Eles estavam talvez com quatro ou cinco doses de vodka aromatizada quando os olhos de Snape suavizaram, quando a raiva deixou seus traços.
"Foi a sua primeira vez?" O outro homem perguntou.
Harry fez uma careta, embora fosse amenizada pela queimação do álcool. "Sim." Ele admitiu. "Provavelmente foi bem ruim para ela, imagino. Especialmente o, erm, final."
"Ousaria dizer que talvez eu tenha desencorajado o desejo dela de fazer novamente." O outro homem disse com um sorriso de desprezo. "Espero que você não espere que eu peça desculpas."
Harry o encarou por um segundo, tentando conciliar o que ele quis dizer – o gosto, a tosse de Ginny, a forma como ele simplesmente a levantou sem dizer uma palavra, a forma como ele pensou em outra pessoa – com o que Snape quis dizer – sua própria aparência.
Ele sentiu-se corar escarlate. "Não." Ele confirmou. "Mas não era isso que eu queria dizer. Eu não... fiz nada por ela."
Snape fez uma careta e tomou outra dose. Ele estava uma ou duas à frente de Harry – ele não tinha prestado muita atenção, na verdade.
"E você está me contando isso por quê?" O homem perguntou.
Harry deu de ombros – ele não tinha ideia. "Por que você perguntou se era a minha primeira vez?"
"Porque estou bêbado, Potter, e isso era meio que o elefante na sala, não era?"
Ele suspirou e recostou-se na cadeira, permitindo-se relaxar. "Era, não era?" Ele admitiu com um sorriso fraco. A humilhação ainda estava lá, a vergonha, mas estava amortecida pelo álcool agora. Suportável. Olhos escuros sobre ele não pareciam mais que o perfurariam, então ele conseguia aguentar. Provavelmente. "É melhor quando é um homem?" Sua boca perguntou sem permissão, e ele mudou de ideia imediatamente, tomando outra dose.
Snape tinha congelado, do outro lado da sala, seu rosto mais uma vez uma carranca. "Eu não saberia." Ele sibilou, seu tom de voz irritado.
Harry piscou. "Nunca teve um de uma mulher?"
"Eu... não." O homem disse.
"Oh. Sempre soube que você prefere homens?"
"Sim." Snape confirmou, sua voz em um tom baixo.
"Justo." Harry disse, tentando desesperadamente superar... seja lá o que ele tinha causado com sua língua solta. "O que você gosta em homens?" Ele se perguntou. Ele nunca tinha pensado sobre isso, particularmente – ele não conhecia muitos homens gays, ou pelo menos não muitos que tivessem se revelado para ele.
"O que você gosta em mulheres?" Snape questionou em vez de responder. Como estava perto o suficiente de uma mudança de assunto, Harry se fixou nisso.
"Hm... Que elas são bonitas. Pele macia, cabelos bonitos. Mãos pequenas e macias. Erm, as... curvas, sabe?" Ele disse, contorcendo-se na cadeira. Ele mal podia dizer a Snape que ele gostava de seios, agora, podia? "Que são corajosas, engraçadas e... Hm, não sei como descrever." Ele disse com um encolher de ombros.
O outro homem tomou outra dose.
"Sua vez." Harry o instigou quando ele não respondeu. O homem mais velho resmungou.
"Não é muito diferente para mim. A sensação áspera da mão de um homem, um corpo firme contra o meu." Snape disse com uma voz baixa e íntima que fez a parte de trás do seu pescoço esquentar, fez sua espinha arrepiar estranhamente. "Força, ao invés de curvas." Ele acrescentou um pouco sarcasticamente. "Um rosto bonito, a confiança de um toque firme. Um pau pressionado contra mim..." Snape terminou com um resmungo.
Harry pensou sobre isso, imaginando o que Snape poderia considerar bonito. Malfoy? Um jovem Tom Riddle? Ele fez uma careta de nojo.
"Peço desculpas se minha descrição te incomodou, mas você perguntou." Snape rosnou, seus dedos se cerrando na cadeira.
"Não me incomodou. Eu, erm, estava me perguntando o que você acha que seria um exemplo de um cara bonito. Quero dizer, sou atraído por garotas como Ginny. Cho Chang. Não faço ideia de que tipo de homem você poderia gostar e eu... me assustei imaginando."
Snape o olhou desconfiado. "E que sugestões você achou tão assustadoras?" O homem questionou quietamente.
"Malfoy e Voldemort." Ele admitiu.
Snape congelou por um segundo antes de inclinar a cabeça para trás e rir. Não era um riso gentil ou mesmo muito divertido, mas naquele ponto, Harry estava apenas feliz por não estar sendo expulso por ser um idiota. Ele tomou outra dose.
"Por favor, afaste quaisquer outras ideias assim. Embora Malfoy não seja de fato um homem feio, ele dificilmente é meu... tipo, como você colocou. E eu me recuso até mesmo a reconhecer o outro."
"Boa ideia." Harry concordou com uma careta.
"Se você precisa saber... não tenho preferências particulares. Talvez... cabelos mais escuros. Pele bronzeada, ao invés de tão pálida quanto a minha." Snape disse, estudando sua própria mão.
Harry assentiu. "Justo. Deus, isso é tão estranho." Ele disse com uma risada. "Nós tendo essa conversa. Não você sendo gay. Eu realmente queria que você parasse de presumir que eu me importo com isso." Ele disse com um olhar sério.
Snape rosnou. "Você vai descobrir que a maioria das pessoas se importa, embora tenha... melhorado com as gerações."
Harry franziu a testa, uma realização apenas fora de seu alcance. "Você... foi... intimidado por causa disso?"
Snape tomou outra dose. "Oh sim. Mesmo sem saber com certeza, seu pai e seus amigos me zombaram e me humilharam por isso." Ele confirmou sombriamente.
Harry estremeceu, culpa e arrependimento brotando dentro dele. "Desculpe. Você... você não merecia isso, obviamente. Lamento que eles tenham sido terríveis. Será que... minha mãe se importou? Ele se perguntou – ele não conseguia vê-la fazendo isso, mas...
"Não. Eu também não contei a ela , mas uma vez ela me fez passar pela humilhante provação de me dizer que tudo ficaria bem se eu fosse gay." Ele disse com um bufo.
Harry sorriu. "Eu não poderia imaginar que ela fosse outra coisa senão gentil com isso."
"Ela era, isso. Tipo." Snape disse com um sorriso suave. "Aceitar e ser bom de uma forma que muitas pessoas não eram... são." Olhos escuros se voltaram para Harry e o estudaram por um momento. "Você tem isso em comum com ela."
Ele sorriu, um pouco lisonjeado. — Eu certamente preferiria ser como ela do que como meu pai quando se trata de... de... você. Ele disse com confiança, apenas para então estremecer. "Eu quis dizer ser amigos. Não... a outra parte.
"Fique tranquilo, há muito pouca chance de eu rosnar insultos odiosos para você em um ataque de raiva agora." Snape disse neutramente.
"Não, se você fosse fazer isso, teria sido hoje mais cedo." Harry disse com um aceno de cabeça – apenas para estremecer. Por que ele continuou trazendo isso à tona, afinal?
"Eu diria que sim." Snape confirmou. "Por assim dizer, eu nos considero... amigos o suficiente para lhe fazer a cortesia de deixá-lo terminar. — Ele retrucou com raiva.
Harry riu. "Oh meu Deus, ela teria mordido se você tivesse interrompido." Ele deixou escapar.
Snape fez uma careta. "Visual encantador."
"Mas provavelmente é verdade." Ele disse com uma risadinha que até ele percebeu que era inteiramente por causa do álcool.
"Então você tem um gosto perigoso para namoradas." Snape falou lentamente.
Ele olhou para cima, para o homem vestido de escuro. "Eu também tenho um gosto perigoso para amigos ." Ele disse com um sorriso. Snape bufou e até sorriu. "Parece que gosto assim."
"Idiota, Potter."
"Idiota, Harry. "Ele lembrou ao outro homem.
Snape riu e deu outro tiro. "Idiota Harry, de fato." Ele concordou – e de repente Harry teve certeza de que tudo ficaria bem, que eles superariam a estranheza da situação em breve.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Blowing Smoke [TRADUÇÃO]
FanfictionHarry não se importa com Snape além de ter que cumprir detenções com o homem, apesar de ser maior de idade. Ele não se importa. Ele o convida para tomar uma bebida apenas para escapar da detenção. E daí se for... agradável? E daí se eles se tornarem...