Capítulo 60

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ARTHUR




Assim que chegamos na casa de meus pais, acordo a Carla e sem querer a Maria acorda também. Minha família recepcionaram a Carla muito bem, minha mãe e minha irmãs nem se fala. Rolou um pouco de ciúmes da Maria porque o Pedrinho adorou a Carla e não quis mais desgrudar dela, mas a Carla como sempre soube controlar a situação. Como chegamos na hora do almoço, almoçamos e ficamos na varanda. Minha mãe e minha irmãs ficaram apaixonadas na barriguinha da Carla e ela ficou toda feliz.


A Thaís levou a Maria junto com o Pedrinho pra sua casa, meu pai precisou sair pra fazer um entrega do bolo da Dani e ela foi junto, então ficamos só eu, minha mãe e a Carla em casa. A Carla tomou banho e saiu do quarto, ela não gostou muito de ficar no mesmo quarto que eu e isso me deixou triste. Mesmo não gostando e tentando me evitar a todo momento, ela ficou quieta a pesar do bico enorme que ela fez.


Tomei banho e saí do quarto procurando a Carla. Procurei e a vi na varanda sentada fazendo carinho na barriga. Fico de longe a olhando, ela ainda na me viu. Como eu a amo...que saudade de escutar ela me chamando de "lindo" ou de "amor, tô maluco de saudade, doido pra voltar a dormir de conchinha com ela, pra falar com os bebês sem precisar esperar ela dormir. Viver dessa forma não dar, eu pensei que com o passar dos dias ela não perdoaria, essa indiferença da me matando. Me aproximo dela e ela me olha assustada, ela não me esperava.



A: Quer alguma coisa? - pergunto na intenção de puxar assunto.


C: Não! - ela diz e vira a cabeça pro outro lado.


Essa tá sendo nossa rotina de conversa a mais o menos um mês. Tô ficando maluco com essa indiferença toda, ja cheguei a me questionar se ela ainda me ama. E só na possibilidade da resposta se um NÃO, meu coração dói.


A: Tem certeza? Uma água, um suco, um...- ela me interrompe.


C: Eu já disse não. - ela diz com rispidez e coloca a mão novamente na barriga.


Tô louco pra sentir os bebês chutarem, mas não sei como isso vau acontecer. Eu sei que eu sou o pai e tenho total direito de tocar em sua barriga e sentir as crianças, mas não quero fazer isso obrigando a Carla. Então acho que vou pedir.


A: Carla, posso te pedir uma coisa? - ela me olha confusa.

C: Depende...- ela responde sem me olhar.


A: Posso tocar na sua barriga? Eu tô louco pra sentir eles...- minha voz saiu como se eu fosse desesperado. Só agora ela me olhou nos olhos e eu consigo ver uma grande confusão ali.


Ela não me responde, apenas tira a mão da barriga, vira a cabeça novamente pro outro lado e eu entendo como um sim. Me aproximo da rede onde ela está sentada coloco a mão na sua barriga. Meu coração palpita, sinto uma onda de sentimentos dentro de mim.


A: Oi, crianças. Aqui é o papai falando... - paro de falar e abaixo a cabeça, estou emocionado, pois não era essa a situação que eu queria está falando com meus filhos. Levanto minha cabeça e retorno a falar. - tão gostando daqui? Essa foi a cidade onde eu nasci e a cidade onde os avós de vocês moram. O papai tava morrendo de saudade de conversar com vocês, eu amo vocês viu?! Esperem só mais alguns meses e estaremos todos juntos. Amo vocês! - falo e dou vários beijos na barriguinha da Carla que tá a coisinha mais linda.

Levanto minha cabeça e a olho, ela tenta esconder mas ta emocionada. Não resisto e toco seu rosto, ela se entrega as minha carícias em seu rosto e fecha os olhos. Logo sou surpreendido por uma Carla indiferente novamente. Ela empurra minha mão de seu rosto e volta a virar o rosto. Meus olhos enchem de lágrimas, me levanto e saio, a deixando sozinha. Não sei quanto tempo isso vai durar, já faz um mês que estamos assim.

Volto pro quarto e choro, choro como uma criança. Sinto uma mão tocando meu braço, me viro e vejo minha mãe com seu olhar de ternura me olhando.

B: Oh, filho...- A abraço e assim ficamos por longos minutos.

A: Eu não sei o que fazer, mãe. Ela tá indiferente, toda vez que tento lhe tocar ela recua, tá muito difícil. Eu a amo demais! - falo voltando a chorar, quem disse que homem não chora?


B: Eu sei filho, deu pra notar o clima entre vocês. Mas vou te falar uma coisinha...ela te ama! Ela te ama, deu pra ver nos olhos dela enquanto a gente conversava. Ela não tirava o olho de você...- minha mãe diz e meu coração palpita.

A: Já não tenho tanta certeza disso mãe, ela não me deixa se aproximar dela. Nem falar comigo, direto ela falar...- falo magoado.

B: Filho, ela ainda tá magoada. Eu sei que tá doendo, mas você tem que ter paciência, Arthur. As coisas não são assim, meu filho! Eu sei que você tá sofrendo com essa distância, com a indiferença dela, mas você já se colocou no lugar dela? Entenda, não quero defendê-la, mas tem coisa que é complicada. Agora vocês tem que parar com essa criancice! Agora não é só vocês, na verdade nunca foi só vocês dois. Antes tinha a Maria e hoje tem mais dois anjinhos que ainda não nasceram, mas que precisam dos pais juntos e unidos. Tenha paciência, querido. As coisas vão se resolver, pode ter certeza. - Minha mãe diz e sai do quarto. Essas palavras já foram me ditam antes, o seu Carlos me falou mais o menos isso a um mês atrás, no hospital.

Fico no quarto sozinho, refletindo sobre isso tudo que anda acontecendo nesse último mês e acabo pegando no sono.





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Capítulo curtinho por estou cansada, mas amanhã eu venho com a parte da dona Carlota....

Meta: 70 comentários, 25 estrelinhas e eu voltooooo...

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