Capítulo 43

15.5K 1K 102
                                    

Respirei fundo, vendo aquela fachada enorme na frente da casa dele. É uma casa grande, bonita e bem luxuosa.

Apertei a campainha e olhei pra cima. Não tem câmeras? Incrível.

Logo uma moça abre o portão pra mim, sorrindo simpática e me manda entrar.

Doralice: Com licença, sou.. sou amiga do Mancini, e a minha avó tá aqui. Vim visitar ela. - Ela ainda sorria simpática.

Xxx : O senhor Mancini me avisou sobre sua visita, pode me acompanhar! - Ela saiu na frente, e eu fui logo atrás.

Estranhei não ter soldados armados na entrada, como na casa do KL tem. Mas como o Canhoto disse, eles estão tendo reunião, e talvez seja necessário todos reunidos.

Xxx : A senhora vai querer alguma coisa? Um suco..? - Eu neguei, rindo simpática.

Olhei ao redor da casa, e realmente é tudo muito lindo.

Lisete: Pode ir, Marta! Eu fico com a visita. - Ouvi uma voz conhecida ecoar pela sala espaçosa, e me deparei com a cobra caninana. - Ora, ora.. Se não é a Doralice.. - Riu falsa, e eu olhei a mesma por completo. - Aprendeu a se vestir como mocinha? - Sentou no sofá.

Doralice: O tempo muda tudo. - Ela assentiu, rindo fraca. - Menos essa sua cara de maracujá de gaveta. - Ela desmanchou o sorriso, me olhando com raiva. - Com licença, onde o quarto da minha avó fica? - Vi a tal da Marta aparecer, e ela mesma me falou.

Lisete : Tirei o Yan da Babilônia, pra ficar longe de você. Não acaba com a vida do meu filho igual antes. - Ouvi passos nas minhas costas, senti uma mão segurar no meu braço com força.

Doralice: Certeza que foi eu que eu acabei com a vida do Yan? - Encarei ela. - Dá licença! - Me soltei dela com ignorância, e fui subindo as escadas de acordo com o endereço da moça.

Respirei fundo assim que cheguei no segundo andar da casa. Ainda tenho que aturar essa velha insuportável.

Ela é a própria cara do satanás. Velha alta, magra, cara enrugada e sobrancelhas finas.. o que torna a feição dela mais horrenda.

Ela é o pesadelo em pessoa, não julgo o Yan querer fugir dela quando éramos crianças.

Marta : Aqui.. - Mostrou o quarto da minha avó, e eu agradeci a mesma.

Bati na porta, e ouvi ela mandando eu entrar. Abri a mesma, e vi minha velhinha mexer no celular.

Doralice: Desde quando a senhora sabe mexer em celular? - Parei na porta, com as mãos pra trás, igual quando criança.

Dalva : Minha pequena Dora! - Abriu um sorriso imenso assim que me viu, e eu fui de encontro com ela. - Eu tava com tantas saudades, filha! - Me abraçou. - Mas olha aqui.. - Sentei do lado dela, e ela foi me mostrando o celular. - O Dominic quer falar comigo, mas eu não consigo atender. - Me mostrou o celular, e meu sorriso se desfez.

Doralice: Meu pai? - Perguntei insegura, e ela assentiu. - Vó, meu pai já morreu. - Ela me olhou séria.

Dalva : Não, Dorinha.. Ele falou comigo, disse que queria falar com você também. Toma! - Me entregou o celular. - Para de ser doida, menina! - Levantou da cama, e foi até a janela com dificuldade. - "Morreu" - Ouvi ela resmungar. - Vê se pode uma coisa dessas?

Peguei o celular, e olhei pro mesmo. Meu coração se partiu em pedacinhos. Minha avó não ta bem!

Doralice: Quando meu pai te visitou? - Fui até ela, que olhava pela janela.

Dalva: Ah, essa noite. Eu pedi pra ele ficar e jantar comigo, mas ele disse que tinha que ir te buscar no balé. - Meu coração apertou. - Depois ele disse que ia onde a Miriam. Aliás, tua mãe tá bem? - Fechei os olhos, engolindo seco.

Doralice: É.. sim, está. - Abri os olhos lentamente, deixando uma lágrima escorrer. - Vem cá, sai da janela. - Ajudei ela a caminhar, e deitei a mesma na cama.

Dalva : Doralice, não quero deitar. - Sentei ela na cama. - Não quero deitar! - Respirei fundo. - Eu tenho que te levar pro balé, teu pai ta trabalhando. - Eu neguei.

Doralice: Não, vó. Hoje não tem balé. Eu vou ficar aqui. - Ri fraca. - Agora descansa! - Deitei ela aos poucos na cama.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora