CARLA
Não conseguir dormir a noite toda, tive mais um enjôo daqueles de deixar você quase morta. Ele dormiu que nem pedra, curtiu a noite, na verdade o dia quase todo. Eu tô muito puta, queria bater nele até o mundo acabar, mas não posso fazer isso. Eu tô grávida e não posso ter estresse, minha gravidez é de risco. Da outra vez quase perdi meus anjinhos. Fiquei sentada na cama até o dia amanhecer, não tava nada bem. Os enjoos matinas tavam me atacando com tudo, ainda é 06:20 da manhã e eu já vomitei duas vezes.
O Arthur nem se mexe de tão bêbado que tá. Mas é bom ele não se acordar, não tô afim de olhar pra cara dele e lembrar do que ele me fez ontem. Eu tava disposta a conversar, resolver nossas diferenças e ele tava com outra. Que raiva dele! E que raiva de mim por amar ele, eu não vou perdoá-lo nunca. Traição não dar pra perdoar. Assim que eu voltar pro Rio, eu vou pra casa dos meus pais. Não vou ficar na mesma casa que ele, nem se me pagar.
O vejo de mexendo na cama e depois ele abre os olhos. Eu tava sentada encostada na cabeceira da cama, ele simplesmente me olha e vem na minha direção na intenção de me beijar, mas eu viro o rosto. Ele me olha com uma cara estranha, ele achou o que? Ele achou que eu iria beijá-lo depois dele ter ficado com outra mulher? Ele continue me olhando.
A: Bom dia! - ele diz com a voz rouca. Não o respondo, não quero falar com ele. Ele me fez chorar a noite toda, só de lembrar do cheiro daquele perfume e da marca de batom do pescoço dele meu estômago embrulha e eu corro pro banheiro.
Já tô abaixada sobre o vaso quando sinto suas mãos em minha cintura. Tento me afastar mas ele não sai e pega meu cabelo, o segurando para não atrapalhar. Termino e fico apoiada, por uns segundos, no vaso tentando passar o mal estar. Sinto sua mão acariciando minhas costas, eu não falo nada e me levanto. Pego minha escova pra escovar meus dentes e ainda me sinto tonta. Começo a escovar meus dentes de olhos fechados porque ainda me sinto tonta. Quando abro os olhos o vejo me olhando e não falo nada, mas sua voz quebra o silêncio.
A: Você já tá bem? - ele diz e se aproxima de mim.
C: Não, eu me sinto péssima. - falo, pois não me sentindo mal pelos enjoos, mas sim pelo que ele fez.
A: Oque? Quer que eu pegue alguma coisa pra você? Você já tomou o remédio de enjôo? - ele pergunta extrapolando as perguntas. Meus olhos já enchem de lágrima, porque o que eu queria era que ele não tivesse feito isso comigo e ele fez.
C: Não, não precisa. O que eu quero não se pode desfazer...- falo magoada, ele me olha com uma cara de interrogação e não fala mais nada.
Termino de me ajeitar e saio do banheiro. Não tô afim de conversar, pelo menos não agora. Eu não vou fazer a mesma coisa que ele me fez quando mandaram aquelas fotos pra ele, vou escutá-lo, vou ver o que ele tem a falar e se ele vai falar a verdade. A minha vontade era de bater nele até não ter forças nos meus braços, mas eu tenho que me controlar, meus filhos precisam que eu fique calma. Olho a hora pelo celular e vejo que ainda vai dar 07h da manhã, me deito na cama e tento descansar mais um pouco, acho que ele foi tomar banho.
Cochilo e me acordo poucos minutos depois com o Arthur mexendo em alguma coisa que não conseguir identificar. Me levanto no susto e me sento na cama.
A: Desculpa, eu te acordei. Pode voltar a dormir eu vou sair...- ele diz com a maior naturalidade do mundo. Uma raiva cresce dentro de mim e sem querer acabo falando no momento errado.
C: Vai de novo encontrar a mulher que deixou seu pescoço marcado? - pergutno irônica. Ele me olha como se eu tivesse 10 cabeças
A: Oque, não entendi? - não é possível, ele tá se fazendo de idiota.
C: Não precisa mentir, Thur. Eu vi o batom no seu pescoço, a maquiagem na sua camisa e o perfume feminino, que me causou um enjôo daqueles ontem a noite, e estava empregado em você. - falo e meus olhos, sem que eu quera, enchem de lágrimas. Ele tá surpreso, da pra ver na cara dele.
A: Do que você tá falando? - ele tem a cara de pau de me perguntar? Calma, Carla. Seus filhos precisam de você, calma.
C: Como eu sou idiota! - falo pra mim mesmo.
A: Eu realmente não tô te entendendo...você pode me explicar? - ele não pode tá falando sério. O encaro na em pé, e fico olhando na sua cara. Eu tô me tremendo, e não posso ter estresse.
C: Deixa isso pra lá, eu não quero falar disso agora. Meus filhos precisam que eu fique calma. - falo mais pra mim mesmo do que pra ele, quando tento me afasta indo na direção do banheiro novamente ele pega meu braço.
A: Me explica direito o que tá acontecendo...até ontem você não tava nem falando comigo, quando eu cheguei ontem você tava toda estranha, até de amor você me chamou. Coisa que você nem tava fazendo...nos beijamos e do nada você passa mal e sai correndo pro banheiro, depois eu tento ser carinhoso com você e você muda totalmente, me deixa sozinho no banheiro e vai pra cama. Agora tá me tratando assim...me explica, Carla, eu quero saber. - fala me olhando firme. Então ele se lembra do que aconteceu ontem?! Eu puxo meu braço e o olho firme também, ele tá pensando que eu sou idiota.
C: Até ontem quando você chegou, eu tava disposta a conversar com você e resolver nossas brigas e tudo mais. Mas aí quando VOCÊ...- coloco meu dedo em seu peito. - me beija eu sinto o cheiro de perfume feminino em você. Juro que eu tentei esquecer o perfume, mas aí eu vi a maquiagem na sua camisa, e um formato de um beijo, com batom vermelho, no seu pescoço. O que você quer que eu pense? "A idiota da Carla não vai perceber nada." É isso, Arthur? - as lágrimas já banhavam meu rosto. Sinto suas mãos me tocando e eu me esquivo. - não me toca! - falo brava.
A: Amor...- não o deixe terminar.
C: Eu te odeio! Porque você fez isso comigo? - começo a bater em seu peito descontrolada, ele tenta segurar minhas mãos mas eu não permito. Quando já não tenho mais forças paro e ele me puxa pra um abraço que no começo eu reluto pra aceitar, mas acabo me entregando e choro mais ainda...
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O clima tá pesado aqui, em?!Meta: 70 comentários, 20 estrelinhas e eu voltooooo...
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A Nova Secretária Do Papai
FanfictionArthur Picoli, um empresário bem sucedido, ficou viúvo depois de perder sua mulher no parto de sua filha, Maria Clara, que agora tem 5 aninhos. Arthur se fechou pro amor e se dedicou a cuidar de sua pequena...dois anos depois da morte de sua espos...