Capítulo 63

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[...]

Chegamos na Babilônia, e eu já tava pro crime. Os meus soldados ficaram na posição, e subimos pra casa da mina que o Medrado tinha dito.

Entramos em becos, e eu vi a mina esperando a gente. O Medrado desceu da moto, e foi abraçar ela, que parecia apreensiva e nervosa.

Xxx : Cadê a Doralice, Luan? - Ela se debatia no colo do Medrado, e eu desci do carro.

Medrado : Calma, Marina! - Olhou nos olhos dela.

Mancini: Aí, relaxa! - Cheguei perto dela, já impaciente. - Doralice precisa de um médico urgente! Vamo deixar ela na tua casa, tu vai ligar pra ambulância. Ninguém aqui pode descer pro asfalto, geral tem passagem.

Xxx : Ambulância não vai subir pra cá uma hora dessas! São 3 da manhã. - Cocei a cabeça, lembrando desse detalhe.

Parada que eu fico puto, é isso! Quer dizer que os favelados não tem doença não? Não passam mal durante a madrugada? Não precisam de atendimento médico não? Porra!

Maguin : Irmão, só caí uma vez. Mas tô limpo, se quiser, levo as duas pro hospital. - Ouvi o Maguin falar, e virei pra ele.

Mancini : Porra, irmão! Vai fortalecer legal, sacou? - Abracei ele. - Faz esse esforço pa mim, te recompenso depois. - Ele assentiu. - Usa meu carro, tá limpo! - Joguei a chave pra ele.

Medrado: Marina, relaxa! Tu sabe a causa disso, e não precisa ter medo do KL. - Ela concodou, e ele beijou a cabeça dela.

Mancini: Agiliza, pô! Minha mina ta morrendo lá dentro. - Falei já nervoso, e ela foi entrando no carro. - Não sai de perto dela, não deixa ela sozinha! Liga qualquer coisa. - Dei 400 reais pra ela, e o Maguin meteu marcha pra fora da favela.

Cocei a cabeça impaciente, morrendo de vontade de tá perto dela.

Minha loirinha tá toda fodida, irmão!

Xxx : Papai, cadê a mamãe? - Virei, vendo uma menininha linda ir de encontro com o Medrado.

Medrado: Teve que sair. Mas o papai vai dormir aqui hoje. - Ela abraçou ele.

Mancini: Irmão, quer ir pro Cantagalo? Arrumo um quarto pa tu na minha goma, sacou? O maluco não me ligou ainda, não me atualizou sobre o caso do KL. Vai ser mais seguro pa tu e a tua cria. - Ele assentiu. - Pega os bagulho dela, e vamo vazar!

Ele foi até a casa da tal Marina, e eu fiquei esperando ele dentro do carro.

Canhoto: Tá ficando perigoso. Tem soldado do KL pra todo lado. Ninguém sabe onde ele se meteu, nem se ele foi pego. Pode ter informantes. - Encheu meu saco.

Mancini: Vai tomar no cu, Canhoto! Para de encher o caralho do meu saco! Eu sei que a gente ta fodido, que tão observando a gente. Meu pau pra eles! - Bati no volante impaciente, e ele assentiu. - Deixa quem quiser vir, tô doido pra movimentar o cemitério hoje. - Vi o Medrado chegando. - Tô maluco hoje, e nem precisei usar nada. - Ele abriu a porta do carro, e entrou.

A filha dele dormia, e eu dei partida no carro.

Canhoto foi na frente, com o resto dos soldados e eu subi os vidros do carro.

Liguei o ar-condicionado pra garotinha, e fui pro Cantagalo.

[...]

Fui o caminho inteiro pensando na Doralice, pensando no Coutinho.

O Canhoto já tinha ido pra casa dele, assim que chegou na favela. O resto dos aliados foram fazer a ronda, e um deles na boca.

Vim direto pra casa, e a minha mãe tinha viajado hoje.

Medina: Visita? - O Medrado entrou, e eu vi ele no sofá.

Mancini : Não era pra tu ta na boca? - Olhei pra ele.

Medina: Já tinha feito tudo. - Assenti.

Mancini: Então não fode! - Fui até a geladeira, pegando um copo de água. - Tá com fome, irmão? - Negou.

Medrado: Quando é operação, eu perco a fome. - Assenti.

Medina : Operação? - Olhou pra gente.

Mancini: Não cansa de se intrometer nas paradas que não é tua não, na moral? Chatão! - Subi pra mostrar o quarto deles.

Medrado : Sub dono? - Assenti.

Mancini : Infelizmente, pô! - Abri a porta do quarto, e ele entrou. - Fica a vontade, irmãozinho! Tem geladeira aí dentro e os caralho tudo. Bater a larica, pode comer. - Ele riu. - Valeu de verdade por ter me procurado, e ter salvo a vida da Doralice! - Ele concodou. - Te devo essa pelo resto da vida.

Medrado : Precisa disso não, irmão! Doralice é a minha irmã, e eu não suportava mais ver o KL maltratando dela desse jeito. - Concordei, e deixei ele em paz.

Fui até meu quarto, olhei o celular e nada do Coutinho. Joguei o celular na cama, e fui tomar um banho quente.

***

Saí do banho com o celular vibrando pra caralho, e peguei na maior velocidade.

O Coutinho disse que conseguiu prender o KL, mas com muitas horas de trocação, e com um deles ferido.

KL preso, Doralice resgatada.. Não tem nada melhor!

Meu coração palpitou de alegria, que deu até vontade de chorar. Me vesti rapidão, e desci.

Fui pra parte de fora da minha casa, e tava pra ver a lua. Ainda eram 4 da manhã. Puxei um cigarro de maconha, e whisky.

Sentei no chão, e comecei a fumar.

Porra! Porra! Finalmente, finalmente!

Ouvi meu bolso vibrar, e peguei meu celular. O Coutinho tava ligando, e eu atendi.

Ligação 📲

Coutinho: Peguei o peixão! Quer dar recado? - Ouvi ele rir.

Mancini : Eu te disse que malandro demais virava bicho. No teu caso, o bicho tá na gaiola. Tu caiu, e a Doralice tá comigo, filha da puta!

KL : Ainda não acabou, porra! Não acabou! Vou sair daqui, e vou te encher de bala, demorou? Vai demorar não! E eu sei quem foi o traíra! Avisa que o Medrado tá com os ruas de contados, valeu? Dias contados!

Mancini: Cachorro que late, não morde! E é isso que tu faz, só late. Aproveita teu uniforme laranjão, e teu novo mundinho. Ah, e pra avisar, na cadeia eles gostam de comer cu. Carne nova, principalmente, eles adoram. - Coutinho, faz a boa pa mim, ta ligado? Corta que nem linguiça, deixa ele sem pau. - Ouvi o Coutinho rir.

Coutinho: Pode deixar, irmão. Esse aqui nunca mais vai saber o que é o melhor prazer da vida, nem muito menos fazer uma cria.

Ligação 📴

Dei risada com aquilo, e coloquei o celular de lado.

Medrado: KL? - Sentou do meu lado.

Mancini : Foi preso, irmão! Tá preso! - Comemorei, e passei o cigarro pra ele. - Ta na gaiola, que nem passarinho.

Medrado: Ele vai me caçar, sacou? Cuida da minha cria, e da mãe dela. - Neguei.

Mancini: Já te disse que tu é meu protegido, sacou? Ele não vai. - Ele assentiu. - Agora comemora, porra! Menos um.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora