Capítulo 36

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Doralice : Do quê você tá falando? - Alguns fios de cabelo dela, estavam misturados no rosto da mesma junto com as lágrimas.

Mancini: Como assim do que eu tô falando? Tô falando que tu prometeu que ia me esperar, e logo em seguida se casou com o KL. - Levei a mesma pro canto da porta, olhando fixamente pra ela.

Doralice : Eu fui forçada a ficar com ele, seu filha da puta! Ele enchia meu saco todos os dias, me ameaçou e ainda descontava na minha avó. Tu acha que eu amo dormir na mesma cama do cara que ameaça me matar todos os dias? Em?

Mancini : Eu te procurei, Doralice! Eu vim até aqui, e te vi aos beijos com o KL. - Ela chorava.

Doralice : Você também não cumpriu. Eu esperei uma ligação, esperei você voltar por tantos anos.. - Ela chorava mais ainda. - Eu te esperei tanto. Eu só queria você comigo. - Eu abracei ela forte, e a mesma cedeu. - Tu também não fica atrás. Eu sei que tu teve rolo com a Gabi. - Eu ri.

Mancini : Foi só algumas transas. - Me separei dela. - Para de caô. - Ela saiu do canto, e ficou de costas pra mim.

Doralice: Vai me ajudar ou não? - Fui até ela, virando a mesma pra mim.

Mancini: Vou. - Olhei pra ela. - Tu vai comigo? - Ela negou, e eu respirei fundo. - Não fode, Doralice! Não fode! - Saí de perto dela.

Doralice: Leva logo ela pra fora daqui, por favor. - Permaneceu no mesmo lugar, de braços cruzados e o rosto inchado de chorar. - Eu continuo te odiando, mas sei que tu é o único que vai me ajudar. - Ela entrou em um dos cômodos, me deixando sozinho na sala.

Que garota complicada do caralho!

Esperei alguns minutos, e eu vi a avó dela aparecer, distraída e sem notar minha paciência. Fingi tosse, e a mesma me olhou.

Dalva: Dora.. - Apontou pra mim. - Esse.. esse é o garoto Yan? - Riu, e parecia nervosa.

A Doralice apareceu no fundo, meio cabisbaixa e se encostou na parede.

Doralice: Sim, vó. Esse é o Yan. - Enxugou uma lágrima que escorria pelo rosto dela. - E você vai embora com ele, pro morro onde ele mora. Lá você vai ficar segura! - Chegou perto da Dona Dalva, e passou a mão pelo ombro dela.

Dalva : Mas.. mas e você? Vai ficar onde? Com o KL? Não, você não vai ficar com o KL. - Olhou pra ela, segurando no rosto da mesma. - Vamos levar a Dora, não vamos, Yan? - Eu concordei.

Mancini: Depois eu volto pra pegar ela, Dona Dalva! - Peguei as malas dela, colocando pra fora.

Doralice: Confia em mim? - Dona Dalva assentiu. - Então vai com o Yan, que logo eu vou. Vai ser o melhor pra nós, e eu vou me livrar do KL. - Elas duas se abraçaram.

Dalva: É pra ir me visitar, e eu vou ligar todos os dias. - Dora concordou. - Vovó te ama!

O Canhoto já tinha ligado pros outros aliados, e eles tinham trago o carro, facilitando a entrada das malas.

Mancini: Depois eu volto, e levo ela. - Encarei a Doralice encostada na parede, e ela me olhava com todo o ódio, mas eu podia ver a tristeza estampada nos olhos dela.

Minha garotinha marrenta tá tão tristinha.

Fui até ela antes de ir, e segurei na mão dela.

Mancini : Eu venho pra te buscar. - Ela soltou da minha mão.

Doralice: O KL vai me matar. - Segurou o choro.

Mancini : Eu mato ele primeiro. - Sussurrei no ouvido dela. - Essa não é a Doralice que eu conheci. Mostra a força interior que tu tem, porque eu sei que ela não se apagou. - Ela concordou. - Fica visitando tua avó, sacou? - Ela assentiu. - Fé! - Virei de costas, entrando no carro e jogando a chave da moto pro Canhoto.

Nós arrastamos dali, indo pra Babilônia.

Doralice. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora