Capitulo 7

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Estar no salão comunal era... tenso, por alguns dias.Lilá tinha contado às outras meninas que Harry tinha gritado com ela - e elas, compreensivelmente, se uniram em torno de sua amiga. Como tal, ele era persona non grata - embora ele não se importasse muito. Isso tornava mais constrangedor fazer sua lição de casa na salão comunal, mas ele escapava facilmente para a biblioteca.
Havia muito espaço lá para trabalhar, e felizmente poucos de seus colegas de casa guardavam rancor. É claro que, estando lá, ele não também não esbarrou em Snape - ele ficou surpreso que tenha percebido, mas percebeu - e ele não viu o homem fora da sala de aula.
Depois de uma semana e mudanças, 'o novo Snape' deu o ar da graça de aparecer novamente, ou melhor, ele temeu por um momento, 'o velho Snape' tinha, porque o homem rosnou para ele ficar depois da aula  sem um motivo plausível, ainda assim, ele obedeceu - ficou quieto em sua cadeira depois da aula.
Ele não teve que esperar muito - o resto dos alunos sairam prontamente, e assim que o fizeram, Snape se dirigiu à sua mesa e bateu as mãos sobre ela. Ele se encolheu - mas não tão intensamente como teria feito há um mês. Atrás. "Professor?" Ele perguntou cuidadosamente.
"Você tem me evitado, Sr. Potter." Ele rosnou em impaciência.
Harry piscou. "Não é verdade."
"Mentiroso. Se... se descobrir sobre minhas tendências antinaturais o perturbou tanto, você poderia simplesmente..."
"Não!" Harry gritou, levantando-se também. Isso o trouxe cara a cara com Snape, que havia se inclinado ligeiramente. Era estranho estar no mesmo nível dos olhos - mas isso permitiu que ele visse a suspeita raiva transparecer dos olhos escuros. "Professor, não!" Ele insistiu. Ele estendeu instintivamente a mão, seus dedos roçando o ombro vestido de preto. "Eu juro, eu nem mesmo estava te evitando, eu só passei um tempo na biblioteca, porque a sala comunal ainda está... desconfortável." Ele admitiu.
Imediatamente, Snape recuou, cruzando os braços sobre o peito e franzindo o cenho. "Você... estava evitando seus próprios amigos." Ele disse cuidadosamente.
"Sim, e não ão você, eu juro eu só precisava de um lugar para me esconder, é só isso."
"Eu achei que tinha te deixado desconfortável e você estava sendo educado - ou assustado - demais para dizer."
Ele sorriu gentilmente. "Eu não tenho medo de você desde o quarto ano." Ele disse. "E eu nunca fui educado."
Snape resmungou e relaxou visivelmente. "Tudo bem. Eu... entendo. Minhas desculpas pelo mal entendido , Sr. Potter."
"Não, desculpe por te feito você se preocupar. Eu não me importo, e para constar, não acho nada antinatural sobre isso também." Ele esclareceu. Snape era do tipo que perceberia que ele não disse algo sobre sua escolha de palavras.
Uma cabeça escura se inclinou uma vez em entendimento.
Sentindo que isso era tudo que Snape queria, Harry reuniu suas coisas e se preparou para sair - ele já estava atrasado para Herbologia.
"Sr. Potter." Snape chamou justo quando ele alcançou a maçaneta da porta.
"Hm?" Ele não hesitou antes de se virar e voltar na direção de Snape, que estava sentado em sua mesa.
"Embora eu... me recuse a te encher de álcool toda vez que você faz isso, você... também pode usar meus aposentos para se esconder de seus supostos amigos." Snape ofereceu, decididamente não olhando para ele.
Harry congelou por um segundo, surpreso com o quanto... grato se sentia pela oferta.
"Obrigado, Professor, talvez eu faça isso... se você não tiver detenções, amanhã depois da aula?" Ele perguntou.
"Muito bem." Snape concordou, escrevendo algo em um pedaço de pergaminho.
"E eu realmente não estou apenas atrás do seu uísque, eu juro." Ele disse com um sorriso. O professor resmungou e, assim que o sino tocou, estendeu o pergaminho em que estava escrevendo.
"Eu sei afinal, também tenho aquele maldito xarope de laranja infernal." Ele disse lentamente .
Harry riu e pegou o pequeno pedaço de pergaminho . Ele só o verificou do lado de fora - era um bilhete de permissão, o desculpando por chegar tarde à aula. Harry ficou boquiaberto - ele nunca tinha visto um escrito por Snape.
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Ir ao quarto de um professor para estudar já era estranho o suficiente - e o fato de ser Snape tornava ainda mais estranho, é claro. Ele bateu na porta e foi recebido não apenas pelo homem, mas também por uma fatia de bolo de chocolate, colocada ao lado do que agora parecia ser 'sua' cadeira.
Ele sorriu, mas não comentou - o olhar de Snape parecia desafiá-lo.
"Obrigado", ele disse depois de terminar seu bolo.
"Que tipo de lição de casa posso esperar que você esteja fazendo, Sr. Potter?" Ele perguntou com desprezo. "Pois tenho correções para fazer."
Ele riu. "Depende se você prefere me ver massacrar sua redação ou cair no sono durante História da Magia."
O outro homem resmungou. "Binns não vai ler de qualquer maneira, não importa o que você escreva. Parei de escrever a minha no quarto ano."
Harry ficou boquiaberto. "Sério?"
"Ainda estudei... mas ser ensinado por um fantasma... o que você acha, que um dos outros professores mostra a ele as redações? Filch as joga fora depois de cada aula."
"Não conte para a Hermione", disse Harry com um riso abafado.
"Naturalmente. Então é para minha própria miséria que você estará contribuindo?" Snape perguntou.
Harry riu. "Acho que sim. Será pedir demais esperar que você responda às minhas perguntas?"
"Apesar do meu convite, não pretendo passar a noite inteira aqui... então seja seletivo no que  deseja perguntar", disse o homem com rispidez.
Harry sorriu e tirou a redação que começara. Ele pelo menos tinha escrito a introdução - e até tinha uma vaga ideia do que queria escrever. Ainda assim... ele olhou furtivamente por cima do papel para Snape, que estava franzindo o cenho para uma redação que outra pessoa havia lhe dado.
"Então, era estanho ou ferro que contém veneno de dragão?" Ele perguntou, sorrindo para Snape.
Os olhos escuros se ergueram e estreitaram - e um momento depois, ele estava se esquivando de um tinteiro habilmente mirado, rindo mais alto do que tinha feito em mais de uma semana.

Blowing Smoke [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora