Capítulo 56

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[...]

Peguei minha roupa que tava no chão, e vi ele na laje. Vi a fumaça subir, e o cheiro de maconha tomar conta do quarto.

Doralice : Yan! - Reclamei com ele, que calmamente jogou o cigarro pela janela. - Vai deixar um cheiro horrível aqui dentro. - Ele riu, saindo da janela.

Mancini : Gata, o pai é preparado. - Pegou o aromatizador, e passou pelo local, disfarçando mais o cheiro.

Doralice : Preparado, sei.. - Vesti minha blusa, e passei o desodorante. Peguei um pente, e passei pelo meu cabelo.

Tava toda molhada, a maquiagem tinha saído um pouco. E o Mancini não tem nada de maquiagem.

Doralice: Vai me deixar no morro? - Virei pra ele, que tava parado me olhando, enquanto eu me arrumava. - Por que tá me olhando? - Ri envergonhada, e ele cruzou os braços, me olhando com os olhos semicerrados.

Mancini : Tu fica linda natural, e de cabelo molhado então... Nem me fala. - Veio até mim, me agarrando pela cintura. - Eu não fui o primeiro, mas te prometo que vou ser o último. - Falou sussurrando, enquanto me segurava pela cintura e olhava fixamente pra mim.

Doralice: Você foi o primeiro sim. Ou esqueceu que você vai ser sempre meu nerd chorão preferido. - Ele riu alto. - É sério, não ri. Sempre vai ser você, você... - Ele concordou, e me deu um beijo na testa.

Mancini : Por falar em nerd chorão, olha o que eu tenho aqui.. - Me soltou, indo até o guarda-roupa dele, e tirar uma caixinha de lá. Ele entregou nas minhas mão, e eu abri, vendo os óculos da armação azul, igual aos de quando quando éramos crianças.

Eu ri, querendo chorar. Peguei os óculos, e tentei colocar nele.

Mancini : Não Dora, nem começa.. - Recuou, e eu fui atrás dele.

Doralice: Por favor, só pra ver como você fica. - Ele parou de caminhar, e eu coloquei os óculos nele. - É, você mudou muito... - Ele foi até o espelho, e se olhou. - Os óculos já são pequenos demais. Você foi de nerd chorão, a traficante sem sentimentos. - Ele riu, tirando os óculos e me devolvendo.

Mancini: Sabe do quê eu lembrei, gata? - Olhei pra ele, querendo saber. - De quando tu quase me matou de uma bolada na cara, que quebrou o meu primeiro óculos de armação azul. - Eu ri, lembrando daquele dia..

Doralice : Não me lembra disso, por favor.. - Eu ri, e ele também. - Eu fiquei muito preocupada, muito mesmo..

Mancini : Aquelas garotas te deixaram em paz? - Lembrei delas, e da Kelly também..

Doralice: A Kelly é minha cunhada.. - Ele assentiu, fazendo uma carinha de dó. - Me livrei das outras duas, menos dela. - Ele concordou. - Ela é um dos meus principais impasses pra sair da Babilônia.. E um dos motivos do meu "casamento" com o KL. - Ele me olhava. - É por culpa dela, por todas as vezes em que nós brigamos, e eu batia nela. Parecia que era de propósito. Foi tudo se acumulando. Algumas vezes eles quebravam as coisas da minha avó, o carrinho de feira.. Até que fui crescendo, e o Kl me forçou a casar com ele, se eu quisesse minha avó viva. O pai dele ia matar nós duas, se soubesse que eu espancava a filha dele. O Kyan guardou o segredo, mas me fez a pessoa mais infeliz dessa vida. - Lembrei de tudo, e fiquei cabisbaixa. Ele me abraçou, e apoiou o queixo na minha cabeça.

Mancini : Eu disse que ia voltar, e voltei.. E vou te tirar disso tudo, nem que custe minha vida! - Beijou minha cabeça, e fez carinho nas minhas costas. - Tô contigo, Dora! Sempre.

Olhei pra ele, e concordei. Guardei o óculos na caixinha, e devolvi pra ele.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora