Capítulo 25

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Peguei o cigarro de maconha da mão dele e o isqueiro também. Acendi o mesmo, e dei o primeiro trago. Abaixei a cabeça, pensando na minha vida.

Medina : E aí, filhote! - Levantei a cabeça, vendo meu padrasto acompanhado do Brown. - Tá pelas ordens? - Assenti.

Mancini: Entra aí, cumpadi. - Soprei a fumaça, falando na calmaria.

Eles entraram, e eu continuei no meu cigarro. Abaixei a cabeça novamente, e ouvi barulho de moto parando do meu lado. Levantei minha cabeça, meus vapores ficaram na ativa, e eu virei devagar, sacando minha peça que tava no bolso.

Vi uma cabeleira loira, tirar o capacete, o semblante tranquilo e fechado surgir do meu lado. Meu coração acelerou, mas eu não deixei transparecer.

Doralice: Obrigado, Val! Me espera aqui fora, eu não vou demorar. - O piloto assentiu, e ela veio caminhando, sem jeito.

Ela deu de cara comigo, e eu olhava pra ela sem nem piscar. Ela me olhou envergonhada, e foi pra entrar no baile.

Mancini : Opa, vai pra onde, dona? - Entrei na frente dela, de cabeça erguida e com os braços pra trás.

Doralice: Com licença! - Me olhou ainda envergonhada.

Mancini : Veio atrás de quem? Veio de onde? Foi convidada? "É nós" ou "a gente"? Nunca te vi na comunidade, princesa! Vai passando o fax pa mim direitinho. - Soprei a fumaça na cara dela.

Doralice: Que porra é essa, em? Não tem educação não? - Começou a tossir, e foi tirando a fumaça da cara dela. - Sou da Babilônia. - Olhou ao redor, e viu geral armado. - Vim atrás de um arrombado que disse que é meu marido. - Eu ri fraco. - E eu não entendo essa linguagem de marginal não.

Vontade pra caralho de puxar ela pra um abração, e falar tudo que eu não falei nesses anos todos.

Ela mudou tanto.

Doralice : Vai liberar minha entrada ou não? - Estalou os dedos na minha frente, fazendo eu voltar pra realidade.

Mancini : Sabe quê que é, mina? É que tu não vai curtir a parada que tem lá dentro não, sacou? - Saí da entrada do baile, voltando a me encostar na minha moto. - Pode geral ir dar uma olhada ao redor do baile. Atividade, caralho! - Expulsei os vapores que tinham chegado pra dar a assistência, ficando só eu e o Marcão.

Doralice: Quê que foi? KL com outra? - Cruzou os braços, e eu olhei pro baseado que tava na minha mão. - Isso não é novidade não. - Ficou de frente pra mim. - Pera.. Eu te conheço? - Levantei a cabeça rápido, enquanto ela forçava se lembrar de mim.

Mancini : Vai lá, filhona! Entra no baile e arranca teu marido de lá. - Apontei pro baile.

Doralice : Responde! - Encarei ela.

Mancini : Não, não conhece não. Cheguei aqui só tem alguns anos. E se conhecer também, não é problema meu. Agora rala, vai resolver teus b.o. - Fiquei de frente pra ela, tocando na minha peça, e a mesma percebeu. Curto e grosso!

Doralice: Grosso e idiota. - Me encarou.

De nerd idiota, para grosso idiota.

Marcão: Vai, entra logo. - Marcão puxou ela pelo braço e colocou na entrada do baile, a garota ficou me encarando até se perder na multidão.

O olhar dela nunca muda..

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora