Capítulo 14

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Eu fui subindo pro "camarote", e vi o KL cheirando pó.

Doralice: Caralho, limpa essa merda. - Passei a mão pelo pó, derrubando tudo no chão.

KL : Porra, Doralice! Não corta minha brisa, porra. - Me empurrou, e eu fui pra cima dele.

Doralice: Qual foi? Na frente de geral. - Ele me olhou arrependido. - Pau no cu, isso que tu é. - Me afastei dele, e fiquei observando o movimento de cima.

Era criança, misturado com adolescente fudido da cabeça.

Peguei uma bebida, e fiquei bebendo sozinha.

2K : Aí, patrão ta te chamando. - Me cutucou com a porta da arma, e eu ignorei a existência dele.

Doralice : Manda ele se foder! - Virei o copo, e ele insistiu.

2K : Ele disse pa tu colar agora, se não vem aqui e te leva a força. - Eu ri.

Doralice : Manda esse veste calça vim, vai moleque! - Ele saiu, e eu fiquei vendo ele passar o recado. Ele mudou a expressão, e veio feito furacão.

Medo? Eu tenho. Mas jamais vou deixar o KL me humilhar na frente dos outros. Em casa, o medo da morte é maior.

Eu tenho medo de deixar minha avó sozinha e ele fazer besteira. Ou até mesmo, matar ela como ele já falou.

Vai achando que ele não é louco a esse ponto.

KL : Qual foi? Tá cheia da marra nesse teu cu? Não faz eu perder o moral na frente dos meus irmãos, gatinha. - Falou baixinho no meu ouvido, mas em um tom de raiva.

Doralice: Loyola, eu real não tô afim de brigar aqui no baile na frente de geral. Todo dia a gente briga, será que nem em um dia de festa, a gente pode ficar em paz? - Ele fechou os olhos estressado, e encostou na grade.

KL : É que essa tua marra me deixa puto, sacou? Caralho, custava nada tu ceder e ficar quietinha uma vez.

Doralice: Tu só quer agir como se fosse meu pai, se liga. - Ele me olhou.

KL : Não é isso não, gata! - Me olhou, ficando de frente pra mim. - Esquece essas paradas aí, vai. Vamo ficar na paz pelo menos uma vez. - Eu concordei.

Doralice: Vai parar de querer mandar em mim? - Ele riu.

KL : Não fode, maluca! - Passou a mão pelo meu pescoço, fazendo carinho no meu cabelo. - Não fode! - Se aproximou, e me deu um beijo no pescoço.

O KL pode ter todos os seus defeitos, mas o maluco fode bem. Papo reto!

O baile foi rolando, músicas tocando nas alturas e eu comecei a dançar pra ele.

Logo a Marina já tava junto com a gente, e advinha com quem? Isso mesmo, o Medrado.

Ela olhava pra mim, e ria feito maluca. Ta na cara que ela tava alcoolizada.

• • •

Eu já tinha tirado o salto, o cabelo já tava bagunçado e eu tava sentada perto do KL. O movimento ainda tava forte, mas poucas pessoas.

Ele tava fumando com os moleques da boca, e eu tava com sono. MUITO sono.

Marina já tinha ido embora, a mãe dela ligou dizendo que a Duda tinha acordado e queria ela. O Medrado levou ela e eu fiquei.

KL : Deixa a minha gata fora disso. - Escutei ele falando, e eu passei a prestar atenção. - Doralice não vai falar com ninguém, mermão! Se liga, tá na neurose? - Bateu na cabeça do 2K. - Bagulho é que a gente precisa dos armamentos pra ontem, tendeu? Pra ontem.

Depois eu percebi que era bagulho sobre a boca, e isso pouco me interessava.

Não gosto de me envolver com nada disso, nem entendo de muita coisa.

Bocejei, e vi que o sono tava forte.

Doralice: KL, quero ir embora. - Ele me olhou, e falou com os moleques e logo veio até mim.

KL : Não vai esperar pra ver os novos parceiros do pai? - Neguei. - Poxa, gata! Vou pedir pra um dos moleques te deixar em casa. - Beijou minha testa. - Qual foi, Barreto? Deixa minha dona em casa, na moral? - Barreto assentiu, e eu levantei cambaleando. - Segura em pé, maluca. - Riu, me segurando.

Ele me ajudou a descer as escadas do camarote, e me levou até o carro do Barreto.

KL : Sem gracinha, sacou? - Me colocou dentro do carro. - Cancelo teu CPF e a tua coroa nem fica sabendo. - Falou firme com ele, e o Barreto assentiu. - Marcha! - Bateu na traseira do carro, e ele saiu.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora