Matheus fechou o zíper e se levantou, frustrado, indo em direção à prima, que parecia apavorada. Apesar do susto inicial, o rapaz já se havia acalmado, dado a distância que o animal estava.
— Ei. – Ele segurou seus ombros. – Está tudo bem.
Ela não tirava os olhos da serpente que, a bem da verdade, parecia alheia a sua presença. Os cães, ao receberem uma ordem firme de Matheus, se mantiveram afastados. Mesmo Dalila, a vira-latas, de longe a mais desobediente e inquieta dos três, entendeu que não devia se aproximar.
— Não me disse que aqui tinha cobras. – Ela comentou, os braços erguidos em frente ao peito, em sinal de defesa.
Matheus deu de ombro, olhando os arredores, enquanto acariciava os ombros de Victoria, tentando acalmá-la.
— É difícil elas aparecerem aqui no inverno. Ela deve ter vindo aproveitar o sol depois de tantos dias frios.
Victoria pareceu, finalmente se acalmar, percebendo que Matheus falava aquilo como se aquela fosse uma situação corriqueira.
— Está tudo bem. – Ele a puxou contra si, de maneira protetora, envolvendo-a pelos ombros.
— Hm. – Ela murmurou, sem tirar os olhos do réptil que permanecia imóvel sobre o toco de árvore.
— Vamos. – Ele a chamou, puxando-a até a porta do ranchinho.
Apesar de não mais se demonstrar apavorada, Victoria ainda olhava, desconfiada, para todos os lados e, quando as portas duplas de madeira do rancho foram abertas, revelando a organizada bagunça que havia em seu interior, hesitou antes de seguir os passos de Matheus.
Havia um painel, repleto de ferramentas a uma das paredes, com uma bancada de serviços. Diversas varas de pescas eram dispostas em suportes a um dos cantos. Facões, enxadas, ancinhos, e foices, além de um machado de cabo longo e diversos armários que deviam estar repletas de outras ferramentas ocupavam as paredes. Um estrado de madeira cobria o chão de barro batido e, sobre ele, no centro do espaço dentro do rancho, havia uma peça coberta por uma lona.
Matheus puxou a lona para descobrir uma engenhosa geringonça feita de tubos e conexões de PVC de diferentes bitolas e varetas de alumínio, arrebitadas e parafusadas com esmero. Quatro grandes flutuadores estavam recolhidos sob uma prancha larga de compensado naval, recortada em um formato octogonal que servia como convés e comportava dois assentos e vários suportes para varas de pesca, também feitos de tubos. Havia um leme a uma das extremidades e uma hélice retrátil que era operada a pedal, que ficava a frente de um dos assentos. Alguns metros de corda estavam aduchados cuidadosamente sobre o convés, bem como dois curtos remos que deveriam ser usados apenas em casos de emergência. Os flutuadores eram pintados de laranja, enquanto o resto da estrutura era azul.
Matheus o observou, orgulhoso, enquanto Victoria, apesar de curiosa, parecia desconfiar da estrutura.
— Isso flutua? – Ela perguntou.
Matheus a encarou, indignado.
— É claro que flutua. – Matheus se posicionou a uma das extremidades, levando uma das mãos por baixo do convés, onde encontrou duas alças de corda, usadas para a movimentação. – Pode me ajudar?
Victoria se posicionou na extremidade oposta, se abaixando para procurar as alças daquele lado.
— Se isso aqui afundar comigo em cima, eu te bato, Matheus. Já não basta aquela jararaca lá fora, agora você quer que eu vire comida de peixes também?
O garoto meneou a cabeça negativamente, encarando a prima, decepcionado.
— Primeiro: Aquilo é uma cascavel. Se a gente não incomodar ela, ela não vai incomodar a gente. Segundo: É impossível afundar o Posseidon. Toda a estrutura e os flutuadores são preenchidos de espuma. Eu mesmo quem fiz com a ajuda do meu pai... – Ele sorriu, malicioso. – O máximo que pode acontecer é um dos jacarés virarem ele.
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O fruto proibido ( Erótico )
Romance🔥🔞🔥 Essa história possui cenas eróticas detalhadamente descritas e não é recomendado a menores de 18 anos. A fruta mais doce geralmente se encontra no galho mais alto. O que é proibido é mais gostoso, mais especial. E é infinitamente mais difícil...