É incrível

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A criança gritou, desconsolada enquanto segurava o brinquedo pelo qual havia lutado. O boneco de borracha, trajado em azul e vermelho, tinha o peitoral largo e pronunciado.

Ela seguiu pelo corredor, vestindo apenas calcinha para que pudesse lidar com o calor. Bamboleava, acelerada, sobre as pernas gorduchas, enquanto uma outra criança a perseguia.

- Mamãe. - Murmurou, sentindo uma bolha de saliva se formar entre os pequenos lábios.

Sabia que a mãe estava na cozinha.

Ela e o primo haviam, como várias vezes antes, pelejado por um boneco de ação que parecia ser o favorito de ambos, mas, daquela vez, ele tinha ido longe demais. Em seu coraçãozinho pueril, nada justificava a maneira como ele havia respondido.

- O que foi, bebê? - Não foi sua mãe, mas sua tia quem intercedeu, pegando-a no colo e fomentando ainda mais o pranto, que vinha livre.

Victoria gritou incoerências, impelida pelo fato de que, naquele momento, estava protegida e, ao que tudo indicava, tinha a justiça ao seu lado. Queria vê-lo pagar por seus crimes.

A mão da tia lhe fez um afago enquanto ela a balançava nos braços. Ela era bela como uma sereia e sua voz tinha o poder para acalmá-la.

Algum tempo depois, seu algoz surgiu pela porta. Ele portava um olhar de culpa. Havia medo estampado em seu semblante e aquilo a encheu de coragem. Ele teria o que merecia.

- O que aconteceu, Matheus? - A tia inquiriu. - O que fez para a sua prima.

Ele ergueu o queixo, aumentando a impressão do tamanho que possuía. Aquilo poderia ajudar em seus argumentos, mas era ela quem possuía o terreno elevado.

- A Titóia, mamãe. - Ele apontou seu dedo. - Não deixa eu brincar com o Capitão América.

Ela o fitou, indignada. Como podia ele, atirar sobre ela aquela culpa. Ele mesmo havia brincado com o boneco durante toda a manhã, deixando para ela a insossa Mulher Maravilha, muito menor e desprovida de movimentos.

Ela gritou em sua direção, despejando, sobre ele, toda a sua fúria. Não se conformava com tamanha audácia.

- É verdade, Vi? - Era verdade, ela sabia. - Por que vocês não brincam juntos com o Capitão América?

As crianças a olharam, desdenhosas. Era pedir demais que uma adulta entendesse qualquer coisa sobre as regras. Não passavam de bárbaros. Serviam para aplicar o braço forte da lei e preparavam a comida, mas quando se tratava do que realmente importava, demonstravam imensa ignorância.

- O Teteu me mordeu, titia. - Ela soou magoada.

A tia a afastou, procurando pelo seu corpo por uma evidência daquele crime hediondo.

- Mordeu? - Ela a virou de costas, no ar. - Aiaiai, Matheus. Aonde ele mordeu, Vi?

Ela depositou a criança no chão.

- Aqui. - Ela apontou para o próprio ombro, onde uma pequena marca de dentes pequenos havia sido deixada.

*

- Aaahn! Matheus. - Uma fisgada de dor sobre o ombro a trouxe de volta à realidade.

Havia sido lançada ao limbo quando o primo iniciou um impudico movimento de vai e vem com o quadril. Seu pênis saia e entrava, trazendo de volta consigo uma leve sensação de ardência. O prazer, no entanto, vinha imenso a cada vez que era empalada e, quase de maneira involuntária, puxava-o contra si com os calcanhares em suas nádegas.

Ele havia abocanhado seu ombro e o mordia, com força comedida, como se precisasse, de alguma maneira, lidar com a quantidade de prazer que sentia. Os corpos mornos se esfregavam, encharcados. O vapor que envolvia todo o banheiro tornava a situação quase etérea.

O fruto proibido ( Erótico )Onde histórias criam vida. Descubra agora