Flertes despudorados

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Victoria cobriu a boca com as mãos, arregalando os olhos, pasma. Desde que começara a entender a madrasta e conhecer sua história, passara a sentir mais empatia por ela. Sabia que ela tinha perdido os familiares e tinha sido deixada sozinha na vida desde cedo, mas tomar conhecimento da maneira violenta como o irmão morrera a chocou profundamente.

— Executado!? — A voz ameaçou falhar. — Sério? E quem fez isso?

— Bom, eu teria descoberto para contar a vocês se o senhor apressadinho ali não quisesse sair logo de casa para vir para cá.

Miguel e Matheus suavam enquanto tentavam erguer uma caixa feita de fibra para sobre as tábuas no alto do rancho. Um pequeno vazamento na caixa d'água vinha incomodando o já tinha algum tempo. Matheus tentara contê-lo várias vezes nos últimos dias e diante do vazamento contínuo, decidira finalmente trocá-la por uma sobressalente, aproveitando a presença de Miguel e Gabriel para auxiliá-lo.

Os dois passavam algum trabalho, mais por conta da posição em que ficaria a caixa e seu formato desajeitado do que pelo seu peso em si.

— Você vai ficar muito tempo trocando figurinhas, Gabriel? Ou vai pôr a mão na massa junto com a gente? — Miguel parara o que estava fazendo para chamar o irmão.

Victoria e Gabriel os encararam por um tempo e então, ele tirou a própria camiseta e foi até lá. Ela o observou enquanto ele caminhava, desenhando os músculos de suas costas com os olhos e involuntariamente umedecendo os próprios lábios com a língua.

— Vou ter que ensiná-los como fazer o serviço? — Ele olhou por sobre o ombro e lançou uma piscadela charmosa para a garota.

Victoria deu uma risadinha.

Como se a visão de Matheus enquanto trabalhava não fosse tentadora o suficiente, teria que lidar também com a dos gêmeos, tão dispostos a obviamente provocá-la desde que tinham chegado ali. Mesmo Miguel, que tinha se mostrado normalmente contido, a cumprimentara naquele dia com um abraço de corpos colados e um beijo na bochecha mais longo do que seria o usual.

— Se eu tiver que ir aí e terminar o serviço, vai ficar feio para vocês três, hein? — Ela se escorou em um dos pilares de tora de eucalipto e voltou à posição de observadora.

Matheus revirou os olhos e sorriu. Nenhum deles havia mencionado pessoalmente o vídeo que tinha lhes dado de presente na noite anterior, o que, para ser sincera, a deixara um tanto decepcionada, mas as encaradas prolongadas, sorrisos safados e o exibicionismo tão escancarado dizia-lhe que eles tinham gostado do que viram.

Victoria ainda sentia o corpo dolorido do dia anterior. Tanto a vulva quando o ânus ardiam levemente e mesmo a musculatura do maxilar latejava, mas mesmo assim, as veias que marcavam os braços e os peitorais suados dos garotos pareciam estimular sua imaginação. As expressões sofridas que os três faziam enquanto faziam força para pôr o objeto pesado para cima remetia-lhe aos momentos dos orgasmos intensos e cada vez que um deles deixava escapar um gemido de esforço enquanto trabalhava, sentia seu corpo responder, sensibilizado.

Seu coração batia descompassado quando o olhar dela e do primo se cruzavam, mas quando os três pares de olhos coincidiam de se pousar sobre ela ao mesmo tempo, sentia as pernas bambearem, atingida por memórias vividas bem como fantasias do que ainda não tinha acontecido.

— Espera, espera, espera. — Miguel falou com urgência, precisando apoiar o peso em um dos degraus da escada que utilizavam como apoio. — A gente não vai conseguir colocar isso para cima dessa maneira. Tem que ter um jeito mais simples.

— Querem minha ajuda? — Victoria se ofereceu.

Os três olharam em direção a ela, como se tivesse dito algum absurdo.

O fruto proibido ( Erótico )Onde histórias criam vida. Descubra agora