Hanlong - Wangxian

12 - Lanling

O treinamento deles em Lanling diferia bastante de como era em Qinghe.

Cada dia era tão preenchido que quase não lhes deixava tempo livre e, quando havia, simplesmente não tinham energia para bobagens. Os discípulos geralmente tinham várias aulas em sala de aula e depois, depois do almoço, eram enviados para uma "viagem de campo" - uma oportunidade de testar na prática tudo o que aprenderam. Juntamente com seus professores, eles vasculharam as florestas, campos, lagos, aldeias e quaisquer lugares circundantes onde pudessem praticar a luta contra os espíritos malignos. À noite, Wei Ying só conseguia rastejar até seu quarto com uma jarra de bebida local e, depois de uma breve partida de Xiangqi - xadrez chinês - com Jiang Cheng, tentar adormecer. Os sonhos começaram a atormentá-lo novamente, e ele sonhou com inúmeras batalhas nas quais matou multidões de mortos-vivos, ou colonizadores da Europa Ocidental, ou fascistas alemães.

Depois de algumas semanas dessa maratona, Nie Huaisang se aproximou dele durante um breve intervalo entre as aulas com uma expressão extremamente preocupada no rosto. "Wei-xiong, você está horrível! Você teve esses sonhos de novo ontem à noite, certo?

Wei Ying torceu a boca e se virou. Ele simplesmente sabia que seu amigo tentaria (mais uma vez) convencê-lo a procurar os curandeiros.

"Wei-xiong, me escute pelo menos uma vez! Em breve você não parecerá melhor do que os mortos-vivos que estamos caçando. Há quanto tempo você não dorme direito?

"Pare com isso," Wei Wuxian suspirou cansado, fixando um sorriso no rosto.

A pele entre as omoplatas queimava com o olhar intenso que Lan Zhan, que estava sempre sentado logo atrás dele, dirigia para suas costas. Claro, ele tinha ouvido tudo.

"Você sabe que os curandeiros não podem me ajudar! Ervas também são inúteis, então vou esperar que isso pare... Não é a primeira vez", ele tentou tranquilizar Nie-xiong.

Depois do almoço, como sempre, eles foram mandados embora da fortaleza, desta vez para caçar espíritos furiosos da floresta que surgiram do nada. A tarefa não era agradável, os espíritos da floresta eram considerados os mais esquivos, pois podiam se esconder fingindo ser nada mais do que folhas das árvores. Dado que havia muitas árvores na floresta, isso poderia se tornar um problema...

Para chegar ao local, optou-se por utilizar o caminho antigo, exclusivo dos cultivadores. Ou seja, espadas voadoras. Os discípulos que se reuniram ao pé da Torre Koi trocaram nervosamente de um pé para o outro, olhando furtivamente para suas lâminas. Muitos deles voaram sobre suas espadas apenas algumas vezes em suas vidas. Era um método demasiado ultrapassado e também - quando comparado com vários modos de transporte modernos - francamente, não era o mais seguro.

"Vá em frente, vá em frente", incentivaram os professores, "todos vocês deveriam ser capazes de voar com suas espadas com a mesma facilidade com que esgrimem com elas!"

Em alguns minutos, gradualmente, todos os adolescentes estavam no ar.

Wei Wuxian suprimiu uma onda inesperada de náusea. Suas habilidades de voar com a espada eram muito boas, ele simplesmente não se sentia bem hoje. Quando todos se acostumaram mais ou menos a permanecer à tona, todo o grupo começou a se mover. O destino deles era uma área remota de floresta atrás de uma cordilheira a oeste da Torre Koi.

O tempo estava bom para voar: o sol de verão aquecia generosamente seus corpos, e a vista que se abria aos voadores era simplesmente incrível, maravilhosa e pitoresca. Como poderia alguma criatura maligna viver em um lugar tão lindo?

De repente, uma rajada de vento incrivelmente forte espalhou o grupo em diferentes direções. Alguns deles subiram mais alto, escapando do impacto, alguém foi girado no local e só milagrosamente evitou perder altitude. Os discípulos se espalharam aleatoriamente pela grande área que cobria centenas de metros quadrados, perdendo-se uns aos outros de vista no processo.