Está com ciúmes?

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O dia ainda estava ensolarado, mas, uma nuvem escura no horizonte a oeste, trazia presságios de uma tarde chuvosa. Victoria havia parado para fazer um afago em um bezerro que se aproximou, curioso e brincalhão. Um bem-te-vi solitário cantou alto, pousado no galho de um araçazeiro pelo qual haviam passado e depois alçou voo, apressado, como se tivesse se lembrado de algum compromisso.

O mato alto havia enchido as pernas de sua calça de carrapicho e Matheus suspirou, lamentando. Ele havia percebido como a visão do corpo seminu do amigo tinha afetado sua prima e, apesar de enciumado, não quis falar sobre o assunto.

— Eu acho que vou pedir para vir para cá todos os anos. — sorriu, olhando do bezerro para Matheus. — Isso aqui é bom demais.

Matheus sorriu sem mostrar os dentes e concordou com a cabeça, sem dar muita importância.

— Acho que essas são as melhores férias da minha vida. — ela deixou o animal de lado e se aproximou do garoto. — Tem investigação, tem mistério, tem belíssimos cenários... — pousou a mão no peito de Matheus e se ergueu na ponta dos pés para alcançar seu ouvido para sussurrar. — Tem romance... Tem muitas cenas hot...

Matheus a encarou quando ela se afastou. Sua pulsação se acelerara pela maneira a qual ela usara para dizer aquilo em uma voz muito suave e sedutora enquanto lhe acariciava por sobre a camiseta.

— ... E tudo isso no mundo real, sem estar nas páginas de um livro ou na tela de uma TV. — um risinho deixou sua boca, fazendo o coração de Matheus se aquecer. — Eu tenho me sentido a protagonista de uma história.

Matheus a segurou pelo pulso, puxando seu corpo contra si e prendendo-a pela cintura. Segurou, então, sua nuca e inclinou-a para trás, acompanhando o movimento com o próprio corpo colado ao dela, em um exagero cinematográfico. Victoria soltou um gritinho, assustada com o movimento repentino e, então, gargalhou, agarrando-se ao pescoço do garoto.

— E que tal um beijo romântico ao cantar dos pássaros? — ele perguntou, aproximando o rosto do dela.

Ela murmurou, manhosa e, então, com as unhas, fez uma carícia em sua nuca e fechou os olhos, umedecendo os lábios e entreabrindo sua boca, à espera.

A sensação morna e úmida do beijo sempre o arrebatava exatamente como havia acontecido da primeira vez em que haviam se beijado. Seu corpo respondia intensamente àquele estímulo. Os pelos se eriçavam e as mãos se moviam sem que ele ordenasse, invadindo a roupa em busca de pele.

Ele afastou o rosto do dela e os olhos se abriram juntos. Ela sorriu, enrubescida.

— Eu gostei disso. — pressionou o lábio entre os dentes.

— Está excitada? — Matheus perguntou, sentindo o pequeno corpo responder e se contorcer levemente aos seus toques. Ele a ergueu, de volta e, então, a largou.

Ela desviou o olhar, como se quisesse fugir da pergunta.

— Está excitada por causa do Gabriel? — ele se obrigou a sorrir.

— Não... — ela negou, se virando. Havia hesitação em sua voz. — ... um pouco, talvez... Mas...

Matheus ergueu uma sobrancelha de maneira provocativa, como se esperasse uma explicação.

— ... Mas você viu como ele apareceu, só de toalha? E eu já estava excitada de passar a manhã com você e... — ela deixou os braços penderem ao lado do corpo.

Aquilo havia despertado sua curiosidade.

— Já estava excitada por... minha causa? — ele sorriu, arrogante.

O fruto proibido ( Erótico )Onde histórias criam vida. Descubra agora