Capítulo 52

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// tem. Surpresa vindo aí hehehehe

Harry passou as mãos pela camisa pelo menos pela décima vez desde que havia se arrumado - dez minutos antes, embora soubesse que o homem mais velho chegaria na hora, como sempre. Ele deu um suspiro profundo e estudou o que havia preparado - suas poltronas haviam sido transfiguradas em um sofá em forma de L, sua pequena mesa de café na frente dele, o presente que ele havia preparado sentado nela. Ele mais uma vez se vestiu da melhor forma, aprovada até por Hermione - e agora tudo o que ele tinha que fazer era esperar. É claro, esperar era aterrorizante - não apenas porque ele não sabia o que aconteceria, mas também porque lhe dava tempo para pensar, e isso era a última coisa que ele queria. Pensar significava repassar o que ele tinha conversado com Hermione. O interrogatório que ele teve consigo mesmo, e com Severus e eles. Ah Deus, ele queria morrer. Pensar era... ruim. Um batida soou na porta, e ele deu um pulo, como se não estivesse esperando. Com o coração acelerado, ele se apressou até a porta e a abriu de repente. "Ei. Entre." Ele cumprimentou animadamente. Olhos escuros deslizaram ao redor do quarto. "Eu presumo que o seu... encontro acabou, então?" O outro homem perguntou de forma arrastada. Harry piscou. "Meu o quê?" Ele perguntou, um pouco tenso. "Senhorita Granger." O homem mais velho disse, cruzando os braços. Ele bufou. "Ela não está... você sabe que somos apenas amigos. Ela está com o Ron." O sonserino fez um muxoxo. "Você é uma melhoria incontestável em relação a Weasley." Harry riu. "Isso foi maldoso, mesmo que fosse um elogio. Mas não, ela estava apenas... eu precisava conversar com alguém. Não estamos tão próximos desde que terminei com a Ginny." "Ah." O homem mais velho disse desconfortavelmente, se movendo de um lado para o outro. "Peço desculpas por entender errado." "Está tudo bem. Hermione é como uma irmã para mim." Ele disse leve, instando o homem mais velho a se dirigir para o sofá. Snape permitiu, sentando-se perto da curva, a pedido de Harry. Ele se sentou do outro lado, perto o suficiente para que seus joelhos se tocassem quando ele se sentou.
Ele serviu um drinque para ambos e entregou um copo para Snape. "Quantos desses você já tomou hoje?" O homem mais velho perguntou. Harry riu. "Dois antes do almoço, um depois. Eu não... não fiquei bêbado." Ele disse levemente. "Hm." O homem mais velho disse, observando o uísque. "Parabéns, Severus." Ele disse quietamente, estendendo seu copo. Não houve hesitação antes que o outro homem tocasse seu copo no de Harry. "Isso é seu presente, se você quiser." "Você me deu um presente mesmo que nós... não estivéssemos falando?" Ele sorriu suavemente. "Eu já tinha faz um tempo... mas eu teria... Eu te disse que nunca quis deixar de ser seu amigo. Eu só... precisava de um pouco de tempo." "Peço desculpas por trazer isso à tona novamente." Snape o surpreendeu ao dizer, aceitando o presente. Harry sorriu e se aproximou, para o canto do sofá, para que pudesse ver melhor. O homem mais velho desfez cuidadosamente o papel de presente, como sempre parecia fazer, tirando o livro de dentro. "Está encantado." Ele disse, provavelmente desnecessariamente. "Isto é... ah, um dos diários de Sonserina." Snape disse. "Ornamental mas raro." Ele disse com um sorriso. "Obrigado, Harry." "Um presente de Sonserina para um homem de Sonserina." Ele disse levemente. "Mas não é ornamental. Você pode lê-lo se quiser." O homem mais velho bufou. "Está trancado. Encantado pelo próprio Salazar. Há dezessete desses, e nenhum jamais foi desbloqueado." Harry sorriu, pegou o livro e abriu a capa. "Trancado em língua das cobras, descobri. Acho que ninguém nunca tentou pedir educadamente em Pársel." Ele disse com uma risada. Ele ficou encantado com a expressão perplexa no rosto do outro homem. "Você me deu um livro seu. Acho que você não se importaria muito com os rabiscos nos meus livros escolares, mas pensei que isso... isso você poderia gostar. Você terá a chance de ser o primeiro em mil anos a lê-lo. Como convém ao chefe da casa Sonserina." Harry disse com um sorriso.
Para sua surpresa, Snape suspirou e se inclinou para baixo, descansando o rosto em suas mãos, cotovelos nos joelhos, curvado sobre o livro. Ele esperou alguns segundos, mas o homem mais velho não se moveu novamente. "Severus?" Ele conferiu, passando a mão sobre o ombro do outro homem. "Um momento, Harry." Ele disse, sua voz um pouco sufocada. "Okay." Ele concordou. "Você quer que eu te deixe sozinho?" Ele perguntou, se sentindo um pouco bobo por oferecer - era o seu quarto. "Eu quero-" O outro homem assobiou. "Não, eu não quero isso." Ele corrigiu. "Harry... isso é..." Algo como compreensão se instalou no peito de Harry. "Feliz aniversário, Severus. Obrigado por ser você." Ele meio sussurrou para o homem mais velho antes de se envolver mais completamente ao redor dele, profundamente satisfeito com a maneira como o outro homem se apoiava nele também.
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"Você gostou?" Harry perguntou não quinze minutos depois, suas pernas apoiadas, sobre o colo do outro homem sem realmente tocá-lo além de onde seus calcanhares repousavam contra o lado de fora da coxa de Snape. "Claro, Harry." O outro homem confirmou, olhando com um sorriso fraco. Ele suspirou suavemente. "É... o que é? Você não está de bom humor?" Ele perguntou - ele tinha tentado perguntar praticamente tudo mais, mencionado praticamente tudo o que poderia pensar que poderia ser o problema. Para sua surpresa, o homem mais velho murmurou baixinho. "É... é meu quadragésimo aniversário, Harry." "Eu sei. Mal adulto pelos padrões bruxos." Harry disse o mais gentilmente possível. O outro homem riu fracamente. "Talvez... mas me sinto com uns cem anos hoje. Mesmo que não fosse por... o que aconteceu... Eu suponho que não teria sido boa companhia hoje à noite. Me desculpe." "Não se desculpe. É... posso fazer algo para melhorar de alguma forma?" Ele ofereceu. "Não." Snape respondeu rapidamente - rápido demais. "O que é? Tem algo, não tem?" O homem mais velho inclinou a cabeça para trás, sua expressão era de quase dor. "Eu não posso." Ele disse suavemente. "Por que não? É... algo que eu posso te dar? Ou fazer por você?" Harry perguntou cuidadosamente. "Não. Eu... não. Seria... manipulador da minha parte até mesmo pedir." O outro homem disse amargamente. Harry franziu a testa, um pouco surpreso. "O que você quer dizer?" "Quero dizer que seria injusto da minha parte pedir. Que você provavelmente concordaria, mas... mas seria errado." O homem mais velho disse amargamente.
"Errado." Harry ecoou. Snape olhou para ele, olhos escuros quase intensos demais para suportar por um momento. "Oh sim." O outro homem disse. "Esqueça. Peço desculpas por não estar de melhor humor." O outro homem disse, afastando gentilmente as pernas de Harry e se levantando. "Eu deveria voltar antes que diga algo que realmente vou lamentar." Harry segurou seu pulso antes que ele pudesse se afastar, quase caindo do sofá. "Severus, vamos lá. Fale comigo." Ele pediu. "O que você quer?" O homem mais velho olhou para ele, tão desolado, por um segundo, que Harry teria feito quase qualquer coisa para fazer aquele olhar parar. Então aqueles olhos se fecharam e o homem mais velho puxou o pulso para longe. "Você me daria se eu pedisse, e seria errado." O homem mais velho repetiu. Ele pulou para os pés, vacilando severamente por um momento, o álcool que tinha bebido realmente o atingindo - o homem mais velho o segurou prontamente, impedindo-o de cair. Harry segurou nele, os puxou mais perto, até mesmo. "Por que seria errado?" Dedos passaram pela franja de Harry. "Pelo mesmo motivo que fumar com você foi errado. Porque... porque não foi o mesmo para nós dois." Ele disse quietamente, sua voz áspera. "O mesmo?" "Você estava confuso. Eu estava... excitado. Você estava curioso. Eu estava... me aproveitando." Harry bufou. "Me aproveitando de quê? De eu estar fazendo exatamente o que eu queria?" "Oh, não, Potter." O homem mais velho de repente retrucou. "Eu estava lá quando você..." Harry bufou. "Sim, você estava lá quando eu surtei, e você também estava lá quando eu te disse que passei quase uma semana preparando o que aconteceu antes disso, certo? Bem, erm, a maior parte. Você nunca se aproveitou de mim, Severus." Ele sibilou com raiva - com raiva em nome de seu amigo.
"Não me aproveitei?" Ele perguntou casualmente. "Não é isso que se aproveitar de algo... inocente para a outra pessoa é?" "Não foi tão inocente, foi?" Harry perguntou com uma risada amarga. "Eu posso ter sido muito... muito obtuso para ver, mas não foi inocente." "Muito obtuso para ver. Eu me perguntei, tantas vezes... Mas suponho que sim." Dedos passaram pela testa de Harry, traçaram sua cicatriz. "Se perguntou o quê?" ele perguntou, sabendo antes de terminar de falar, que não receberia uma resposta. De fato, Snape permaneceu calado. Ele esperou mais alguns segundos antes de dar um passo mais perto. "Severus... o que você quer?" "Se você soubesse..." "Eu te daria se pudesse." "Eu sei. Mas seria errado usar seus... arrependimentos contra você assim." Ele bufou. "Quem disse que você teria que me manipular para isso? Talvez eu não me importasse." "Você se importaria." O outro homem respondeu serenamente. "É... difícil te recusar." Ele sorriu fracamente, perguntando-se qual seria a melhor maneira de fazê-lo revelar isso. Ele passou os dedos pelas costas do homem mais velho e o puxou para mais perto. "Okay... eu-eu só vou perguntar mais uma vez. É seu aniversário, e eu quero que você seja feliz. Me diga o que você gostaria, Severus." Ele pediu, segurando o outro homem perto. Uma risada suave, tão silenciosa que mal ouviu, soou entre eles, os dedos em sua cabeça caindo. "Eu pediria... um beijo." Snape sussurrou, os olhos fechados, o rosto virado como se envergonhado.

Blowing Smoke [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora