Capítulo 61

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CARLA

Um mês! Um mês, sendo indiferente, sendo fria, tentando ir contra o meu coração. Agora eu tô aqui, na casa da família dele e adorando todo carinho e amor que me receberam. Desde que tive alta do hospital não nos beijamos, nem nos falamos direito, so o necessário. O Arthur tenta se aproximar em vários momentos, mas eu não quis. Tem muito coisa ainda aqui dentro que eu preciso entender e esquecer.

Quando ele nos falou que iríamos viajar, eu ia dizer que não iria. Mas aí tenho uma pequena de olhos claros, loirinha me chamando de mamãe e implorando pra mim ir visitar a "Vó Dia". Não conseguir resistir e disse sim. Converso que fiquei com muito medo de conhecer a família do Arthur, fiquei com medo deles não gostarem de mim. Mas assim que cheguei fui recepcionada com muito amor e carinho. A mãe e irmãs do Arthur ficaram emocionadas quando viram o tamanho da minha barriga, que hoje está de 5 meses.

Na hora de falar onde ficaríamos, dona Bia me colocou no quarto do Arthur. Segundo ela, marido e mulher ficam no mesmo quarto. Eu acho que ela não tá sabendo da nossa briga, separação ou sei lá o que. Confesso que não queria ficar no mesmo quarto que ele, eu tô tentando fugir dele a um mês. Porque eu sei, que se a gente ficar muito tempo próximo eu não vou resistir. Na casa dele, a gente tava dormindo em quartos separados, foi assim que eu pedir. Vou tentar ficar o mais longe possível.

Eu ando muito chorona, a gravidez tem me deixado mais chorona que o normal. E essa distância, que eu mesmo coloquei entre mim e o Arthur, tá me deixando mais chorona ainda. Não tô conseguindo dormir a noite, e quando consigo tenho sonhos com o Arthur tocando minha barriga. Eu sei, sou muito contraditória, ao mesmo tempo que o queria por perto, eu sinto toda aquela raiva que vi nos olhos dele e quero distância. Eu sei que posso tá sendo cruel comigo e com ele, mas eu não consigo esquecer. E de mim e eu preciso desse tempo, por mais que isso esteja me magoando.

Eu adoraria passar esse momento agarradinha nele, não eu juro que não dá. Eu preciso desse tempo, preciso. E tem mais, ele nem tenta se aproximar de mim. No começo ele até tentava, mas hoje? Hoje ele simplesmente pergunta se eu tô bem e some. Tomo banho, e quando saio do banheiro já arrumada o vejo sentado na cama. Prefiro sair do quarto, a Maria foi pra casa da tia dela, a Thaís. A casa tá vazia, acho que só a dona Bia, eu e o Arthur estamos aqui.

Assim que saio do quarto sinto seu olhar sobre mim e fico nervosa. Vou em direção a varanda e sento na rede que tem aqui. Adorei esse lugar, tudo tranquilo e maravilhoso. A Thaís falou que aqui tem rios e cachoeiras, vou adorar conhecer. Adorei a Thaís, ela é uma amor, o filhinho dela, o Pedrinho é um amor de criança. Fiquei a apaixonada nele, a Maria até ficou com ciúmes. A dona Bia nem se fala, ela falou comigo com tanto amor e carinho, me trata com tanta delicadeza e cuidado que enche meu coração.

Fico sentada, tomando um ar e acariciando a minha barriga que está linda. Eu tô adorando ficar grávida, tô doida pra pegar meus bebês no colo e dar muito amor e carinho. Ainda não se mexeram e a doutora falou que a qualquer momento eles podem se mexer. Ainda não sabemos o sexo deles, toda vez que vamos pra consulta eles se escondem, na verdade o primeiro sempre fica na frente do segundo bebê e assim não conseguimos ver nem um nem outro. Mas logo, logo vamos descobrir.

Estou entretida com meus pensamentos e não vejo quando o Arthur se aproxima de me e me pergunta se eu quero alguma coisa. Eu lhe respondo dizendo que não, acho que fui meio grossa, mas não tô ligando muito. Ele insiste e pergunta se eu quero algo pra beber e eu lhe respondo novamente que não. Ele fica alguns segundos me olhando e eu viro o rosto, não quero conversar, não agora.

Me surpreendo quando ele se abaixa e pergunta se pode tocar na minha barriga. Não entendi a pergunta eu nunca o proibir de falar com os bebês. Retiro minha mão que tava em cima da minha barriga e viro novamente meu rosto. Ele toca minha barriga e começa a falar, mas para e abaixa a cabeça, não resisto e o olho. Ele tá emocionado! Eu já falei que eu tô com os hormônios a flor da pele, e me emociono também. Ele levanta a cabeça e eu desfaço, não quero que me veja emocionada.

Ele vai falando com nossos filhos e cada palavra que ele fala me emociono mais. Ele terminar e me olha, toca no meu rosto e faz um carinho. Não resisto e acabo fechando os olhos, me entrego aquele carinho que eu estou morrendo de saudade. Logo acordo e me afasto dele. Acho que ele não esperava essa reação da minha parte, mas eu não vou fazer isso agora. Ele faz um carinho na minha barriga, a beija e sai.

Assim que ele saiu eu acabo desabando e choro acariciando a minha barriga. Acabo pegando no sono e sou acordada minutos depois com a dona Bia me chamando.

B: Filha, você dormiu aí?! Vem preciso te mostrar umas coisas que eu achei...- ela diz carinhosa e me ajudando a levantar.

A sigo até o seu quarto, assim que chegamos ela me pede pra sentar na cama. Assim faço e ela pega uma espécie de livro, e quando ela se aproxima eu vejo que é um álbum de fotos.

B: Eu vou te mostrar as fotos do Arthur quando ele era criança...- ela sai me mostrando as fotos e me contando as histórias.

Engraçado que ela guarda todas as lembranças não só no álbum, mas também no coração e cabeça. Ela me mostra foto dos churrasco em família e eu consigo ver em uma dessas fotos a Patrícia, mãe biológica da Clarinha. Ela era linda! Vejo fotos da Clarinha bebê, do Arthur a segurando quando ela tinha acabado de nascer. E nesse foto ele chorava. Dona Bia disse que assim que essa foto foi tirada a Patrícia, se foi.  O álbum termina e ela me olha de um jeito diferente.

B: Sabe, Carla, nunca vi meu filho tão feliz e apaixonado como agora. - ela diz e eu abaixo a cabeça. Ela toca minha e eu a olho de novo. - O Arthur me contou o que tá acontecendo com vocês...- ela diz, eu abaixo a cabeça novamente e as lágrimas já chegam ao meus olhos.

C: O-o que ele disse? - pergunto com a voz entrecortada.

B: Ele me falou de tudo...filha, eu sei que talvez não seja a melhor pessoa pra falar isso com você, por ser a mãe do Arthur. Mas eu falei com ele, e ele me disse que tá com medo de você não o amar mais...- eu a olho assustada. Não conseguir falar mais nada, desabei em lágrimas e ela me abraçou.

C: Eu o amo! O amo mais que minha própria vida, ele é o amor da minha vida. - digo chorando deitada com a cabeça em seu colo enquanto ela alisava meus cabelos.

B: Oh filha, o Arthur também te ama muito. E tá sofrendo horrores com esse afastamento...- ela diz e eu choro mais. - porque vocês são tão teimosos em? Eu queria entender, mas eu não tô aqui pra criticar vocês. Eu já estive nesse lugar, já fui muito orgulhosa também. Mas tentem conversar, se resolver, brigar e se afastar só vai fazer mal pra vocês dois e vai acabar respingando nas crianças. - ela termina de falar e continua com o carinho na minha cabeça.

Fico mais alguns minutos ali e quando me acalmo nós saímos do quarto. Acho que estou com a cara toda vermelha, típico de quem chora até o mundo acabar. Vou pro quarto, na esperança de ver o Arthur e conversar com ele, mas ele não está. Procuro pela casa toda e ele não tá em lugar nenhum. Tá então vou esperar ele voltar pra conversamos.




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Eitaaaa a parte da Carlota...estão gostando? Eu sei, prometi que acabaria a montanha russa e vou cumprir...ou não🤭

Meta: 70 comentários, 20 estrelinhas e eu voltooooo....

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