Capítulo 35

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Desci da boca, pegando minha moto e logo vi o Canhoto descer armado também.

Canhoto : Tu vai de supetão? Caralho! - Subiu na garupa, e eu nem respondi.

Liguei a moto, e arrastei pra Babilônia.

***

Mancini : Depois tu dá um toque nos outros aliados. - Entrei na Babilônia, indo direto ao endereço que o Canhoto tinha passado.

Canhoto : Ela me passou que era por aqui. - Eu assenti, e estacionei a moto.

Mancini: Liga pra ela, caralho! - Ele concordou, e eu fiquei olhando ao redor do lugar.

Faz tempo que eu saí daqui, mas eu me recordo de algumas coisas também.

Eu vi a pracinha que nós brincávamos, e associei aos pontos.

Mancini: Desliga, desliga. - Bati no braço dele, e saí na frente.

Olhei as casas, e quando fui bater na casa dela, uma cabeleireira loira deu de cara comigo.

Doralice: Ah, acharam. - Riu fraca, dando espaço pra gente entrar. - Entrem! - Eu fiquei hipnotizado, olhando pra ela.

O Canhoto entrou, e eu fiz o mesmo.

Porra, para de ser maluco! Mete a postura.

Mancini : Recebi teu bilhete e vim te ajudar. - Olhei a casa dela, e não tinha mudado muita coisa. Só não tinha móveis, não entendi. - O que era? - Virei pra ela, e a mesma se assustou.

Doralice: É.. - Saiu da minha frente, e ficou encostada na parede afastada um pouco. - Como vocês podem ver, a casa da minha avó não tem mais móveis, por culpa do KL. - Suspirei. - Depois daquele dia do baile, ele surtou e quebrou tudo aqui dentro. - Ela levantou o moletom que ela tava usando, mostrando os braços e tirando o cabelo que tava escondendo o pescoço. - Ele me agrediu, e eu tô com medo dele fazer alguma coisa com a minha avó. - Eu fui pra perto dela, tirando o cabelo da frente e analisando as marcas que tinha ficado.

Canhoto: Claro porra, claro que a gente te ajuda. - Eu ainda continuava olhando.

Mancini: Canhoto, espera lá fora e não deixa ninguém entrar. - Dei a ordem, sem olhar pra ele. - Agora, porra! - Ouvi os passos dele em direção a porta. - Vem comigo. - Olhei nos olhos dela.

Doralice: Eu não posso! - Fechei os olhos forte.

Mancini : Por que não? Ele te espanca, te humilha. Mora no Cantagalo, e eu te ajudo com tudo. - Ela negou.

Doralice: Tu não vai entender. - Ela saiu de perto de mim. - Só leva a minha avó pra fora da Babilônia, por favor. O resto, eu me viro. - Neguei. - Eu fico te devendo essa pelo resto da vida.

Mancini: Para de complicar! Lá eu te ajudo a arrumar um trampo maneiro, e ainda te dou proteção. O KL não vai chegar perto de tu nunca mais.

Doralice: Eu nem te conheço direito, garoto! Tu me passou confiança, e eu sei das regras dos traficantes. - Eu suspirei.

Mancini : Tem certeza que não me conhece direito? - Puxei o colar com o apelido dela, que ela tinha me dado quando eu fui embora.

Ela ficou paralisada, olhando pra mim. Ela mantia os olhos em mim, e no colar ao mesmo tempo.

Doralice: Y..Yan? - Eu assenti, guardando o colar no bolso.

Por que eu fiz isso?

Assim que guardei o colar, ela veio pra cima de mim rapidamente com toda força que ela tinha.

Doralice: Seu filha da puta, eu te esperei esse tempo todo! Eu te odeio, te odeio muito! - Se debateu no meu colo, bateu no meu peito com muita força.

Mancini : Calma, caralho! Tá me machucando. - Segurei as mãos dela, e a mesma me olhou com os olhos cheios de lágrimas. - Eu te prometi que ia voltar, não prometi? - Ela assentiu. - Mas pelo visto, nem todo mundo cumpriu o que falou.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora