O treinador havia me dada um esporo por conta da minha falta de concentração no gelo. Havia sido derrubado tantas vezes e tão facilmente que além do esporo dele recebi esporo de Austin também.
— Então você está comendo a Cullman. — Parei de atar meu tênis encarei Conner mas não falei nada. — Agora faz sentido você ter ficado putinho com a história do boquete.
Me levantei já estressado.
— Que merda está dizendo? — Ele me encarou com toda sua arrogância.
— Não finja que não sabe do que estou falando, vi vocês umas semanas atrás. Mas não estou julgando cara se tivesse a oportunidade de comer aquela garota sem ninguém precisar ficar sabendo também faria, preta é tudo igual é bom comer mas tem que ser no sigilo não é?
Se fosse qualquer outro dia eu poderia ter unido todo meu auto controle e o ignorado mas eu estava puto a semanas, eu estava frustrado e irritado e infelizmente para Conner foi ele quem puxou meu último nervo e me fez explodir.
Suas costas colidiram com os cacifos depois de eu o empurar.
— Você fala mais uma merda sobre Ava e eu mato você escutou? — Ele sorriu mas se manteve calado. Eu não era uma pessoa que apelava para violência mas para toda regra há uma exceção.
— Aposto que Austin não sabe. — Me provocou, meu punho colidiu com seu rosto.
— Não sei oquê? Que merda está acontecendo aqui? — Conner que ainda estava se recuperando do soco sorriu ao ver Austin na porta do vestuário.
— Vamos lá Dylan fala. — Eu tinha dito para Ava que se ela não contasse eu contaria mas não queria o fazer, não por medo de Austin mas porque acho que isso é algo que ela tem de fazer pessoalmente estaria do lado dela se ela assim quisesse mas sei que precisava ser ela.
— Não há nada para dizer, você sabe como Conner é um cuzão bastardo que gosta de tirar todo mundo do sério. Foi só isso. — Austin se aproximou e ficou entre mim e Conner.
Austin já havia agredido dois de nossos colegas de time por falarem merda sobre sua irmã, mas tirando esses episódios ele não era um cara agressivo formado gelo muito pelo contrário era ele quem controlava as coisas quando dava alguma merda e acabávamos saindo no soco Austin era calmo e centrado desde que não envolvessem Ava. Acho que estava começando a ficar igual a ele.
— Vamos lá Dylan fale para ele. — insistiu, tentei avançar nele mas Austin me empediu.
— Se você não calar a boca vou fazer com que não consiga mais falar. — Conner riu. Austin me encarou como se não estivesse me reconhecendo, vi preocupação no seu olhar.
— Vamos lá Dylan fale para Austin que está comendo a irmã dele. — O olhar de preocupação sumiu, raiva. Ele exalava raiva.
— Esta fodendo com a minha irmã Barker? — Merda!
Eu podia negar, Conner não era uma pessoa com muita credibilidade se eu negasse com convicção Austin provavelmente acreditaria.
— Não estou fodendo sua irmã. — Conner tentou falar antes mesmo de dizer qualquer coisa Austin fez um gesto o mandando se calar. — Estou namorado sua irmã Austin.
Eu poderia o ter impedido, eu poderia ter o parado ou no mínimo tentado talvez até revidado. Mas não tentei eu deixei que ele me socasse, deixei que me derrubasse não o impedi em momento algum.
— Que merda é essa? — Ouvi a voz do treinador mas não movi um músculo. — Cullman solteu — Austin não parou. — Austin mandei parar.
Ele travou o maxilar com raiva e não me deu outro soco se levantou e me encarou com raiva. Me levantei sem ajuda e fiquei parando de frente para Austin e nosso treinador.
— Jonnes dê um fora daqui. — Conner não questinou simplesmente foi embora. — Agora me expliquem porque caralhos você estava agredindo seu colega de time.
— Eu te avisei porra, avisei para todos vocês que se um de vocês chegasse perto dela iria se ver comigo eu avisei que mataria o bastardo que ousasse brincar com ela. Ela é a minha irmã porra. — O treinador pareceu finalmente entender do que se tratava tudo aquilo e não parecia feliz.
— Então é isso Barker dormiu com a sua irmã? — Perguntou para ambos e ambos acentimos. — Deus, estamos na porra da final não podemos nos dar ao luxo de ter o time desistabilizado por besteira.
O comentário do treinador não me pareceu ter agradado Austin mas o vi travar o maxilar, mas bom o resto pode ter sido porque estava com raiva de mim tendo em conta que estava bem na sua frente e suas mãos não estavam no meu pescoço.
— Com todo respeito treinador mas minha irmã não é besteira e final nenhuma é mais importante do que ela. — O treinador o encarou por alguns segundos e depois voltou a olhar para mim.
— Tudo bem, podemos resolver isso. Barker prometa que não chegará perto da garota. — Nem fodendo, ele poderia me colocar no banco se quisesse mas isso não, eu não me afastaria dela.
— Desculpa treinador mas não posso prometer algo que não posso cumprir, não vou me afastar da minha namorada. — Austin quis avançar em mim mas o treinador o impediu.
O treinador massageou as têmporas e depois nos encarou. Ele não podia se dar ao luxo de não nos ter no gelo na final sob o risco de perdermos mas ainda assim dois dos seus melhores jogadores em guerra um com o outro era um risco que ele não podia correr pois se isso explodisse no gelo era um igualmente arriscado ou seja podíamos perder do mesmo jeito.
— Cullman é tão ruim assim ele estar a com sua irmã? — Austin o encarou como se sua pergunta fosse óbvia — Pense comigo, poderia ser pior poderia ser o Jonnes. — Austin fez carreta mas não falou nada.
Não era suposto que as coisas tivessem acontecido desse jeito, falei Ava sobre isso ontem só precisávamos de alguns dias mas não esse bastardo de merda tinha que abrir a boca.
— Tudo bem, tudo bem. Não precisam ser melhores amigos na verdade não precisam nem ser amigos só preciso que não se matem pelo menos até a final depois disso façam o que vos der na telha — eu não teria problema nenhum quanto a isso já Austin por outro lado não faço ideia — preciso dos mesmos jogadores sem dramas de relacionamento ou dramas familiares não estamos na porra de uma novela. — Austin estava com os punhos cerrados enquanto me encarava eu continuava calado — Cullman está proibido de encostar um dedo no Barker pelo menos até a final, depois disso ele é seu faça oquê bem entender. Estamos combinados?
— Se depender de mim isso nunca aconteceu. — Falei já querendo ir embora.
— Tudo bem treinador. — Austin disse mas sua raiva ainda está lá.
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Amor e outros problemas
RomanceAva Beatriz Cullman uma caloura do curso de artes visuais em Harvard está aprendendo a viver essa nova fase de sua vida tentando provar para seus irmãos mais velhos de que ela era assim como eles uma pessoa adulta e capaz. No meio de tudo isso ela...