O lago

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Matheus correu adiante, tomando cuidado para não escorregar nas pedras que formavam o caminho que levava à parte funda do lago e, então, se atirou de cabeça, respingando água para todos os lados. Ele surgiu, mais adiante, sorrindo um sorriso quase infantil e atirando, com as mãos, a água fria em Victoria, que havia se sentado à beira do lago e molhava seus pés, a tento de se acostumar à temperatura. Ela protegeu o rosto com as mãos, sentindo seu corpo se arrepiar por conta das gotas geladas.

— Para com isso, seu bocó. — ela brigou. — Está gelada.

Matheus se aproximou devagar, ainda sorrindo. Os músculos, tonificados, sob a pele escura, à incidência de um, convenientemente posicionado, raio de sol que iluminava a imagem, lançavam sombras de cima para baixo, criando desenhos intrincados que faziam com que ele parecesse ainda maior e mais musculoso. Victoria não era capaz de compreender, como ele não demonstrava sentir frio, mergulhado em um lago tão gelado. Ela espirrou um pouco de água nele, que, sem se importar, continuou seu avanço, ostentando um sorriso maldoso.

Ela soltou um gritinho.

— Sai daqui, Matheus. — a garota continuou a atirar ondas de água em seu primo, a tento de afastá-lo. — Nem vem.

Ele abriu a boca em uma gargalhada silenciosa, arregalando os olhos e, crescendo, à medida que galgava à parte rasa.

— Não, Matheus! Está fria. — mais um gritinho agudo deixou sua garganta quando o primo deu três passos longos, reduzindo, drasticamente, a distância entre os dois, torcendo o rosto em uma carranca assustadora.

Victoria escondeu o rosto, se encolhendo e gritando, temendo ser puxada para o lago de rompante, em uma demonstração de frieza vil. Ela esticou o braço, mantendo-o erguido, como se este formasse uma barreira protetora.

O barulho violento do chapinhar repentino de Matheus continuou até que, quando estava perto demais, parou, completamente. Victoria continuou com os olhos fechados e o braço esticado, como se apenas aguardasse, resignada. Sentia seu coração bater forte no peito, esperando o destino fatídico que o garoto preparara para ela.

Ao perceber que tempo demais se havia passado, abriu os olhos, para dar de cara com os de Matheus, a lhe observar de maneira serena. Ele tinha um sorriso de canto nos lábios e uma expressão que, ao mesmo tempo que a dizia o quanto ele era arrogante, também o conferia seu característico charme másculo.

Carinhosamente, ele levou a mão até a dela, olhando-a nos olhos enquanto, em vez de puxá-la com força, a guiava de maneira carinhosa e lenta.

— Vem, Vi. — chamou, com uma voz serena. — Eu esquento você. Ali no fundo não está tão fria.

A imprevisibilidade daquela mudança de atitude tão repentina fez com que a garota baixasse, automaticamente, suas defesas, se erguendo e seguindo à direção para a qual o primo lhe guiava.

— Devagar, Matheus. — ela respirava rápida e superficialmente, gemendo à medida que a água avançava, centímetro a centímetro pelas suas pernas, eriçando seus pelos do corpo inteiro. — Tá gelada.

Ele puxou o corpo dela contra o seu. Sua pele nua, apesar de encharcada de água, era morna e aconchegante e, ao sentir-se envolvida pelos braços fortes, aninhou-se em seu peito.

Ela deu um gritinho de susto quando, com um movimento rápido, o garoto a ergueu nos braços e aconchegou-a contra si. Ela sentiu seu próprio corpo quase tornar-se em brasa quando, perto que estava de seu rosto, Matheus a contemplou com um semblante sereno e de olhos brilhantes e rendidos a ela.

Muito tempo se passou enquanto os dois apenas se fitavam, tensos demais para dizer qualquer palavra um ao outro. Victoria cerrou as pálpebras quando as bocas se aproximaram, em busca uma da outra. O beijo se iniciou comedido. Não era um beijo desesperado e mergulhado em luxúria, mas, um beijo que contava causos de sentimentos massivos e espremidos em corações pequenos demais. Sentimentos, esses, que, por mais que os dois tentassem demonstrar um ao outro, não podiam ser traduzidos em palavras em momentos como aquele. Pelo bem da prudência, se mantiveram em silêncio, os lábios, em seu tango apaixonado, enquanto, vagarosamente, Matheus caminhou com Victoria nos braços, até a parte funda do rio.

— Hm! – Ela gemeu um gemido anasalado quando, apertando-a ainda mais contra o seu corpo, Matheus se agachou devagar.

Victoria apertou seus braços em volta do pescoço do primo, pretendendo aumentar a área de contato entre os corpos.

Surpreendentemente a Victoria, a parte mais funda do lago encontrava-se, ligeiramente, menos fria do que a parte rasa, o que fez com que a tensão de seu corpo fosse mitigada.

As bocas se afastaram alguns centímetros para que os olhos pudessem, novamente, se encontrar e, então, Victoria sorriu, sentindo as maçãs de seu rosto queimarem.

Matheus a depositou sobre o talude de pedrinhas que pareciam massagear as solas dos pés.

As mãos dele viajaram, ambas, até o rosto de Victoria. Seus dedos se pousaram em pontos específicos e se puseram a esfregar a pele encardida de terra e folhas, em algo que se parecia mais com uma carícia.

O mesmo ela fez, passeando as mãozinhas pelos ombros, peitoral e barriga de seu primo, esfregando-lhe para tirar a sujeira que se havia grudado no suor enquanto os corpos se engalfinhavam, em seu ato libidinoso, momentos antes.

— O que acha que nossos pais fariam se nos descobrissem? — Victoria perguntou, quando Matheus a virou de costas para ele e passou a esfregar suas costas.

O garoto permaneceu em silêncio por algum tempo, como se não tivesse parado para pensar nisso ainda.

— Acho que não ficariam bravos... — ele começou.

— ... apenas decepcionados. — os dois completaram, em uníssono, desatando em uma gargalhada repentina.

— Mas, falando sério, acho que, depois de dar um sermão em nós dois, seu pai pegaria estrada com você e com a sua madrasta estranha e, só nos veríamos de novo, quando fossemos mais velhos. — Matheus pontuou, levando as mãos pelas costas arrepiadas de Victoria.

Victoria se virou para o primo, pousando as mãos em seu peito.

— Eu odiaria que isso acontecesse. — ela o abraçou.

— Então é melhor a gente tomar cuidado para que ninguém nos pegue. — ele levou a mão aos cachos volumosos, fazendo-lhe um afago.

Ela se lembrou dos sons dos passos que haviam vindo do corredor, enquanto os dois estavam dentro do banheiro, após perderem a virgindade juntos. "Soaram pesados demais para serem daquele gatinho no fim do corredor."

— Pois é. Acho que é melhor a gente ir. — ela, então, finalizou. — Para chegar antes deles.

Eles terminaram de se limpar e iam saindo do lago. Victoria sentiu seu corpo protestar por conta do frio e, ao perceber isso, Matheus correu na frente, até a pedra aonde jaziam suas roupas. Então, pegou seu moletom, voltou até ela e a entregou para que se secasse.

— Obrigado. — ela sorriu, apreciando o gesto e pondo-se a se secar com a peça de roupa.

— A gente pode voltar aqui um outro dia, de manhã cedinho, e dar uma volta até o topo do morro.

— O que tem lá? — enquanto Matheus se vestia, Victoria, ao terminar de secar o próprio corpo, se inclinou para procurar sua calcinha, embolada por entre as peças de roupa. Pensou, naquele momento, que, se tivesse o primo como única companhia, poderia abdicar, facilmente, do uso de roupas.

Quando encontrou a roupa de baixo, despreocupada, inclinou-se ainda mais para vesti-la.

Foi apenas seu instinto que a fez olhar por sobre o ombro, em direção à mata. Ela se sobressaltou quando visualizou o rosto, boquiaberto, a observá-la, do exato ângulo para onde apontava sua bunda, por entre as árvores.

— Aaaah! — um grito agudo ecoou pelos troncos.

O fruto proibido ( Erótico )Onde histórias criam vida. Descubra agora