Capítulo 76

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ARTHUR




Uma semana já havia se passado desde o dia que a Carla levou os tiros e os gêmeos nasceram, e nada da Carla acordar. Tenho virado a noite aqui no hospital .




Os gêmeos acabaram de ter alta e não sei como vou levá-los pra casa sem a Carla com a gente. Não tive a oportunidade de falar com ela de perto. Toda vez que a vejo é da janela da UTI.





Mesmo dormindo ela tá linda, parece um anjo dormindo. Hoje quando o doutor que cuida do Lucas e da Liz deu alta pra eles eu só sabia chorar. E até agora não parei de chorar pensando na Carla nesse hospital, sem poder vê nossos filhos, amamentá-los.






Não sei como vai ser se a Carla não acordar. Tenho medo, muito medo, e isso tá me assustando muito. A minha família e a família dela já conheceram os bebês, e se apaixonaram.





A Maria Clara não sabe falar outra coisa que não seja "quelo ber ninha mamãe!". Ela tá morrendo de saudade da Carla, a Thaís disse que ontem ela acordou chorando querendo vê a mãe.





Não, ela ainda não conheceu os gêmeos. Tava com esperança que a Carla acordasse e pudesse presenciar a cena dos três juntos. Mas pelo que eu tô vendo não vai acontecer.





Hoje implorei para o doutor pra me deixar vê-la, tocá-la, falar com ela e vê se ela me responder. Ele não queria deixar, mas viu meu estado e me deixou entrar no quarto por 10 minutos.






Antes de entrar no quarto, fui no berçário avisar aos bebês que iria vê a mamãe deles e que vai ficar tudo bem. A Liz me lança um sorrisinho com os olhinhos fechados. Ela tem o mesmo sorrisinho da Carla.






Vou em direção ao quarto e encontro o doutor me esperando. Comprimento ele e ele começa a falar sobre não demorar muito e entre outras coisas.






Assim que abro a porta do quarto, fico olhando-a toda conectada a fios, aparelhos e é inevitável não chorar. Vou chegando perto dela e meu rosto já ta todo banhado de lágrimas.






Quando chego até ela minha mão trêmula toca seu rosto e a outra segura a mão dela. Abaixo a cabeça e choro igual criança. Nunca vi ela tão frágil como agora, essa cena me parte o coração.






O medo de perdê-la me consome. Não era pra ter deixado elas saírem sozinhas. Não era! Se elas tivessem em casa nada disso teria acontecido.






A: Vida...Amor, acorda vai. Nossos filhos tão te esperando...- A minha voz é interrompida pelo choro. - A Maria não para de te chamar e dizer que quer te vê. Ela sonhou com você ontem e acordou chorando procurando por você...- enxugo uma lágrima do meu rosto. - Os gêmeos nasceram e hoje eles está fazendo uma semana de vida...- em meio ao choro consigo sorrir ao pensar neles. - o Lucas é a minha cara, você precisa vê. A Liz, toda vez que falo com ela, ela me lança um sorrisinho igual o seu. Ela é sua cara, vida. Eles são lindos! Os dois são loirinhos, os cabelos quase não aparecem de tão loiros que são. - choro. - não deixa a gente, amor. Acorda, por favor! A gente precisa de você, os gêmeos acabaram de nascer e nem conheceram a mãe maravilhosa que você é. - começo a soluça de tanto que eu chorava. - não me deixa, amor. Eu não sei o que vai ser de mim se eu te perder, não vou aguentar. Volta, vida, por favor.






Abaixo a cabeça e choro igual criança, de repente sinto minha mãe sendo apertada e os monitores disparando. Me desespero e não sei o que fazer. Os monitores começam a fazer barulhos estranhos e me assusto.






Corro pra chamar alguém. Eles entram na sala e não me deixam entrar de novo. Me desespero, não posso perder ela. Sento no chão e choro mais do que antes. Quem disse que homem não chora?







Depois de mais o menos uma hora e meia o doutor aparece me chamando e eu vou. Assim que saímos da UTI ele para em um corredor e começa a falar.






Ele perguntou se eu conversei com ela e eu respondi que pedir pra ela voltar. Ele sorrir e eu não entendo nada. Ele me falou que ela tava com o coração muito acelerado por isso os aparelhos começaram a ficar daquele jeito. Mas que tá tudo bem agora.







Quando ele me diz que ela queria voltar eu fico muito feliz. Ela me escutou então?! O meu amor tá voltando! Ele me diz que conseguiram reanimá-la e que tiraram todos os aparelhos dela.





Agora é esperar ela voltar sozinha, ela não precisa de aparelhos. Fico feliz e pergunto quando vou poder vê-la de novo, ele me diz que ela vai ser tranferida para o quarto, mas que eles ainda tão de olho nela.







Tô muito feliz!  O choro agora é de felicidade, pois apesar dela ter me assustado. Pensei que tava acontecendo algo grave. Corro pro berçário. Meus filhos precisam saber que a mamãe deles está voltando.






Chego lá e o Lucas tá sendo trocado. Meu filho é tão lindo, mas tá fedido com aquela fralda toda suja. A Clara agora tá com os olhinhos abertos. A coisinha mais linda. Falo pra eles que a mamãe deles tá acordando e os dois sorrir.






Fico um pouco com eles, que já estão de alta, mas só voltam pra casa com a mamãe agora. Agora volto pra Carla, que ja tá no quarto e já posso entrar pra vê-la.







Tá tão linda, agora sem aqueles aparelhos chatos em cima dela. Lhe dou um selinho nos lábios e quando abro os olhos ela tá me olhando.





A: Linda, você Acordou! - ela sorrir fraco pra mim e eu me emociono. Ela voltou pra mim, minha vida voltou!





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Aiiiiii, que lindo! Estamos quase acabando a fic, será que ainda teremos aventuras?

Meta: 80 comentários e eu voltooooo...



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