Parei o carro perto do restaurante e vi Ava ao lado de um homem ela se levantou assim que viu meu carro se despede do homem com quem estava conversando entrega o casaco que estava usando e sobe no carro.
— Está muito frio lá fora. — Disse assim que entrou no carro.
— Esta tudo bem com você, ele não tentou nada que você não quisesse não é? — Ela me encara como se estivesse se questionando como eu poderia saber disso.
Luke havia me dito estávamos jogando quando perdi e fiquei mexendo no celular enquanto ele e James jogavam depois de algumas cervejas ele acabou contando sobre a brilhante ideia de Conner de foder a irmã do capitão para de algum modo ferrar com ele. Não vi sentido nenhum nessa merda de ideia mas queria me certificar de que ela ficaria bem e depois dela ter dado like em uma foto que eu havia acabado de postar mandei um DM para me ter certeza de que estava tudo bem.
— Ele tentou me beijar não deixei, fui educada e disse que seria melhor sermos apenas amigos claro que não seria amiga dele mas achei que ele entenderia que eu não estava interessada. Ele não entendeu tentou me agarrar outra vez eu gritei e por sorte Carlos me ouviu. — Ela sorri por um breve instante, mesmo com os olhos marejando suas mãos estavam apertando a barra do seu vestido. Merda ela estava fazendo a coisa com os dedos. — Depois disso ele ainda achou que eu voltaria com ele falei que não, porque se ele estava me cobrando beijos em troca de um jantar espera. Falei que ele disse que por ter pago o jantar beija-ló é o mínimo que eu deveria fazer? — Nunca gostei muito de Conner mas a verdade é que eu simplesmente não dava a mínima para sua existência ele sendo um filho da puta ou não, diferente dos outros caras que ou eram seus amigos ou queriam socar a cara dele eu simplesmente era nulo e eu digo era porque o que mas quero agora é soca-lo até quebrar seu nariz de merda. — Bom sim ele disse isso, então eu disse que não voltaria com ele porque se ele estava me cobrando beijos por causa da merda de um jantar quem me garantia que ele não ia querer minha mão em casamento por causa da carona ele disse que não se casaria com uma preta e foi embora.
— Vou levar você para casa corazón. — Falei sem saber exatamente o que devia dizer nesse momento. A encarei — Nunca tinha visto você de tranças, ficam muito bem em você qual é o nome delas mesmo?
— Box Braids. — Disse e limpando as lágrimas com as palmas das mãos, estico meu braço e pego um pacote de guarda napus e a entrego. — Está com pressa? — Neguei. — Não quero voltar ao dormitório agora porderíamos dar voltas por ai ou sei lá só não quero voltar ainda.
Diriji em silêncio, Ava cantarola uma música do The Weekend que estava tocando ela parecia estar perturbada mas ao mesmo tempo parecia estar longe, perdida em sua mente depois de mais de uma hora dirigindo paro e desço do carro, abro a porta do passageiro e Ava me encara.
— Vêm. — A ajudo a descer do carro assim que desçe tira seus sapatos e joga dentro do carro onde estava sua bolsa coloquei meu casaco sobre seus ombros para que ela não se sentisse frio.
— Onde estamos? — Dou de ombros. Ela baixa seu vestido e senta em cima do capô do carro com dificuldade por conta do vestido que acabou subindo novamente, me sentei ao seu lado.
Penso no que devo dizer, ou que talvez fosse melhor eu não dizer nada ela ainda me parecia abalada.
— Precisava de uma amiga agora. — Falou apoiando seus cotovelos em suas pernas e sua cabeça em suas mãos.
— Somos amigos. — Ela ri.
— Mais ou menos, mas é só que precisava de uma garota agora. Só uma garota sabe oque é ter de trocar de roupa antes de sair porque se não o fizer corre o risco de ser assediada, só uma garota sabe o que é um homem achar que é seu dono por ter pago a porcaria de um jantar, só uma garota sabe oque é dizer não e ser ignorada. Somos amigos Dylan e pode apostar que ser sua amiga me deixa feliz mesmo você sendo um idiota as vezes mas não acho que você entenderia oque é ir a um encontro com alguém que simplesmente fica insultando sua raça como se não fosse nada que insulta seu cabelo e ainda acha que está elogiando. — Ela suspirou frustrada. — Queria conversar com alguém com quem eu podesse xingar todos os homens da face da terra.
— Tem razão, não entendo nada disso sou um homem hetero branco a espécie mais previlegiada da face da terra. — Ava ri sem muito humor. — Mas somos amigos mesmo estando sempre implicando um com o outro, se precisar de mim para falar mal de todos os homens da face da terra falaremos mal de todos os homens da face da terra.
— Não vai se ofender? — Foi a minha vez de rir.
— Me dê o seu pior. — Ela começou.
— Ele estava se achando tão especial porque está cursando direito e joga hóquei quero dizer quem se importa? Estou nem ai, você é a merda de um imbecil que provavelmente está aqui por causa de nepotismo ou por causa da sua conta bancária ou talvez os dois quero que Conner Jones vá para o inferno quero que todos os homens vão para o inferno ninguém tem o direito de me tocar quando não quero ser tocada porque homens são tão escrotos? Eles acham que sabem mais sobre nós do que nós mesmas, ele me tratou desse jeito porque sou negra ou é assim que trata todas as mulheres? Quero matar todos vocês sabe vocês são responsáveis pela maioria dos problemas que existem na porcaria do mundo vocês deveriam estar mortos ou pior deveriam passar por tudo que temos de passar todos os dias quero socar a merda daquela rostinho bonitinha dele quero quebrar os vidros do seu precioso carro furar os peneus mas apenas três pois quatro o seguro cobre. — Ela parou de falar e respirou fundo de seguida olhou para mim e riu me fazendo rir tambem.
— Quer ir até a faternidade dele e vandalizar o carro? Se dermos sorte talvez dê até para acertar um soco na cara dele você pode dar primeiro ou segundo oque você quiser. — Ela riu mais um pouco e encosta sua cabeça no meu ombro e fecha os olhos ficamos em silêncio encarando o céu não sei por quanto tempo.
— Queria que o mundo fosse diferente. — Disse ainda com a cabeça no meu ombro e com seus olhos tambem ainda fechados. — Queria que minha cor não fosse uma das minhas inseguranças, queria não ter certeza de que o principal motivo de eu ter entrado em Harvard ser para preencher a taxa de diversidade deles sei que sou boa o suficiente para Harvard mas também sei que não foi por isso que entrei em Harvard. — Não sabia oque dizer então me calei. E mais uma vez o silêncio prevalece.
Ava me encarou fixamente, ela estava tão bonita vê lá chorar me deixava triste. Ela aproximou seu rosto do meu por mais que eu quisesse mais que tudo beija-la naquele momento me afastei e o silêncio que prevalência ficou estranho. Mas ela estava vulnerável beijá-la agora seria errado.
Ava se deitou ali mesmo no capô do meu carro e fica encarando as estrelas faço a mesma coisa depois de um tempo sinto sua respiração tranquilizar. Ela estava dormindo e estava obviamente com frio, me levantei e a pego no colo dou a volta para colocá-la no banco de trás ela estica seus braços os colocando em volta do meu pescoço e abre os olhos por alguns segundos.
— Obrigada por me ouvir, realmente precisava disso. — Ava beija minha bochecha e volta a fechar os olhos.
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Amor e outros problemas
RomanceAva Beatriz Cullman uma caloura do curso de artes visuais em Harvard está aprendendo a viver essa nova fase de sua vida tentando provar para seus irmãos mais velhos de que ela era assim como eles uma pessoa adulta e capaz. No meio de tudo isso ela...