18 |Ava|

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— Pare de se mexer cara. — Reclamei enquanto limpava suas costas pela quinta vez.

— Você me obrigou a sair de casa às três da manhã porrah, estou quase caindo de sono eu nem vou conseguir treinar hoje.

— Foi você quem disse que queria ver meus desenhos e em troca faria oquê eu quisesse agora aguente e fique quieto.

Quando Dylan havia me pedido para ver meus desenhos  eu não os queria mostrar para ele, sim fiquei um pouco envergonhada por ele ter me visto o desenhar.
Não sou nenhuma louca que desenha pessoas do nada, oky talvez eu fosse. Desenhos eram minhas fotografias eu desenhava momentos aleatórios do meu dia pessoas aleatórias que cruzavam meu caminho, bom sim talvez eu tenha desenhos a mais de Dylan mas isso é porque ele sempre estava no meu caminho.

— Isso porque eu achei que você iria querer trasar comigo e não pintar símbolo estranhos no meu corpo como se eu fosse um sacrifício para um ritual satânico. — Tive que rir, rir não gargalhar.

— Cara quando eu crescer quero ter metade da sua auto-estima. Desculpa ter que ser eu a dizer isso mas você não é tudo isso, e suas mães mentiram para você.

Ele se virou e me encarou com falsa ofensa estampada no rosto.

— Você acaba comigo quando fala essas coisas corazón, vai me dizer que não se sente nem um pouco atraída por mim? Nem um pouquinho? — Estávamos em um dos estúdios da faculdade, não tem ninguém aqui, meu professor havia me ajudado a conseguir acesso ao estúdio mais cedo para que eu conseguisse fazer meu trabalho depois de eu o ter dito aque meu trabalho seria uma estátua viva e eu precisaria de um lugar espaçoso para que não desse merda. O estúdio me pareceu uma ótima ideia.

— V..você aguenta. — Minha maldita voz saiu tão insegura que quis me dar um tapa, minhas interações com Dylan se é que podemos chamar nos dois lançando farpas um para o outro de interações. Bom lidar com ele era simplesmente normal ele falava coisas babacas sobre mim e eu falava coisas babacas sobre ele não pensávamos muito era espontâneo eu acho.

Tê-lo me encarando como ele estava fazendo agora era diferente fazia meu cérebro pensar em um milhão de coisas babacas e mal criadas para dizer para ele mas meu corpo simplesmente não obedecia tê-lo caminhando lentamente em minha direção como um predador depois de eu ter me afastado dele porque com ele perto eu não conseguia pensar e meu cérebro dava um nó e depois outro e depois outro.

Não me entendam mal não é sobre Dylan, não é sobre ele eu juro que não.
Caras que flertam abertamente me deixam assim como se eu fosse uma idiota me fazendo falar demais ou simplesmente calar a boca.
Não sou nenhuma garotinha inocente falo um monte de merda na maior parte do tempo só que dessa vez eu não estava preparada.

— Você me irrita bastante sabe? — Não respondi. — Te deixei sem resposta? Olha não achei que fosse possível. — Ele não estava perto demais mas também não estava longe o suficiente.

— Besteira! — Ele sorriu. Me encostei no móvel que estava atrás de mim.

Dylan ficou bem na minha frente com as mãos no móvel uma em cada lado do meu corpo, estávamos respirando o mesmo ar não que antes estivéssemos respirando ar diferente mas humm sim ele estava perto.

— Isso é você flertando comigo? — Ele sorriu, claro lá estavam suas covinhas idiotas e Deus seus olhos eram tão azuis. — Não sei como consegue comer alguém. — Minha voz não falhou.

— Não quero comer você!

— Não? — Decepção? Talvez... Não eu não quisesse transar com Dylan mas talvez eu quisesse que ele quisesse.

— Ok isso não é verdade, eu quero sim comer você. — Ooh.

— Austin te mataria se te escutasse falando essas coisas para mim. — Deu de ombros, me mostrando sua indiferença. — Preciso terminar os símbolos nas suas costas para depois spreiar o resto do seu corpo de dourado. Então se você acabou seja lá oquê você estava fazendo me deixe voltar ao trabalho. — E pela milionésima vez ele sorriu e se afastou.

Volto a pintar suas costas, meu trabalho consistia em recriar de alguma forma artística algo que marcou a história muitos dos meus colegas estavam fazendo uma versão moderna de obras como Mona Lisa, O nascimento de Vênus, Retrato, A noite estrelada, A última ceia ou até mesmo esculturas da criatura mística Medusa.

Decidim fazer uma estátua viva, uma ilustração dos faraós egípcios, os egípcios foram pioneiros quando falamos em pintura corporal e maquiagem e essa é uma de minhas expressões artísticas favoritas e já que todo mundo estava fazendo mais do mesmo decide fazer diferente, mais difícil? Bom sim, principalmente quando seu modelo não fica quieto. Mas com certeza valia a pena meu trabalho se destacaria e por mais que eu odeie admitir Dylan tinha o físico perfeito para o que eu havia planejado oque também ajuda bastante se ele não tivesse se "disponibilizado" teria pedido para Austin ele não recusaria mesmo não gostando muito da ideia de ficar dourado por dias. Então decidi não perder a oportunidade de sacaner Dylan ter uma boa nota e de bônus o deixar dourado por dias.
Ele não sabia dessa última parte mais depois de tomar alguns banhos ele se daria conta.

— Se você se encostar em algum lugar antes dessa tinta secar eu mato você, está me escutando? — Ele arqueia a sombrancelha debochando da minha ameaça, como se estivesse dizendo "aí é, e como vai fazer isso?" — Estou falando sério.

— Claro, claro. — São quase oito da manhã quando finalmente termino a pintura.

— Eu realmente não gosto de você. — Falei já irritada com o seu desinteresse.

— Ótimo porque eu também não gosto de você. — Sorriu de forma forçada e sem mostrar os dentes, e logo de seguida simulou que ia encostar na parede me fazendo gritar. Ele riu. Eu bateria nele mas isso arruinaria meu trabalho.

— Estou chegando no meu limite Barker.

— Ótimo, você fica bonita quando está no seu limite— tenho de cerrar os punhos para não socá-lo. — Depois disso não quero mais olhar nessa sua cara idiota.

— Uma pena corazón mas enfim esse me parece um problema esclusivamente seu.

— Você é tão babaca e idiota meu Deus apenas cale a boca.

— Eu só sou babaca com você porque você é dez vezes mais babaca comigo.

— E ainda assim você quer transar comigo. — Ele estala a língua concordando.

— Nunca ouviu que sexo e ódio são uma combinação e tanto? — Revirei os olhos.

— Acho melhor procurar outra pessoa que te odeie para trasar porque isso — aponto para nós dois — não vai acontecer. Acho que não será difícil achar alguém que odeie você...

— Ou achar alguém que queira trasar comigo — pisca. E pela milionésima vez revirei os olhos.


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