Capítulo 27

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Mancini : Faixa, ninguém bate em mulher na minha quebrada não, sacou? - Os meus vapores cercaram ele, e eu destravei minha peça. - Não vai relar um dedo na madame aqui, demorou? Fica esperto, e ciente. Tu não é nenhum bobalhão, e nem otário. Ta entendendo? Não vai encostar o dedo nela nem aqui, nem em lugar nenhum. Vacilão aqui pula na bala, e eu tô doido pra descarregar um pente em arrombado hoje. - Fiquei parado na frente dele, armado e encarando firme o mesmo.

KL : Qual foi, irmãozinho? - Os dois vapores dele, que também estavam armados ficaram atrás dele. - Minha vida cuido eu, e eu sei como lidar como puta igual ela. - A Dora tava atrás dos meus aliados, e geral tava protegendo ela.

Mancini : Certeza que a mina ta no erro? Tu tava quase comendo a garota lá em cima, mesmo sabendo que tem fiel. - Eu ri. - Já fiquei sabendo que tu é covarde mermo. Só não te levei pros faixa de cima.. - Procurei motivos. - Sei nem porque mermo. Não te devo nada, sacou? Podia te levar agora mermo. Safado não atravessa, nem maluco que bate em mulher na facção. - Tu pode até levar ela, mas se eu ver uma marca roxa no corpo dela, tu desce e nem vai ser pelos aliados do outro lado, vai ser pela minha mão. Tu não volta nunca mais. - Mudei a posição da arma.

KL : Irmão.. - Ele murchou. - Vou me mandar. Até porque já deu de ficar aqui. Vamo, Dora! - Puxou ela, que recusou.

Doralice: Eu não vou mais ficar contigo, KL. - Ele ficou paralisado, olhando pra ela. - Já deu! - Ele apontou o dedo na cara dela, mas desistiu do que ia falar.

KL : Bora, caralho! - Pegou no braço dela.

Mancini : A mina não quer ir, porra! Mete o pé sozinho. Rala! - Ele me olhou, e eu notei o ódio nos olhos dele.

Ele deixou a Doralice, e eu meti a postura de novo.

Marcão: Mata ele? - Chegou no ouvido discretamente, e eu neguei.

Mancini : Filha da puta cai sozinho. - Fiquei observando ele subir na moto dele, junto com os outros dois. Ele foi sozinho, e outro vapor foi na garupa do tal do Medrado.

Meus soldados voltaram aos afazeres, ficando só o Marcão e o Canhoto.

Vi a Doralice, respirar fundo.

Virei de costas pra ela, passando a mão pelo rosto já cansado disso tudo. Puta que pariu, mermão!

Doralice: Obrigado por ter me defendido. Ninguém nunca enfrentou o KL por mim. - Ouvi a voz dela ecoar atrás de mim, e eu permaneci de costas.

Mancini : Não fode! Faria isso por qualquer uma aqui. Bagulho de bater em mulher, não é parada que se faça não, sacou? - Virei pra ela, ficando frente a frente. - Só não deixa ele bancar o esperto pa cima de tu. E vê se vaza da vida dele mermo, e procura alguém que te valorize. - Ela assentiu, e logo concentrou os olhos dela em mim.

Olhei no fundo dos olhos da mesma, e o ódio tava no meu olhar, mas o medo reinava nos dela.

Senti todo aquele ódio evaporar do meu corpo, e é como se eu estivesse encontrado a paz nos olhos verdes dela.

Gabi : Ok querida, e você vai embora como? - Bateu palmas do nosso lado, cortando o clima.

E todo ódio que tinha evaporado do meu corpo, voltou em um instante.

Que garota chata!

Saí da frente da Dora, cortando mais ainda o clima e me afastando delas duas.

Fiquei de frente pra parede da quadra, me segurando pra não surtar e meter duas bala na cara da Gabi.

Controlei minha respiração, e ouvi a Doralice responder ela.

Doralice: Eu vou como eu vim, gata! Não se preocupa. - Os passos dela foram ficando distante, e logo ouvi barulheira de moto arrastando.

Assim que ouvi a moto arrastar pra longe, saí do meu transe e fui fervendo no ódio pra cima da Gabi. 

Mancini : Não se mete nas minhas paradas, sacou? Não te devo satisfação alguma, pa tu ficar cortando minha brisa na frente de geral. - Ela me olhou esnobe.

Gabi : Cadê aquele showzinho de que não pode bater em mulher? - Encarei ela, e saí de perto da mesma.

Mancini: Marcão, leva essa filha da puta pra longe. - Entrei pro baile, ainda armado e ouvi ela dar risada.

Gabi tem prazer em estragar todos os meus esquemas, não é possível.

Subi pro camarote e pedi a bebida mais forte que eles tavam servindo. Me encostei na grade com ódio, querendo quebrar tudo e meter bala em geral.

Lembrei do pó, e logo fiz a carreira do meu branquinho.

Logo a paz vem. ( Ou não ) .

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora