Capítulo 58

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CARLA


Depois de contar pra minha mãe tudo o que aconteceu, eu tenho uma crise de choro e ela me abraça pedindo pra eu me acalmar. Desde criança sempre adorei o colo dos meus pais, eles sempre me acolheram com todo amor e carinho. Não tenho o que reclamar dos meus pais. Acabo dormindo com seu cafune e acordo tempos depois e estou sozinha no quarto do hospital.


Me levanto com cuidado e vou em direção ao banheiro. Sinto algumas cólicas de leve, paro de anda um pouco e volto a anda. Faço xixi e saio do banheiro devagar. Preciso tomar um banho, procuro a hora no relógio que tem na sala e vejo que já vai dar uma hora da tarde. Talvez eu tenha alta hoje. Volto a caminha até a minha cama e escuto a porta do quarto abrir. O Arthur entra e vem em minha direção andando rapidamente.



A: Carla, porque você não me esperou ou chamou alguma enfermeira? - ele fala desesperado, me ajudando a subir na cama como se realmente tivesse acontecido alguma coisa.


C: Eu não preciso tá toda hora sendo acompanhada por alguém pra fazer as coisas. Nem no banheiro eu posso ir sozinha?! - digo e percebo que fui grossa com ele.


A: Eu só quero cuidar de você e dos nossos filhos. - ele fala magoado e vai sentar na poltrona que fica no quarto.


Eu sei que fui grossa, mas eu não gosto de tá dependendo das pessoas toda hora. Eu não posso ir ao banheiro sozinha que ele vai atrás. Eu sei que isso é pro meu bem e o bem dos pequenos, mas cansa e é chato isso. Quero ir embora daqui e o médico não vem, até pensei em perguntar pro Arthur mas ele tá entretido mexendo no celular. Passou a mão na minha barriga e meu coração palpita...aqui tá meus anjinhos. Como eu tô deitada na cama e virada do lado oposto ao que Arthur está, não vi quando ele se aproximou de mim. A mão que estava na minha barriga foi coberta pela mão grande do Arthur. Me viro e o vejo abaixado na altura da minha barriga. Volto a virar o meu rosto pro lado e sinto ele fazendo um carinho rápido na minha mão, dá um beijo na minha barriga e se afasta.



Eu adoraria perdoá-lo e seguirmos juntos. Mas não dar...toda vez que olho pra ele lembro da raiva que vi em seus olhos, do medo que ele me causou, das palavras que ele usou, do jeito que ele me tratou na frente da Clarinha...ahhh eu adoraria mesmo mas não consigo. Com o tempo pode ser que isso mude mas nesse momento tá tudo vivo na minha mente. E as coisas não assim. Se eu perdoá-lo agora vai dar mais espaço pra que ele faça de novo achando que terá meu perdão. Eu sei que é perigo eu ir pra sua casa, pois pode ser que em menos de 24hs eu o perdoe. Mas não tenho muito o que fazer.




Eu sei que meu pai falou comigo e eu sempre costumo ouvir seus conselhos, mas hoje eu decidir que só depois vou conversar com o Arthur e vemos o que será melhor pra nós e principalmente pros nossos filhos. Porque a prioridade são eles, os três. Clarinha e os gêmeos ou gêmeas. Escuto a porta se abrindo e vejo o doutor entrando com um sorriso no rosto. Acho que trocaram de médico, deve ter sido troca de plantão.



Dr: Boa tarde, Carlinha. - ele diz com um sorriso me olhando se um jeito diferente e com intimidade ao chamar meu nome. Olho pro Arthur e ele pareceu não gostar muito.



A: Boa tarde, doutor. Minha mulher já está liberada? - ele diz com uma voz firme e prendo o riso.


Dr: Está sim, Carlinha. - ele me chama novamente de "Carlinha", eu tô gostando de ver o Arthur com ciúmes ou sei lá o que ele tá sentindo. - acredito que você já esteja tomando as vitaminas certinho, os exames saíram e está tudo bem. - ele diz e tanto eu como o Arthur suspiramos aliviados. - mas você precisa tomar cuidado e ficar de repouso, se alimentar bem. E assim esses bebês...- ele coloca a mão na minha barriga. - nasceram lindos e saudáveis como a mamãe deles. - ele faz carinho na minha mão e o Arthur o interrompe ficando mais próximo a mim.



A: Pode ter certeza que a MINHA mulher irá seguir passo a passo e nossos filhos nasceram lindos e saudáveis como a mamãe deles e MINHA mulher!!! - ele diz firme e acho que o doutor se ligou.




Dr: Oh claro. Me deem licença, preciso assinar toda papelada pra saída da Carla. - ele diz e sai do quarto. O Arthur se afasta e percebo que ele estar irritado.



Resolvo não me incomodar com os ciúmes do Arthur agora. Vou tomar um banho já que vou sair daqui. Quando eu tô me levantando vejo o Arthur correr na minha direção.



A: Pra onde você vai? - ele pergunta preocupado.




C: tomar banho. Porque, vai querer me dar banho também? - falo grossa novamente. Ele não responde e mesmo contra minha vontade me ajuda a ir pro banheiro. Assim que chego na porta do banheiro ele me faz menção de entrar comigo mas eu o impeço. - isso é sério? Você vai mesmo querer dar banho em mim? - pergunto puta da vida.




A: Eu não vou discutir com você sobre isso, Carla. Eu vou te ajudar e pronto. Deixa de ser teimosa, aí dentro da sua barriga tá os nossos filhos e não quero que nada de ruim aconteça com eles. - como assim? Ele só tá aqui pelos nossos filhos? Eu não tô doida de fazer algo que vá colocá-los em risco.



C: Eu não vou fazer nada que vá colocá-los em risco. - digo magoada.




A: Eu não falei que você faria algo pra colocá-los em perigo, falei que poderia acontecer algo...- ele diz e me irrito mais ainda.



C: Mas insinuou! - me sentir magoada pelo que ele falou, ele só tá aqui por causa dos bebês. Como eu achei que fosse o contrário? - sai daqui Arthur! - falo alto.




A: Carla, você não pode se alterar. Fica calm...- o interrompo.




C: SAI.DAQUI.AGORA.- falo firme e alto novamente. Ele sai do banheiro, e eu tranco a porta.



Começo a chorar. Eu tenho que me acalmar, não posso ficar assim. Depois de chorar bastante eu me levanto e vou pro Box. Tomo banho, troco de roupa, coloco uma roupa bem levinha. Me olho no espelho e vejo meu rosto todo vermelho e inchado. Que raiva, eu não tenho nada aqui pra mudar um pouco essa cara inchada.





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VOLTEIIIII....
Não me matem meninas, eles são assim....

Meta: 65 comentários, 25 estrelinhas e eu voltooooo...



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