Capítulo 58

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Este capítulo contém gatilhos, agressão verbal, psicológica e física.

Subi caminhando mesmo, e ouvi motos pararem do meu lado. Olhei assustada, vi o Medrado com um homem em uma delas, e o Gordin sozinho na outra.

Gordin : Qual foi, patroa? Sobe aí! Tá tarde pra caralho. - Olhei pra eles desconfiada, e o Medrado evitava me olhar.

Doralice : Não, valeu. Vou caminhando, minha casa tá logo ali. - Voltei a caminhar, e eles insistiram.

Gordin : Sobe logo nessa porra, Doralice! Não fode. - Senti algo encostar em mim, e eu olhei pra ele.

Doralice: Kyan sabe disso? - Ele concordou.

Gordin : É pedido dele, sacou? - Respirei fundo, com medo e ódio. Subi na moto, e eles saíram.

O Medrado foi na frente, e o Gordin acompanhou logo atrás. Eu comecei a ficar assustada, não sabia pra onde eles estavam me levando.

Doralice: Tá me levando pra onde? - Perguntei nervosa, e ele não me respondeu. - Vai, caralho!

Gordin : Tu mexeu em merda grande, loira! Grande pra caralho. - Meu coração disparou, e eles saíram da favela.

Com certeza, eles não iam me levar pra casa. Pensei em pular da moto, mas era asfalto, e eles estavam em alta velocidade.

Se eu pulasse, ia me machucar por inteira e não teria como fugir toda machucada.

Ele entrou em um matagal, e depois de 15 minutos nessa estrada de terra, vi um galpão bem distante da comunidade.

Vi uns soldados na porta, e o Medrado entrar na frente. A gente tava logo atrás, e nós entramos também. Tem 4 soldados lá fora, muito bem armados.

É um galpão gigante, tem vários barris, umas caixas de madeiras, umas tábuas e uma escada, que dá acesso a uma salinha.

Desci da moto e o Gordin meteu a mão no meu bolso, pegando meu celular.

Gordin : Sem celular! - Me mostrou o mesmo, e jogou pro Medrado.

Fiquei olhando o local, e o Gordin tava atrás de mim, como se eu estivesse sendo escoltada.

Doralice : Que merda ta acontecendo, Medrado? - Ele tava do meu lado, e permaneceu calado. Olhei pra ele com lágrimas nos olhos, e ele tava como se fosse uma estátua.

Não me olhou, não me respondeu...

Doralice : Fala comigo, por favor.. - Falei baixinho, e ele continuou igual.

Filho da puta!

Doralice: Eu te odeio! - Parei de olhar pra ele, e meus olhos rolaram pela imensa escada que tinha ali.

Subi meus olhos até a tal salinha, e vi alguém me olhando, encostado na escada, com os braços apoiados na mesma.

KL : Ora, ora.. - Um barulho alto pra caralho ecoou pelo local, e eu vi os portões se fecharem.

O KL desceu as escadas, mantendo os olhos em mim. Abaixei minha cabeça, e passou um filme pela minha mente.

KL : Podem sair já. Deixem os bagulhos tudo preparado aí. Hoje é dia de foder com gente mentirosa, e traidora. - Levantei minha cabeça, e vi o Medrado falando com ele.

Os dois pareciam discutir, e logo o Medrado saiu puto do lugar.

Eu vi ele se aproximar de mim, e meu corpo estremeceu.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora