Encontro

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Yuji estava nervoso.
Como poderia não estar, ele ia conhecer os amigos de Sukuna naquele dia, e tudo o que desejava era lhes dar uma boa primeira impressão.

Três semanas tinham se passado desde que eles tinham se reencontrado. Toda aquela situação ainda o deixava confuso, nervoso e assustado. A mulher que ele chamava de mãe tinha mentido para ele por quase dezoito anos. Como ela pode ter mentido sobre algo tão importante era algo que ele não conseguia entender.

Seu pai estava vivo. Vivo!
Não tinha morrido em um acidente de carro, quando Yuji ainda era criança. E ele tinha um irmão. Gêmeo. Um irmão gêmeo! Não apenas alguém com quem compartilhava o mesmo sangue, mas alguém com quem dividiu um utero.

Um suspiro saiu dos seus lábios chamando à atenção do outro homem de cabelo rosa. Seu cabelo sempre foi peculiar, mas ver agora que não era o único a ter aquela cor incomum o deixava contente.

-Qual o problema agora? -Sukuna perguntou do seu modo brusco comum.

Nas poucas semanas que passarão juntos Yuji tinha descoberto que apesar de ser idênticos em aparência, seus comportamentos era completamente diferentes. Era como seu pai agora costumava dizer. "Vocês são como o sol e a lua." Pelo sorriso brilhante de Yuji, não era difícil dizer qual era qual.

-Ainda falta muito para chegar? -Por ter vivido na Inglaterra todos esses anos. O Japão, precisamente Tóquio era um enigma para ele.

-Por que o nervosismo? Eles não vão te comer... -Yuji pareceu aliviado. -Talvez. Sukuna rio grosseiramente dando arrepios ao menor.

Yuji fechou o rosto e caminhou com pressa deixando seu irmão para trás.

-Ei garoto, me espere. -Ele o ignorou. -Estou falando com você maldito!

Yuji rio e sentiu quando as mãos de seu agora perseguidor irmão quase o tocaram. O que começou com uma provocação se tornou uma disputa para ver quem chegava primeiro. O local nenhum dos dois realmente sabia qual era. Virando uma curva na calçada desviando de todos o máximo que podia, ele apenas pode ver um borrão cor de rosa quando foi ultrapassado, olhando para trás no último momento, sorrindo como um louco estava Sukuna, "Eu vou ganhar garoto!" poderia ser lido em sua expressão. Não, definitivamente não, ele não deixaria acontecer. Com um último impulso o ultrapassou novamente, olhou para trás e mostrou a língua.

-YUUUJJJIII!!! -Ele ouviu Sukuna gritar. Mas era tarde demais pois já tinha se chocado contra algo ou melhor alguém.

O primeiro que ele sentiu foi que estava no chão, mas não directamente sobre ele. O segundo foi como mãos grandes o seguravam com firmeza. Ele levantou a cabeça lentamente e um som entre um suspiro e um gemido sairam de sua boca.

Infinito.
Era com mergulhar em um infinito mar azul celeste.

Como era possível alguém ter olhos como aqueles.

-...Yuji-kun? -Uma voz suave sussurou seu nome o fazendo recobrar os sentidos. Quanto tempo tinha se passado? Minutos, segundos, horas? Tudo parecia se tornar lento a presença daqueles olhos.

-Me perdoe... Me perdoe... Me perdoe. -Quase gritou. -Eu sinto muito... Eu não estava olhando... Me perdoe... Me perdoe... Ahh que vergonha!!

-Tudo bem! Estou bem, não se preocupe. -Respondeu segurando um pouco as gargalhadas que se acumulavam em sua garganta. -Foi um acidente, apenas um acidente. -Disse rindo um pouco do quão nervoso ele estava.

-Humm... Você poderia...

Antes se terminar a frase Yuji se apressou a se levantar. Ele apertou um pouco mais suas mãos ao seu redor tentando algum tipo de conforto. Yuji piscou perplexo e tentou novamente com um pouco mais de cuidado, ao estar de pé estendeu a mão para o homem no chão. Ele a pegou gentilmente com um sorriso largo.
Alto, ele era muito alto. Seus cabelos eram brancos, usava roupas negras bem ajustadas ao corpo e era talvez da sua idade. Vendo como era observado, ele se abaixou lentamente e pegou um par de óculos negros. Graças a deus não estavam quebrados!

-Você não respondeu a minha pergunta. -Pronunciou cada palavra sem abandonar seu sorriso. Aquilo fez as bochechas vermelhas de Yuji quase se tornarem roxas.

-Humm?! -Ele tinha feito alguma? A dúvida cruzou a sua mente.

-Yuji-kun... Seu nome é Yuji-kun? -Aquilo foi mais uma afirmação que uma pergunta.

Antes que respondesse, apenas sentiu quando alguém golpeava sua cabeça. Ao olhar em volta viu que não estavam sozinhos, não apenas seu irmão estava ali de pé os observando, mas também outras cinco pessoas.

 Ao olhar em volta viu que não estavam sozinhos, não apenas seu irmão estava ali de pé os observando, mas também outras cinco pessoas

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Uma parte dele ainda não acreditava em seu amigo quando esse disse que tinha um irmão gêmeo. Mas agora de frente aquele garoto era impossível não crer nas suas palavras. Quando Sukuna disse que iria fazer um tour pela cidade. Ele prontamente se ofereceu para acompanhar. Depois de contar aos seus outros amigos, eles também se prontificaram em os acompanhar. Obviamente não contaram a Sukuna, ele claramente recusaria. Todos estavam indo em direção ao ponto de encontro no centro da cidade, dali decidiriam para onde ir. Porem antes de chegar lá, foi completamente atropelado por alguém que a princípio pensou ser Sukuna. Mas ao ver aquelas bochechas coradas, aqueles olhos marrom avermelhados com um certo interesse? E aquela voz suave e de certo modo adocicada. Não tinha como negar aquele não era o grosso, ranzinza como um velho e boca suja do Sukuna. Ao contrario, era alguém que tinha conseguido chamar a sua atenção e pelo modo como o garoto o via, também podia dizer que ele se sentia igual.

-Sim, é você. Eu não o confundiria mesmo se eu fosse cego. -Algo que bem poderia acontecer devido aquela maldita sensibilidade a luz.

O garoto inclinou a cabeça ao lado confuso, fazendo com que mechas cor de rosas deslizassem por seu rosto, um sutil sorriso cruzou seus lábios. Ele era bonito, e não apenas por fora, mesmo sem conhecê-lo era possível dizer que não existia um coração mais puro e bondoso do que o seu.

-Satoru.

-Humm? -Indagou confuso.

-Meu nome é Gojo Satoru.

ENTRE O AZUL E O INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora