Capítulo 34

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Ele se deixou entrar e caiu ansiosamente na pilha de travesseiros já preparada no chão. Seu dono não estava em lugar nenhum - pelo menos até, alguns minutos depois, a porta que não levava ao banheiro se abriu e Severus saiu. Harry ficou sem palavras por um segundo, com a visão - Snape não estava usando sua camisa habitual de botões, mas uma camiseta simples e algo parecido com calças de ginástica. Em volta do pescoço, ele tinha uma toalha, cabelos molhados pingando sobre ela. "Ah, você está aqui." Ele cumprimentou Harry com um aceno. "Fique à vontade." "Já estou... colega." Ele disse brincando. Ele também estava vestido casualmente - uma camisa de trouxa e jeans, na verdade, apenas por precaução caso seu corpo decidisse... reagir, novamente. Snape o observou. "E você claramente decidiu abrir mão da... barba agora que está empregado." Harry resmungou. "Se você continuar tocando nesse assunto, vou ter que assumir que você gostou." Ele provocou. A resposta foi apenas um pequeno sorriso - mas fez com que ele se perguntasse como o outro homem reagiria se ele deixasse sua barba crescer, se ele se aproximasse então, escovasse sua bochecha ao longo de uma garganta exposta. Snape se juntou a ele logo depois, a toalha ainda em volta do pescoço. "Você tomou banho?" Ele perguntou desnecessariamente. O homem mais velho resmungou. "Eu... sim. Quando eu ensino, especialmente para as séries mais baixas, fica... oleoso como você sem dúvida sabe." "Mh." Ele concordou, servindo uma dose de uísque para cada um deles. "Não me importo." Ele disse sinceramente. Não se importava há muito tempo - não por meses, pelo menos. "Mesmo assim, se eu estiver a poucos centímetros de você no futuro próximo, eu preferiria não me preocupar se... te enojo ou não." O outro homem disse tensamente. "E nem comece." Ele acrescentou quando Harry abriu a boca. "Tudo bem." "Obrigado, Harry." Ele disse depois de alguns momentos, aceitando sua bebida. Harry sorriu e rolou para o lado. "É Professor Potter para você, Severus." Ele brincou. Olhos escuros ficaram enormes por vários longos momentos antes que o outro homem jogasse a cabeça para trás e soltasse uma gargalhada, o som agradavelmente ecoando ao redor deles. "Você superou sua... fossa, Professor?" Snape perguntou com um sorriso. Harry suspirou. "Não tenho certeza. Não completamente, sabe... mas gostaria de. Se você estiver afim de fumar." Ele disse. "Celebrando seu novo emprego, Senhor?" Snape perguntou. Ele riu nervosamente, sabendo muito bem o que o outro homem estava esperando. Ele decidiu não dar a ele. "É isso aí, Sr. Snape. Agora venha antes que eu te dê detenção." Ele disse brincando, pegando sua própria caixa de charutos. Não era muito diferente da de Snape - pelo menos não por fora. Ele segurou a caixa para Snape, que ainda estava rindo de seu comentário quando ele a abriu enquanto se ajoelhava ao lado de onde Harry estava estendido. Ele esperou, sorrindo pacientemente enquanto Snape franzia a testa, fazia careta e finalmente pegava um dos charutos ali. "Estes são..." "Uma edição especial. E antes que você surte, eu realmente não paguei por eles. Quando fui comprar os regulares, um vendedor estava lá, reabastecendo. Eles ficaram tão felizes que o famoso Harry Potter gostou de seus charutos que me deram cinco sabores especiais diferentes." "Cristo, Potter, cinco? Usando seu privilégio novamente?" Ele sorriu. "Um de cada especialidade que eles têm. Você está segurando o de cereja. Temos uísque, absinto, cedro e, hum, branco. Seja lá o que isso signifique." Ele disse com um encolher de ombros. Snape deixou o charuto de cereja de lado e pegou o de absinto em vez disso. "Eu não faço ideia." Ele disse, cortando a ponta. Harry apenas sorriu, oferecendo-lhe uma chama enquanto colocava casualmente a caixa de lado. O Sonserino acendeu o charuto sem colocá-lo entre os lábios, estudando-o por alguns momentos. "Harry, eu tenho uma... pergunta." Ele disse. Ele sorriu. "E qual é?" "É sua intenção... continuar como temos estado?" Ele levantou o charuto. Harry deu de ombros. "A menos que você não esteja interessado. Eu gostei do que estávamos fazendo. E você..." O outro homem assentiu, flexionando a mão livre em um punho e abrindo algumas vezes. "Eu obviamente gosto. Eu nunca te disse por que, porém." Ele franziu o cenho. "Você disse que... gosta da intimidade disso." Harry lembrou. Snape se mexeu ligeiramente. "E eu gosto... mas... além disso, isso..." O outro homem se interrompeu. Harry ficou impaciente e segurou gentilmente o pulso dele, virando a mão até poder levar a ponta do charuto à boca. Ele manteve os olhos no homem mais velho, apenas no caso de Snape optar por continuar. Ele não o fez. Então, Harry apreciou o sabor do charuto, doce, mas pesado e enjoativo em vez de leve como o habitual. Ele gostou, no entanto - ele não estava no clima para leveza de qualquer maneira. "Por que você gosta disso?" Ele perguntou novamente, observando Snape, ainda. "Você é... um jovem belo." Snape finalmente disse, cada palavra parecendo como se fosse arrancada dele contra sua vontade. "E isso tem... um certo apelo. Uma decadência, a pecaminosidade de um homem assim, relaxado, íntimo, e... o calor da fumaça, o sabor do ar... o quase sabor de..." Snape praticamente ronronou, sua voz áspera e baixa. O estômago de Harry quase deu um salto em seu corpo, arrepiando-se por todo lado com a mudança de tom. Ele nunca tinha ouvido isso antes do outro homem - e ele sentiu, quase, como se estivesse ouvindo algo que não deveria. Que era lisonjeiro, tão agradável de ouvir apenas o tornava melhor. Que não estava muito longe dos pensamentos que ele próprio tinha... Harry se inclinou sobre o cotovelo, aproximando-se do homem ajoelhado. Ele, novamente, virou o pulso de Snape, desta vez, para pressionar o charuto contra os lábios do outro homem. Snape sugou, obedientemente, uma baforada de fumaça.

Blowing Smoke [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora