Eu cheguei na porta da boca, e pensei 3 vezes antes de abrir. Porra! Eu posso sair correndo daqui e não voltar nunca mais?
Eu bati na porta, e logo dei de cara com o KL.
KL : Entra aí, pô. - Ele saiu da porta, me dando espaço pra entrar. - Vou ser logo curto e te mandar o papo reto. - Virou pra mim. - Foi mal de verdade por ter destruído os bagulhos da tua avó, sacou? Eu só tava chapado, tava maluco e esse foi o jeito que eu encontrei de te atingir. - Eu abri o olho, concordando. - Me perdoa, Doralice! - Chegou perto de mim, e eu saí de perto dele.
Doralice : E olha como atingiu, viu? Foi foda pra caralho, KL! Tu parece criança a maioria do tempo. Olha isso aqui. - Apontei pro meu pescoço. - Tá vendo isso aqui? É, foi tu. Foi a tua maldade. - Ele abaixou a cabeça, se apoiando na cadeira.
KL : E tu? Tu escapa? Escapa de nada, porra. Tu meteu o caralho de um canivete na minha barriga.
Poderia ter colocado pra matar, não era?
KL : Mas tu esqueceu que um maluco que tem vida no tráfico, 'ta sujeito a todo tipo de tentação. - Chegou perto de mim, me encurralando na parede. - Um corte na barriga, não é nada perto de um cara que já sofreu todo tipo de atentado. - Mantia meus olhos concentrados nos dele. - Então não vai ser qualquer paradinha que vai me atingir não, sacou? Eu só quero que tu me perdoe.
Doralice: Me deixa ir embora, Kyan! Assim todo mundo sai ganhando. Tu não gosta de mim, e nem eu de ti. Tu não me ama, e eu não te amo. Me trai por aí com qualquer uma, e só ta atrasando minha vida. Minha avó já é de idade, e precisa de mim. - Ele ficou impaciente, e socou a parede, que ficava pertinho do meu rosto.
KL : Eu te amo, Doralice! Eu te amo. - Fechou os olhos forte.
Doralice: Não, tu não me.. - Ele me interrompeu.
KL : Cala a porra da boca! Cala o caralho da boca. - Repetiu, colocando uma das mãos sobre a minha boca, e continuou olhando nos meus olhos. - Se tu não for minha, tu não vai ser de mais ninguém. - Falou tudo lentamente. - Tá ouvindo? Tu é minha. Minha!
O ódio invadiu meu corpo por inteiro, e eu tirei a mão porca dele da minha boca. Eu empurrei ele, e saí do canto que ele tinha me colocado.
Doralice: Eu não sou sua tua, e nem de ninguém. Não sou tua! - Repeti, e ele veio pra cima de mim, mas ouvimos baterem na porta, e o mesmo parou no meio do caminho. Disfarçou o ódio, e mandou entrarem.
Olhei pra porta assustada, e com lágrimas nos olhos, eu vi o Canhoto entrar com duas encomendas na mão.
Canhoto : Com licença, KL.. - Olhou pra nós dois, e o KL permanecia de costas. - Vim deixar as encomendas que o Mancini pediu. - Ele jogou as encomendas em cima da mesa, mas ainda me olhando.
Ele percebeu minhas lágrimas, e ficava me encarando.
KL : Vai pra casa, Doralice! Me espera lá. - Falou ainda de costas, passando a mão pelo cabelo, bem impaciente.
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Doralice. (CONCLUÍDO)
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