Trabalho em equipe

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Logo que Miguel e Victoria retornaram carregando uma velha polia de ferro coberta de ferrugem, Matheus se perguntou como não tinha pensado nela antes. Não fosse o fato de Victoria ser uma garota engenhosa e observadora, o objeto teria caído no esquecimento e permanecido no oblívio das antiguidades que normalmente serviam apenas para ocupar espaço. A peça estava emperrada e precisou de uma generosa quantidade de óleo e batidas de martelo para voltar a girar solta, mas no fim, serviu ao seu propósito, permitindo aos quatro participarem em posições estratégicas da faina a qual estavam executando.

— Perfeito, Vi. Que ideia genial. Você deve ter olhos de águia para ter visto essa polia em meio a toda aquela sucata. — Matheus estava entusiasmado.

— Eu não quero me gabar, mas eu seria capaz de encontrar uma agulha num palheiro com essas belezinhas. — Ela apontou para os próprios olhos, passando voltas com a corda em volta de uma das toras de eucalipto para manter o peso seguro à medida que eles o erguessem.

Miguel terminava de atar o nó que prendeu a polia no alto do estábulo, logo acima de onde a nova caixa d'água deveria ficar.

— Tudo pronto por aqui. — Miguel fez sinal

— Certo. Você pode ficar aí em cima para puxar. Eu vou por baixo, empurrando a caixa escada a cima e o Gabriel e a Victoria puxam a corda, ajudando a erguê-la e mantendo a tensão para não ter risco dessa coisa cair em cima de mim.

Ele olhou na direção de Victoria e Gabriel que se prostravam próximos a um dos pilares. A garota passou duas voltas da corda ao redor da tora de eucalipto e fez sinal com a mão. A caixa d'água estava firmemente atada a uma das pontas da corda e Matheus já se posicionava para começar a erguê-la.

— Eu tô pronta.

Gabriel segurou a corda e também confirmou. Ele e a garota trocaram risadinhas quando Victoria deu um passo para trás e encostou o corpo no dele, fingindo ter sido sem querer, mas permanecendo colada ao seu peitoral por mais tempo do que o devido. Matheus sorriu para a prima quando seus olhares se encontraram. Lia em seu semblante corado a excitação óbvia e sentia-se ele mesmo ansioso com a possibilidade de repetir o que tinham tido no dia anterior.

— Então vamos lá!

Gabriel e Miguel puxaram de onde estavam e Matheus empurrou a caixa para cima enquanto Victoria mantinha as voltas da corda tensionada. Daquela maneira, depois de alguns movimentos ritmados, a caixa estava no lugar onde seria instalada. De lá de cima, Matheus olhou para baixo a tempo de ver Gabriel cochichando algo ao ouvido da prima. Ela mordeu o lábio sussurrando algo para ele ela mesma, como se estivesse lhe confidenciando algo.

O olhar de Gabriel se pousou nele por algum tempo, como se ele fosse o assunto da conversa dos dois e o sorriso no qual se torceu sua boca serviu apenas para confirmar aquela suspeita.

— Posso saber do que estão falando aí? — Falou de lá de cima.

Victoria olhou para trás, como se tivesse sido flagrada fazendo algo proibido e Gabriel riu.

— Estava comentando com a sua prima sobre um filme que vi ontem à noite e como a performance dos atores tinha me deixado... animado. — Ele deu um passo em direção à escada. — A química entre o casal, o talento... os atributos.

— Animado? — Victoria se interpôs na conversa. — Não foi essa a palavra que usou agora a há pouco para me contar como tinha se sentido.

— Apenas um detalhe, princesa. — Gabriel se virou para ela, segurando seu rosto e acariciando sua bochecha. — Apenas um detalhe.

Victoria lançou um olhar malicioso dele para Matheus.

— Um detalhe, é? — A mão da garota se pousou sobre a barriga de Gabriel e desceu até que seu dedo se pousasse sobre a ereção óbvia que ele sustentava. — Eu não chamaria de detalhe algo que você está falhando tão miseravelmente em esconder em sua calça.

O fruto proibido ( Erótico )Onde histórias criam vida. Descubra agora