma rotina de treino e pra isso preciso saber como as coisas estão aqui dentro. Preciso voltar pra uma dieta balanceada. Acho que os dias que comi melhor foi em sua casa esses últimos dias.

- Eu sei que sou demais!

- Ah tá, agora foi que deu.

Continuamos conversando até que o Peazinho despertou chorando.

- Deja, eu vou precisar desligar. Tá ouvindo o choro né?

- Tô sim. Vai ficar com ele. A gente se fala amanhã. Boa noite. Te adoro.

- Eu também. Beijão.

Desligamos e eu fui cuidar do Peazinho. Fiquei com ele no colo até dormir novamente. E acabei dormindo pensando em como seria mais fácil se morássemos na mesma cidade.

Jade

Assim que desliguei com o PA, tive uma ideia, mas para isso precisava falar com meu pai antes de colocá-la em prática.

- Pai, te acordei?

- Oi, filha. Não. Tá tudo bem?

- Tá sim. Eu queria saber se você não tem como vir jantar aqui em São Paulo amanhã e me liberar do fim de semana em família em Cotia.

- Por que, filha? Aconteceu algo.

- Não, eu só queria viajar no fim de semana... pro Espírito Santo.

- Vai ver o bonitão? Como eu aprovo, eu libero você. Mas amanhã prefiro almoçar com você e com o Léo. Tenho uma jantar de negócios aqui.

- Marcado. Te amo, pai. Beijo. Até amanhã.

Agora eu precisava acionar a Nina e o Patrick, para me ajudarem a ir ao Espírito Santo sem que o PA soubesse. Ele tinha me dito pra não demorar, então eu resolvi não demorar...

Depois do Fim - Jade e P.A.Onde histórias criam vida. Descubra agora