Carregar uma garrafa sob suas vestes parecia um pouco estranho - especialmente considerando que ele estava carregando contrabando para Severus Snape. Ele bateu na porta, precisamente no horário, e foi convidado a entrar. Desta vez, Snape estava inclinado sobre um caldeirão novamente, e ele se aproximou cuidadosamente, ainda não sabendo qual Snape encontraria.
"Potter", cumprimentou o homem de forma equilibrada.
"Professor. Eu, erm, a caminho para cá, acabei encontrando uma garrafa que acredito ser de álcool", disse cuidadosamente.
Snape sorriu de lado, sem desviar o olhar do caldeirão. "Acredita, hm? Melhor eu dar uma olhada, então. Me dê um minuto para terminar isso", disse o homem.
Harry assentiu, aliviado por ser esse Snape. "O que é isso?", perguntou, espiando para o caldeirão - o líquido alaranjado-amarelado não o lembrava particularmente de nenhuma poção que conhecesse.
"É uma remessa mais potente de Ervasdoras do que o habitual. Há algumas variedades particularmente agressivas de orquídeas selvagens na estufa, e Pomona me pediu para fazer algo para arrancá-las", explicou Snape.
"As orquídeas não são bonitas?", perguntou bocó - sua tia sempre se derretia pelas dela, patéticas e murchas que fossem.
Para sua surpresa, Snape resmungou. "Lindas", ironizou, fazendo Harry sorrir. "No entanto, essa variação também é canibal e gosta de comer as raízes de outras plantas. Ao contrário de suas contrapartes trouxas, elas não são tão... pequenas, também. Ah, e são azuis."
Ele riu muito. "Soa encantador. Não consigo imaginar por que a Professora quer se livrar delas." Snape fez isso de novo - um pequeno tremor nos lábios que, em outra pessoa, poderia ter sido considerado um sorriso. Ele pegou sua varinha e tocou o caldeirão antes de gesturar para Harry segui-lo.
É claro que ele o fez - para sua surpresa, através de uma porta e depois outra, para o que só poderia ser a sala de estar do outro homem. Havia uma lareira, poltronas, estantes de livros - precisamente o que se esperaria em uma sala de estar. A coisa menos adequada era Harry, porque ele não conseguia pensar em absolutamente nenhuma razão pela qual ele deveria estar lá. Não na maldita sala de Severus Snape, não ele.
"Se você terminou de julgar minha decoração, Sr. Potter, agradeceria se mostrasse essa garrafa misteriosa sua", disse Snape. Harry deu um pulo, virando-se para descobrir que o homem estava sorrindo para ele - um muito desagradável também.
Ele se forçou a não repreendê-lo e tirou a garrafa. Snape a pegou e ergueu uma sobrancelha. "Vodka? Hm, não é do meu gosto, mas suponho que servirá. Não imagino que tenha trazido algo para misturar?", perguntou.
"Os caras geralmente bebem puro", respondeu tranquilamente, apenas para fazer careta.
"Relaxe, Potter, não pensei que fosse sua... e os alunos bebendo precedem o seu tempo em Hogwarts."
Ele riu - tanto de Snape dizendo para ele relaxar quanto da realização de que o outro homem provavelmente não era tão diferente. "Você bebia na escola?"
"Eu estudei com seus pais e Sirius Black. Claro que eu bebia, Potter. No entanto, tive o prazer duvidoso de estudar com Lucius Malfoy, que tinha um gosto infinitamente melhor em álcool do que quem quer que você tenha roubado isso", disse Snape, colocando a garrafa na mesa e abrindo um armário próximo. Ele estudou por um momento antes de pegar várias garrafas.
"O que são essas?", perguntou, quando Snape as colocou na mesma mesa onde a vodka agora estava.
"Sente-se", ordenou Snape, sentando-se em uma das duas poltronas. "Estas são xaropes. Para mascarar o gosto sem dúvida abismal desse líquido", disse. "Rosas, abóbora, laranja e manga", disse, antes de acenar com a varinha - imediatamente, oito pequenos copos apareceram diante deles. Harry riu - copinhos. Snape preencheu todos com vodka, antes de tocar cada uma das garrafas de xarope com sua varinha. Elas se levantaram, se destamparam e pingaram duas gotas em dois copos de cada garrafa.
"Sente-se", ordenou Snape, sentando-se em uma das duas poltronas. "Estes são xaropes. Para mascarar, sem dúvida, o gosto abismal desse líquido." Ele disse. "Rosas, abóbora, laranja e manga." Ele disse, antes de acenar com sua varinha - imediatamente, oito copinhos pequenos apareceram diante deles. Harry riu - copos de dose. Snape encheu todos uniformemente com vodka, antes de tocar cada uma das garrafas de xarope com sua varinha. Elas se ergueram, destamparam-se e pingaram duas gotas por garrafa em dois copos de cada garrafa. Imediatamente, a vodka transparente mudou de cor.
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Blowing Smoke [TRADUÇÃO]
FanfictionHarry não se importa com Snape além de ter que cumprir detenções com o homem, apesar de ser maior de idade. Ele não se importa. Ele o convida para tomar uma bebida apenas para escapar da detenção. E daí se for... agradável? E daí se eles se tornarem...