Capítulo 59

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"Eu não voltei com a Ginny", ele disse cuidadosamente. "Não minta para mim, Potter!" O Sonserino rosnou, cruzando os braços sobre o peito. E oh, agora Harry podia ver, mesmo ali, na tensão de sua postura. "Ela está namorando o Neville Longbottom", ele explicou, tentando não sorrir como um maldito lunático. "Ele teria dificuldade em competir com o próprio sapo por uma mulher", o outro homem rosnou, de forma nenhuma pacificado - ou compreensivo, claramente. "Não", Harry disse, dando um passo mais perto. "Você não está me entendendo. Eu não estou namorando a Ginny. Eu nunca mais vou namorar a Ginny. Eu estava tomando uma cerveja amanteigada com uma amiga. Nós resolvemos nossa amizade", ele explicou. Não havia como confundir a suspeita, a descrença na postura tensa do homem. "Fui informado de que foi um encontro bastante romântico", disse o outro homem. "Por um bando de crianças que não sabem soletrar Sopophorous", Harry respondeu sem rodeios. "Escute-me, por favor. Eu não estou namorando ela. Eu vim até aqui porque estava preocupado já que você normalmente não se atrasa", ele apontou. Para sua surpresa, as orelhas e as maçãs do rosto do outro homem pareciam tingir levemente de rosa. Harry nunca se sentira mais confiante sobre o que estava pensando do que naquele momento. "Então... meu lugar?", ele perguntou, dando um passo mais perto do outro homem. Não havia razão para não beberem ali, como Snape certamente também percebeu, mas Harry se sentiria mais confortável em seus próprios aposentos.
"Se... se você estiver disposto", o outro homem disse, tão visivelmente desconfortável que fez Harry sorrir. "Claro", ele disse alegremente, dando meia volta e liderando o caminho, Snape logo atrás dele. "Eu... sinto muito", o Sonserino ofereceu quando estavam prestes a chegar à porta dele. O coração de Harry disparou. "Pelo quê? Surtei totalmente porque você achou que eu estava em um encontro?" Ele perguntou feliz, abrindo a porta para eles. "Eu não surtei totalmente, Potter", o homem mais velho rosnou. "Apenas recordei o... drama e a desilusão da última vez, e temi uma repetição." Ele sibilou. Harry manteve as costas viradas e foi servir um copo de álcool para eles - escocês para ele, uísque para Severus. "Tenho certeza", ele disse alegremente, antes de endireitar sua expressão e trazer o copo do outro homem. Snape havia se sentado no mesmo lugar da última vez - mais perto da curva. Harry também o fez, sentando do outro lado do canto, dando um gole da sua bebida antes de se virar para o outro homem, se perguntando precisamente como iria confessar seus sentimentos.
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Eles ficaram em silêncio por um tempo, embora Harry sentisse os olhos familiares sobre ele, é claro."Sabe..." Ele começou, eventualmente, vagamente decidindo sobre um curso de ação. "Eu realmente não tenho mais sentimentos por ela.""Eu entendo. E... peço desculpas", o outro homem disse com voz pequena.Ele murmurou. "Eu... talvez esteja tendo sentimentos por outra pessoa, porém", disse, observando cuidadosamente o rosto do outro homem. Não houve a menor reação desta vez."E por que você está me dizendo isso?" Ele perguntou - estava lá, não em seu rosto, em sua voz, o tom de algo não totalmente certo."Você me disse uma vez que eu poderia te contar qualquer coisa, não importa quão pessoal", ele parafraseou."Então eu fiz. E quem poderia ser... a bruxa sortuda?" O outro homem perguntou, apertando seu copo com mais força.Harry se perguntou vagamente se havia sido cego até agora - exatamente quanto tempo o outro homem tinha sentimentos o suficiente por ele para ficar com ciúmes? Tinha que ser recente ou ele teria notado antes, ele estava certo disso."Acha mesmo? Que ela é 'sortuda'?" Ele perguntou.Para sua surpresa, o homem mais velho sorriu, uma expressão muito mais genuína e ergueu uma sobrancelha para ele. "Claro, Harry", o outro homem concordou, momentaneamente o confundindo com a sinceridade de seu comentário.Ele sentiu seu rosto corar ligeiramente. "Quero dizer, erm, espero que a pessoa por quem estou interessado sinta o mesmo. Mas não tenho certeza. Eu... conversei com a Ginny sobre isso. Pedi conselhos a ela.""Isso é... estranho, mas continue", ele disse com um aceno de cabeça."É um pouco, mas estamos falando de mim, sabe?" Ele disse com uma risada nervosa. Embora estivesse tão perto de dizer, seus nervos subitamente se intensificaram.
"Estou bastante ciente... e se você realmente precisa de um estímulo, estou... disposto a lembrá-lo de que você é, na verdade, o sonho molhado de todas as bruxas", ele disse, as últimas palavras relutantes como ele jamais tinha ouvido. Ele sorriu, lisonjeado, mas não completamente satisfeito. "Também bruxos?" Ele provocou. Com isso, Snape bufou. "O que importa? Você não está interessado em homens", ele disse, como se para lembrá-los. "É bom saber que alguém te acha atraente, não é?" O outro homem soltou uma risada aguda. "Eu não saberia e você sabe que eu acho, de fato, que você é um belo jovem, então o que, além de pescar por elogios, você está fazendo?" Ele disse cuidadosamente. Harry fechou os olhos por um momento, aproveitando a sensação de quase triunfo que aquelas palavras evocavam. Então ele colocou seu copo de lado e puxou suas pernas para cima, se aconchegando no canto do sofá. "Não muito", ele disse baixinho, estudando o homem mais velho de um pouco mais perto. Ele sorriu – foi devolvido, se um pouco fracamente. "A, uhm, pessoa por quem estou interessado..." "Você não precisa me dizer quem, Potter. Dificilmente é da minha conta." "Não, é sim", ele insistiu. "Tudo bem. Eu ouvirei", o Sonserino concordou, observando-o desconfiado. Harry se aproximou um pouco mais. "É estranho que eu me sinta como um adolescente falando com você assim?" Ele perguntou com um risinho autoconsciente. Severus sorriu para ele, malícia em seus olhos. "Se você está prestes a me dizer que está interessado em um aluno..." "Oh Deus não. Na verdade, é um professor", ele disse com um sorriso suave. Seu coração começou a acelerar – agora realmente não haveria como voltar atrás. Não que ele quisesse, mas... "Um professor?" O outro homem perguntou, sua voz subitamente desprovida de qualquer inflexão. "S-Sim", ele disse, o coração acelerando – sem dúvida, o homem mais velho tinha descoberto com esse comentário, não é? Severus era muito brilhante para não perceber. Ele engoliu em seco, um pouco aterrorizado e um pouco animado pela reação.

Blowing Smoke [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora