Aluga-se um Coração

Capítulo 35 - Apenas um beijo

*Chloé*

Eu não queria visitar meu pai. Só de pensar em olhar para a cara dele meu estomago já dava mil voltas e embrulhava. Mas, eu precisava fazer isso... Convenci-me de que era pela minha mãe e quando a tarde de sábado chegou, arrumei-me e saí de casa, batendo de cara com o Logan.

- Você chegou no horário. - comentei aleatoriamente e ele assentiu.

- Não estava afim de ficar em casa por mais tempo. Eu não sabia o que vestir, então... - ele murmurou e eu o analisei. Estava de calça jeans, tênis e uma camisa social de botões.

- Parece mesmo que você está indo conhecer o pai de uma namorada.

- Mas eu estou.

- Se o nosso namoro fosse de verdade. - dei umas batidinhas em seu ombro e caminhei em direção ao carro.

- Ele não sabe disso.

- Vamos apenas acabar logo com isso, tá? Você não precisa fazer muito além de apertar algumas mãos e fingir que eu sou sua namorada.

- Parece ótimo.

- E - ressaltei - nada de beijos.

Ele riu debochado.

- Por que diabos eu iria beijar você? - ele girou os olhos e entrou no carro.

Fiz o mesmo e seguimos rumo á nova casa do meu pai.

Para nos encontrarmos com a sua nova família...

Essa com certeza vai ser uma ótima tarde (ironia)!

...

A casa me deixou surpresa. Aparentemente, era muito maior que a nossa e tinha uma enorme fonte na frente. Aquelas fontes que parecem que custaram fortunas. Ou meu pai estava roubando, ou era mais uma de suas mentiras - além de viver duas vidas, vivia ambas com condições financeiras diferentes.

Respirei bem fundo e Logan desligou o carro.

- Todos esses carros são do seu pai? - ele perguntou meio chocado e só então observei o contexto além da casa: Tinha, no mínimo, uns dez carros estacionados por ali.

- Como vou saber? - perguntei impaciente e abri a porta. Logan negou com a cabeça e também saiu do carro. Subimos as escadas de mármore para a entrada da casa e paramos em frente á enorme - literalmente enorme - porta de madeira.

- Não vai tocar a campainha? - Logan perguntou e eu sacudi a cabeça.

- Não consigo fazer isso. - me virei pronta para correr, mas ele segurou meu braço a tempo. - É demais para mim Logan, não terei estomago para vê-lo!

- Ei! Você não vai dar este gostinho para o seu pai! Entraremos, falaremos com ele, ficaremos no máximo meia hora e aí depois vamos embora, ok?

- Mas...

- Faremos isso juntos, Chloé. - ele disse firme e eu apertei os lábios. Que papo era esse de juntos?

- Ok.

- Ok. - ele disse e entrelaçou nossos dedos, virando-me de frente para a porta novamente. Senti um pequeno arrepio, como se tivesse levado um choque... Era tudo encenação, eu sei, mas nossas mãos juntas, de alguma forma, acenderam algo em mim.

Logan tocou a campainha determinado. Claro, não era ele que veria uma vida de mentiras torna-se realidade em questões de segundos. Respirei fundo umas trezentas vezes, tentando me acalmar.

Quando a porta foi aberta, meu pai deu seu melhor sorriso. Quem ele estava querendo enganar?

- Chloé, filha! - ele olhou-me radiante e depois seu olhar parou no Logan - E você é?