Capítulo 29

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Fui caminhando pra boca, e é o único lugar que esse maconheiro de merda fica.

Encontrei o Medrado, e o resto dos pau no cu na entrada, de soldado e todos armados.

Medrado : Quê que tu ta fazendo aqui, porra? Rala pa tua casa. Já são 3 da manhã. - Encarei ele, com as mãos dentro do meu corta vento.

Doralice: Vai se foder, moleque! Eu achei que tu era meu amigo, sacou? Mas tu deixou o filha da puta estraçalhar tudo dentro do barraco da minha avó. - Ele me olhou incrédulo.

Medrado : Qual foi? Me tira dessa fita aí, parceira! Não tô sabendo disso não, tendeu? Assim que chegamos aqui, eu fiquei gerenciando a boca e ele sumiu por horas. - Olhei pra ele.

Doralice : Não.. não me importo também. Vai geral tomar no cu! - Gritei alto, e eles desviaram a atenção pra mim.

Medrado: Vai pra onde? - Barrou minha passagem.

Doralice : Vou subir, porra! Não ta vendo? - Botei meu pé na escada, e ele me parou.

Medrado: Ele tá no puro pó, gata! Não vai desprevenida! - Me deu o canivete dele, sem que os outros percebessem e eu peguei.

Doralice : Deveria te agradecer? - Perguntei irônica, e ele negou. - Eu não ia mermo. - Guardei o canivete no bolso do corta vento, e subi.

Frio pra caralho, mané!

Não bati na porta, e abri com tudo. Me deparei com ele na laje, cheirando pó.

Doralice: Tá maluco? Tá fumando bosta? Por que tu fez isso? - Encostei a porta da boca, e fui até ele. - Me responde, filha da puta! Tu vai pagar todo o prejuízo da minha avó. - Ele permanecia de costas, sem nem dar uma resposta.

Percebi que eu tava perto demais, e quando fui me afastar, ele virou com tudo e segurou no meu pescoço forte.

KL : Veio aqui por quê? Não cansou de bancar a fodona na frente de todo mundo? - Me encurralou na parede, e tava tudo escuro, mas vi os olhos vermelhos dele e é como se ele tivesse possuído. - Doralice, Doralice.. Eu já te expliquei milhares de vezes que tu não vai sair de perto de mim, e tu pode bancar a marrenta pra quem tu quiser. - Me enforcou, e eu buscava o ar. - Sorte que eu não matei ela, até porque ela é tua única salvação aqui. Então se tu quiser ela viva, tu vai voltar pra casa, esquecer o que viu no baile e vamo ficar suave.  - Saquei o canivete, e passei pela barriga dele, que me soltou e eu caí no chão. Busquei o ar, e olhei pra ele, que tapava a barriga com uma mão. - Filha da puta! - Sentou na cadeira que tava ali, e eu ainda respirava ofegante.

Me levantei com dificuldade, e fui caminhando até a porta.

KL : Se tu não aparecer aqui até amanhã de noite, tua vó é uma mulher morta, e tu vai ficar sequelada pro resto da tua vida. - Ele ainda tava sentado, com a mão na barriga.

Doralice: Eu ainda te mato! - Apontei o canivete cheio de sangue pra ele, e saí cambaleando da boca.

Quase caí da escada, mas o Medrado viu meu estado e veio me ajudar.

Medrado : Sobe, porra! Sobe. - Os vapores subiram pra ajudar o KL, e o Medrado me segurou no colo dele. - Quê que tu fez? - Levantei o canivete sujo de sangue, e ele abriu mó olhão. - Tu matou? - Neguei.

Doralice: Mas queria.. - Ele negou. - Meu pescoço ta doendo. - Levantei um pouquinho, e ele deu uma olhada.

Medrado: Ta roxo pra caralho, Dora! Vou te levar pra casa. - Eu concordei, mas lembrei do que ele tinha me falado e comecei a chorar.

Doralice: Ele disse que vai me matar se eu não voltar com ele, Vitor! Eu não quero voltar com o Kyan, me ajuda. - Ele me olhava com dó, e eu ainda chorava.

Medrado: Calma, Dorinha! Calma. - Me ajudou a levantar. - Tu vai sair dessa, vou te ajudar. - Ele me levou até a moto, e me levou embora.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora