Você vai contar?

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Victoria observava o céu, deitada de costas sobre o gramado, esperando os batimentos de seu coração se acalmarem enquanto ela arfava, extasiada. Matheus sorria, de pé ao seu lado, fechando o zíper e abotoando sua calça. Gabriel também se havia levantado e lhe oferecia a mão para ajudá-la a se erguer. O corpo inteiro formigava, amolecido e ela ignorou a mão estendida por algum tempo.

— Nossa... vocês me deixaram toda molinha. — ela conseguiu articular, em uma fala preguiçosa.

Levou a mão para baixo, acariciando a própria vulva e sentindo a umidade em abundância que se espalhava por ali e pela parte interna de suas coxas.

— Gostou, princesa? — Gabriel lhe perguntou.

— Foi uma delícia. Ter toda essa atenção voltada para mim... — ela olhou para Matheus. — Podemos repetir, num outro dia?

Matheus olhou dela para Gabriel e, com um sorriso de cumplicidade estampado no rosto, ergueu uma sobrancelha.

— O que acha, Gabriel?

Gabriel encarou a cena, olhando de Matheus de volta para Victoria, a acariciar a própria pele e riu.

— Princesa, pelo que vejo no olhar do Matheus, isso depende mais de você do que de nós dois. O que acabou de acontecer, foi bem mais do que eu poderia sonhar e ainda estou tentando me acostumar à realidade de algo tão surreal. — seu sorriso galante e olhar seguro se tornavam diferentes em um rosto corado. Os cabelos lisos estavam em completo desalinho, as bochechas rosadas e o olhar embargado o tornavam uma visão que despertava em Victoria ainda mais desejos e vê-lo ao lado de seu primo, ambos a encará-la, aturdidos pela mera visão de seu corpo a ser acariciado era algo que fazia seu corpo permanecer em brasa. — Ver vocês dois juntos, já teria me deixado mais do que satisfeito. Participar dessa maravilhosa doçura de chocolate é... — ele parou por um momento, suspirando à lembrança do que havia acabado de acontecer. — ... é como um sonho luxurioso o qual eu nunca esquecerei.

Victoria riu, divertida com todo o exagero contido naquelas palavras.

Ela ergueu as mãos para que os dois a auxiliassem. Descalçou, então, seu tênis para que pudesse vestir a perna da calça que estava pendurada em apenas um dos tornozelos e fez questão de fazer isso inclinando-se para a frente e expondo seu traseiro da maneira mais lasciva que conseguiu para seus dois expectadores, que, calados, apenas a observaram.

— Não precisam babar tanto. Acho que ambos já tiveram o suficiente, não tiveram? — olhou-os por cima do ombro enquanto puxava a calça e a calcinha para cima.

— Acha que é fácil não te desejar a todo momento? — Matheus perguntou, perscrutando seu corpo com o olhar. — Não faz ideia de como é tentadora.

— Eu juro que não imaginava esse seu lado galante, Matheus. — Gabriel o mirou, surpreso. — Nunca te vi babar desse jeito por nenhuma garota da escola antes. Nunca nem passou pela minha cabeça que você era adepto de dirty talking. Ela está te deixando louquinho, não é?

Matheus deu de ombros. Victoria se lembrou da conversa que os dois tinham tido na noite anterior, quando o primo contou sobre suas outras experiências com garotas.

— Afinal de contas, dessa vez veio para nos espionar? — Matheus perguntou para o amigo, em um tom ameno e irônico. Victoria o encarou, como se também esperasse uma resposta.

— Na verdade, não. Pegar vocês naquela situação, foi apenas um bônus muito agradável.

Victoria franziu o cenho, incapaz de acreditar que aquele encontro luxurioso não tinha sido intencional.

— Vim para avisar que o Miguel já encontrou o tal aplicativo. — levou as mãos aos bolsos da bermuda. — Está pesquisando sobre ele agora. Um tal de Dear Diary.

Victoria arregalou os olhos e ela e Matheus trocaram olhares, surpresos e animados.

— É como um diário virtual. — Gabriel explicou. — Hoje, durante o almoço, ele explica melhor, mas pelo que entendi, para poder ter acesso a ele de um outro dispositivo, é preciso digitar um código de segurança que é enviado por SMS para o celular ou para o e-mail do dono da conta. Ou seja, você vai precisar roubar o celular da sua madrasta em algum momento para que ele possa acessar o tal aplicativo.

Do entusiasmo momentâneo, o semblante de Victoria passou instantaneamente para preocupação e desânimo. Matheus não parecia compartilhar desses sentimentos.

— O que foi? — o garoto perguntou, inclinando a cabeça. — Não está animada com o fato de a sua investigação estar caminhando?

— Não é isso... — ela suspirou. — A Sara nunca larga aquele celular. Nunca se separa dele. É como se fosse uma extensão de seu corpo.

Matheus sorriu um sorriso irônico, erguendo uma sobrancelha em um semblante arrogante.

— O que foi?

— Eu sei de um momento em que ela se separa dele.

Victoria e Gabriel o encararam em silêncio. A garota precisou de um momento para entender do que ele falava, mas, quando a resposta a atingiu, abriu um sorriso.

— Claro! Genial, Matheus. Só temos que ficar atentos aos movimentos dela e do Diego. — ela festejou, batendo palmas. — Mas precisamos ser muito furtivos.

Gabriel bocejou, erguendo os braços e se espreguiçando.

— Bom, seja lá o que decidirem fazer, podem contar comigo e com o Miguel. Conseguiram despertar a curiosidade dele... e a minha também. — ele se virou em direção ao caminho de onde tinha vindo. — Agora, se me permitem, vou dormir pelo resto da manhã. Vejo vocês na hora do almoço.

Victoria o observou a se afastar.

— Gabi. — ela chamou, fazendo-o se virar. — Você não vai contar sobre isso que acabou de acontecer para o Miguel, não é?

Ele deu de ombros.

— Você quer que eu conte?

Victoria o encarou por algum tempo e, então, virou-se para Matheus. Sorriu para o primo, mordeu o lábio inferior de maneira provocativa e com olhos suplicantes e, quando o primo sorriu de volta, consentindo, ela se voltou para Gabriel.

O encarou por mais algum tempo ainda com o sorriso nos lábios e, então, deu de ombros também, como se quisesse deixar a escolha por conta dele.

O garoto coçou a nuca com a sobrancelha erguida e, então, voltou ao seu caminho.

Matheus se aproximou por trás dela, levando a mão aos seus ombros e massageando-os. A proximidade morna do corpo do primo a fez se atirar para trás, em busca de mais contato.

— Você está ficando cada vez mais safadinha, não é? — sussurrou em seu ouvido. — Não tem medo de isso sair do controle?

— Você não gosta? — perguntou, querendo saber a opinião real do primo.

— Mais do que achei que poderia gostar.

— Se você confia neles, não tenho por que não confiar. — ela virou o rosto para olhar para o de Matheus. — Além do mais, quando terei a chance de aproveitar dessa maneira de novo, senão aqui, agora e com você?

Matheus beijou seu pescoço, fazendo-a se arrepiar.

— E o que mais quer experimentar?

— Eu quero tudo, Matheus. Desde a primeira vez que nos beijamos, eu sinto essa curiosidade e esse desejo crescerem cada vez mais. Então, o que você estiver disposto a me dar, eu vou aceitar e tudo o que me pedir, eu vou fazer.

— E até agora, se arrependeu de algo?

Ela riu de maneira provocativa. Sabia do que aquela pergunta se tratava. Se virou, então, para ele e se ergueu na ponta dos pés para segredar ao seu ouvido, levou a mão por baixo da camiseta do primo e cravou as unhas na sua pele, fazendo-o espasmar.

— Eu estou toda dolorida, mas nem um pouco arrependida. — Ela mordeu o lóbulo de sua orelha.

Depois de se provocarem com olhares, os dois voltaram a caminhar em direção à casa, precisavam manter o foco em sua investigação.

O fruto proibido ( Erótico )Onde histórias criam vida. Descubra agora