60 |Dylan|

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Eu havia pensado seriamente em simplesmente dar meia volta mas eu já havia chegado ali era preferível acabar logo com aquilo. Ele queira uma e única conversa era exatamente isso que eu daria a ele.

Assim que entrei no restaurante ele faz menção de se levantar e vir até mim, o ignorei e sentei na cadeira a sua frente.

— Que bom que veio Dylan. — Acenti forçando um sorriso. — Então como estão as coisas? Como vai a faculdade, sua mãe disse que está namorando o nome da menina é Eva certo?

— Ava, e não vim aqui para falar sobre a minha namorada. — Ele suspirou.

— É verdade você está certo, é só que queria tornar essa conversa confortável. Talvez devêssemos pedir alguma coisa...

— Estou sem fome!

— Tudo bem... Vamos direto ao assunto então. — Acenti. — Eu estou doente. — O encarei esperando que ele continue, ele não me chamou aqui para me falar que está doente, quero dizer não acho que todos esses anos que ficou sem dar as caras ele nunca tenha ficado doente então porque que agora decidiu começar a me informar sobre suas viroses ou seja lá oque ele tinha.

— Procure um médico, quero dizer é isso que as pessoas normalmente fazem. O sistema de saúde dos Estados Unidos é caro mas com certeza você pode pagar.

— Eu estou morrendo. — Choque, ele estava morrendo? Então finalmente o avaliei, ele era uma homem forte sempre foi agora parecia que só havia restado a sombra desse homem. Ele estava magro, pálido, abatido tão sem vida como eu não notei isso assim que o vi?

Talvez porque você entrou já querendo ir embora e nem se dignou a olhar para o sujeito.

— É isso, eu estou morrendo filho. — Respiro fundo, filho? Ele me chamou de filho?

— Sinto muito. — Falei automaticamente, me pareceu ser o certo a se dizer quero dizer era isso que as pessoas costumavam dizer. Mas será que eu sentia mesmo? Sinceramente eu não tinha certeza.

— Eu tenho apenas algumas semanas de vida ou menos queria aproveitar esses últimos momentos com você e com seus irmãos. — Ele não podia estar falando sério.

— Desculpa? Deixe-me ver se entendi direito. Está morrendo tem apenas algumas semanas para viver ou menos e por isso me procurou, por favor me corrija se eu estiver em erro.

— É isso filho, quero que tenhamos a chance de termos momentos entre pai e filho antes que bom antes que eu mora. — Ele bebericou sua água e me encarou sorrindo e a única coisa que eu conseguia pensar era será que ele não estava se ouvindo ou simplesmente era imbecil o suficiente para achar que essa merda fazia sentido.

— Eu não quero parecer insensível — Comecei — Mas essa doença está afetando o seu cérebro ou realmente acha que vamos agir como pai e filho só porque está morrendo? — Ele me encarou um pouco chocado.

— Dylan eu sei que com o tempo fomos nos afastando e...

Nos afastando? Nos afastando? Ele não poderia estar falando sério. Esse cara simplesmente trocou de família e esqueceu que eu existia por anos, não estava puto por ele ter outra família filhos ou algo assim estava puto pelo o que ele fez minha mãe passar porque foi um covarde que não teve coragem de terminar um casamento antes de começar um novo relacionamento estava puto porque passei boa parte da minha adolescência buscando a aprovação de alguém que nem sequer estava na minha vida para aprovar alguma coisa estava puto porque eu finalmente tinha seguido em frente e superado esse idiota e agora ele decide voltar e dizer que o tempo nos afastou?

— O tempo não nos afastou, você fez isso! — Falei o encarando e ele desviou o olhar. — Você escolheu sair da minha vida não se importou que eu era apenas uma criança, eu era a merda de um garoto. — Cuspi as palavras. Me apercebi de que estava me exaltando e de que as pessoas estavam olhando então respirei fundo tentando me conter. — Você tem a sua vida a sua família e eu não faço parte disso, sinto muito por tudo isso que está acontecendo com você de verdade mas não é por você estar morrendo que e ter tido uma crise de consciência que vou aceitar que faça parte da minha vida. Não ache que é pessoal. — Talvez fosse. — É só que infelizmente não existe espaço na minha vida para você a muito tempo.

— Sei que está chateado e tem toda razão de estar mas eu sou seu pai.

— Parece que você não está me ouvindo ou talvez seja apenas algum problema de compreensão vou tentar ser mais directo. Eu — aponto para mim —  tenho uma vida, uma família e você  — Aponto para ele — não faz parte disso nem da minha família nem da minha vida. E no início pode ter sido por opção sua mas agora é por opção minha eu mal te conheço pai... E o que conheço não gosto. E antes que diga que é uma oportunidade para que nos conheçamos, bom eu não tenho nenhum interesse em te conhecer.

— Eu cometi vários erros na vida Dylan e acredite em mim quando digo que estou pagando por eles da pior forma mas eu não sou o único errado dessa história sua mãe e aquela mulher que ela chama de esposa — Meus músculos tensionaram o encarei de forma mortal e ele parou de falar.

— Se falar alguma coisa sobre as minhas mães juro por Deus que vou esquecer que está morrendo, não te dou o direito de se quer pronunciar o nome delas entendeu? — Ele acentiu.

— Não vim para brigar. — Passou as mãos no rosto.

— Então controle a sua língua! — Adverti.

— Tudo bem, eu só queria que soubesse que eu te amo. — Seria cómico se não fosse trágico.

— Se é assim que você ama as pessoas sinto pena da sua esposa e outros filhos. — Talvez eu não devesse ter dito, talvez eu devesse ter sido mais compreensivo mas eu não estava ligado.

— Se por acaso mudar de ideia sobre bom sobre nós me ligue, só não demore muito porque as chances de ser tarde demais são altas. — Eu não ia ligar.

— Bom acho que essa vai ser a última vez que nos vemos então humm é isso, adeus.

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