Austin voltou para Boston para o reveillon eu fiquei em Nova Iorque com Dylan, foi uma das melhores viradas de ano mesmo que só tenhamos passado boa parte do nosso tempo em seu quarto vendo filmes já que ele não gostava de séries e fazendo outras coisas... Com certeza foi uma virada de ano para recordar. Falei para Austin que estava conhecendo alguém, ele quis saber quem era mas eu não disse, é não tive coragem para ser sincera duvido que teria algum dia.
Dylan era incrível ele me fazia sentir tão bem como se eu simplesmente não precisasse me preocupar com nada, com ninguém apesar de tudo que envolvia nossa "relação" mas ao mesmo tempo ele fazia minhas inseguranças irem a mil, era óbvio que Dylan era bonito e o hóquei entre outras coisas o tornaram popular sempre haviam garotas o olhando o cobiçando e haviam também as corajosas que iam atrás do que queriam, quer dizer quem podia culpa-las eram apenas garotas indo atrás do cara em que estavam interessadas.
Só que ver esse tipo de situação fazia eu me comparar e elas eram sempre tão mais bonitas, tão mais interessantes, tão mais sensuais, provavelmente com mais experiência também, com menos problemas, com certeza bem mais fáceis de lidar, provavelmente não precisavam esconder com quem saiem com medo do seu irmão surtar, provavelmente elas...— Corazón está tudo bem? — Dylan sussurou enquanto fingia estar escutando oque nosso professor de espanhol estava dizendo. O encarei por um momento.
O problema não era só o meu irmão surtar, o problema era que Dylan era bonito demais e caras bonitos demais por se só já davam dor de cabeça imagine caras bonitos, populares, simpáticos, e com milhões de seguidores nas redes sociais isso era demais para mim.
— Estou bem só um pouco distraída. — Eu disse também olhando para o professor fingindo estar entendendo alguma coisa.
— Tem certeza que está bem? — Acenti. Não quero falar com ele agora, não estava o culpando, não estava com raiva, não estava com ciúmes ok talvez eu estivesse com um pouco de ciúmes mas não era por isso que não queria falar agora estou tentando me manter calma não queria falar porque a probabilidade de eu desabar em lágrimas mesmo sem ter um motivo plausível assim que eu abrir a boca seja para dizer oque for era enorme.
Fiquei a aula inteira tentando não pensar nos milhares de comentários em suas fotos dizendo o quanto ele era gostoso entre outras coisas, ou tentando ignorar que metade da sala suspirou quando ele entrou eu inclusa, tentando ignorar o facto de só termos saído da sala até seu carro que estava a alguns metros e mesmo nesse pequeno percurso sei lá quantas garotas o terem cumprimentado ou tentado o parar para ter um pouco da sua atenção.
— Ava vou perguntar mais uma vez eu odeio mentiras então não minta para mim. Oquê há de errado? — Estávamos dentro do seu carro, não o respondi nem ao menos o encarei estava me sentindo uma boba.
— Não estou mentindo, eu só não quero falar sobre isso juro para você que não tem importância não é como se pudesse fazer algo para mudar oque estou sentindo. — A atenção que Dylan recebia sempre esteve lá desde que nos conhecemos só que eu não dava importância até porquê não me importava com ele ou com elas mas naquele momento eu havia começado a me importar então algo que era comum para ele ao ponto de nem perceber havia começado a me incomodar.
— Porra não fale isso, se tem algo te deixando assim tão aérea não tem como essa coisa não ser importante, não precisa me contar se não quiser mas saiba que eu moveria o céu de lugar para não ter de vê-la assim seja pelo motivo que for. — Queria contar para ele, queria muito mesmo e éramos amigos talvez eu devesse mas não éramos só amigos éramos amigos que transavam se eu falasse podia parecer que estava exigindo alguma coisa dele e eu não estava.
— Sou uma pessoa insegura. — Ele me encarou com cuidado e esperou que eu continuasse — humm então algumas coisas vão me enconmodar as vezes, não estou dizendo que é culpa sua só estou dizendo a verdade, não precisa fazer nada a respeito lido com isso desde sempre minha cor meu cabelo entre outras coisas me deixam ainda mais insegura mas não costumo falar sobre isso porque as pessoas ficam achando que estou dizendo que não gosto de quem sou e isso não é verdade minhas inseguranças tem mais haver com os outros não gostarem de quem eu sou eu sei que eu não devia me importar mas eu me importo... Bastante para falar a verdade nunca falei com ninguém sobre isso, bom além da minha antiga psicóloga mas como eu disse não é uma grande coisa sabe. — A única coisa que eu conseguia pensar naquele momento era, por favor não chore, não chore, não chore, não chore, não chore, não chore...
— Essa sua necessidade de agradar todo mundo — cravo a um do dedo polegar no indicador.
— Você acha isso um problema? — Reciei sua resposta.
— Concerteza é um problema, você sabe que sim. Mas não é isso, o facto de você não tentar me agradar eu gosto de não ser todo mundo. — Era verdade Dylan era uma das poucas pessoas para quem eu não mentia não tinha vergonha de ser quem eu era de dizer oque pensava e mesmo que estivesse com vergonha eu falava — Ava olhe para mim — Eu não queria o encarar, eu não queria chorar. — Por favor linda — o fiz — Obrigada por se abrir comigo. Sei que provavelmente nada do que eu disser vai mudar como se sente mas quero que saiba que não tenho olhos para mais ninguém além de você, nenhuma dessas garotas me importam você é a primeira coisa que penso quando acordo e a última quando vou dormir, talvez porque eu me masturbe pensando em você antes de dormir mas isso não vem ao caso — eu ri e uma lágrima caiu dos meus olhos. — Você é perfeita, eu adoro sua cor, seu cabelo, eu simplesmente adoro tudo em você então eu te peço com todo meu coração não se compare com nenhuma delas porque nenhuma delas chega aos seus pés. — Quis o beijar naquele momento mas não o fiz estávamos parados no meio do estacionamento e apesar do pouco movimento por causa da temperatura baixa decidi não arriscar.
— Podemos ir agora? — Minha aula é em alguns minutos. — Ele sorriu e acentiu. Eu estava me sentindo melhor, minhas inseguranças não haviam desaparecido em um passe de mágica mas eu estava me sentindo mais confiante talvez fossem as borboletas no meu estômago que dançavam enquanto ele falava aquelas coisas ou talvez o meu coração que batia muito mais rápido que o normal ou quem sabe a sensação de que eu valia a pena podia não ser verdade não que Dylan fosse o tipo de pessoa que mentia sem motivo mas ele poderia ter me dito aquilo para me animar mas mesmo se tivesse sido isso eu estava genuinamente feliz então simplesmente liguei o rádio e ele foi me deixar na minha próxima aula ao som de Die for you.
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Amor e outros problemas
RomanceAva Beatriz Cullman uma caloura do curso de artes visuais em Harvard está aprendendo a viver essa nova fase de sua vida tentando provar para seus irmãos mais velhos de que ela era assim como eles uma pessoa adulta e capaz. No meio de tudo isso ela...